Esporte News Mundo
·23 de outubro de 2025
Corinthians já jogou de verde; confira essa história

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·23 de outubro de 2025

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Pode parecer improvável imaginar o Corinthians entrando em campo com uma camisa verde, mas essa cena é realidade. Porém, longe do Brasil.
Em Cabo Verde, pequeno país africano que fará a sua estreia na Copa do Mundo em 2026, existe um time chamado Corinthians São Vicente, fundado em 1987 e inspirado no clube paulista.
O time caboverdiano nasceu de forma despretensiosa, criado por um grupo de amigos apaixonados por futebol.
Sem recursos, todos os jogadores e dirigentes trabalham de forma voluntária, e os uniformes são doações de conhecidos ou de integrantes do próprio projeto. Por isso, o Corinthians africano já atuou com camisas de várias cores, inclusive verdes, sem saber do peso simbólico que essa cor tem para o torcedor corintiano.
“Não tínhamos noção da rivalidade. Para ser sincero, nem sabíamos o que era o Palmeiras. Fomos financiados por um senhor emigrante que nos presenteou com esse uniforme. Hoje, olhamos para a fotografia e brincamos”, contou José Martins, um dos fundadores do Corinthians São Vicente, em entrevista ao Globo Esporte.
A escolha do nome e do escudo parecidos com o do Corinthians Paulista foi fruto do acaso. Segundo Martins, a inspiração veio de uma reportagem da revista Placar, vista por um grupo de garotos que jogava bola nas ruas do bairro Alto São Nicolau, na Ilha de São Vicente, no fim dos anos 1980.
“Um amigo apareceu com uma edição da revista, vimos o símbolo e o uniforme preto e branco. A partir daí, viramos o Corinthians São Vicente”, relembra o dirigente, que hoje vive na Suécia e chegou a estudar em São Paulo, visitar o Pacaembu e até desfilar no Carnaval pela Gaviões da Fiel.
O clube é estritamente amador e atua principalmente na formação de jovens atletas. Também possui uma equipe adulta que disputa a segunda divisão regional, após breve passagem pela elite local.
“Ser Corinthians é uma filosofia de vida, é lutar contra as dificuldades. Já estamos aqui há 38 anos e seguimos sonhando com o crescimento do clube”, diz Marcos Fonseca, atual vice-presidente.
Fonseca revela que, no passado, o time quase estabeleceu uma parceria com o Corinthians Paulista, em busca de doações de materiais esportivos. “Chegamos a conversar com o ex-presidente Andrés Sánchez, mas acabamos perdendo o contato”, contou.
Ele explica que a dificuldade financeira é o principal obstáculo: “O futebol em Cabo Verde é muito caro porque todo o material é importado. Não produzimos bolas, uniformes nem chuteiras. Tudo vem de fora”.
Apesar das limitações, o dirigente guarda lembranças especiais da época em que estudou jornalismo em São Paulo, no fim dos anos 1990. “Comprei uniformes na loja oficial do clube e mandei para a Ilha de São Vicente. Você não imagina a alegria dos garotos ao vestir a camisa que veio do Corinthians”, recorda.
Enquanto o pequeno Corinthians de Cabo Verde tenta manter viva sua história, o país vive um momento histórico: a classificação inédita para a Copa do Mundo de 2026, após superar Camarões nas Eliminatórias Africanas.
O feito é ainda mais notável porque Cabo Verde não possui uma liga profissional consolidada, com a maioria dos atletas atua em clubes de divisões inferiores de Portugal, Turquia e França, além de mercados menores como Bulgária, Hungria e Azerbaijão.
Entre os jogadores com chances de ir ao Mundial está Alessio da Cruz, atacante do Athletic-MG, que participou das Eliminatórias e pode representar o país nos Estados Unidos.
Com o sonho mundialista cada vez mais próximo, o Corinthians São Vicente segue firme na missão de promover o esporte e levar adiante o nome e o espírito de um dos clubes mais populares do Brasil, mesmo que, de vez em quando, entre em campo de verde.
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