Calciopédia
·25 de dezembro de 2021
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Fundado em 1898, o Ascoli é o quarto clube mais antigo da Itália, atrás de Genoa (1893), Udinese (1896) e Juventus (1897). Em toda sua história, o Picchio – ou o pica-pau, em português – disputou a Serie A em 16 ocasiões; na Serie B, foram 25 participações, com dois títulos. Quando se olha para a trajetória da agremiação ao longo das décadas, é impossível não associá-la ao nome de Costantino Rozzi, inesquecível presidente, ou melhor, “Il Presidentissimo” (o Presidentíssimo), como passou a ser chamado nos 26 anos em que presidiu e impulsionou os bianconeri. “O Ascoli é uma doença. Quando te ataca, nunca te abandona”, disse.
Rozzi nasceu no inverno, em janeiro de 1929. Até completar 40 anos de idade, não demonstrava muito interesse por futebol. Seguindo a tradição da família, se formou em engenharia civil em 1948 e logo ingressou nos negócios do pai, especializando-se na construção de estádios e instalações desportivas. Sua primeira obra na área foi a edificação do estádio do próprio Ascoli, o Cino e Lillo Del Duca, cujas obras tiveram início em 1955 e foram até 1962, ano da inauguração.
Com a família (Franca Rosa, a esposa, e os filhos Annamaria, Fabrizio, Antonella e Alessandra), morava a poucos metros do Cino e Lillo Del Duca, que à época era chamado, informalmente, de Stadio delle Zeppelle, por estar localizado na rua de mesmo nome. Nos dias em que as partidas eram realizadas no campo do Ascoli, a região ficava naturalmente movimentada e, em um desses domingos de futebol, Rozzi, vendo o estacionamento do estádio completamente tomado por carros, e ouvindo o alto barulho dos torcedores, perguntou aos amigos: “Quem são aqueles malucos que passam a tarde assistindo a uma partida de futebol?”. Ele mal poderia imaginar que, dentro de pouco tempo, esses tais “malucos” passariam a idolatrá-lo.
Foi em meados de 1968 que tudo mudou, para Rozzi e para o Ascoli. Por influência de amigos, o bem-sucedido engenheiro participou de uma reunião do conselho presidencial do clube e topou embarcar em um universo que ele nada conhecia: “Ficarei apenas um ano e depois passarei para outra pessoa”, disse Costantino, logo após ser eleito o novo presidente da Associazione Sportiva Del Duca Ascoli, que ainda levava o nome de Cino Del Duca, patrono da agremiação na década anterior – de Paris, o ex-dirigente providenciava um valioso apoio econômico. Mas o que era para durar alguns meses acabou despertando uma paixão no coração do novo dirigente.
Com Rozzi no comando, a realidade do clube bianconero, que disputava a Serie C1, mudou. Em sua reunião inaugural com os membros do conselho diretivo, disse: “Temos que ir para a Serie B”. Como resposta, recebeu alguns olhares espantados. Todos pensaram que se tratava de algum tipo de brincadeira, mas não era o caso: Costantino falava sério, e acreditava que, por mais que fosse uma tarefa extremamente difícil, não era impossível.
Profundas mudanças foram implementadas no Del Duca Ascoli, que foi de uma gestão amadora a um ambiente extremamente profissional e organizado, com um viés empresarial. Nos dois primeiros anos sob nova presidência, o Picchio, disputando a Serie C, flertou com a promoção à Serie B com técnicos distintos; Evaristo Malavasi (1968-69) e Alberto Eliani (1969-70). Para ocupar o cargo, Rozzi optou por efetivar um jovem nome, que trabalhava nas categorias de base do clube bianconero.
Mazzone foi o primeiro técnico a levar o Ascoli de Rozzi para a elite italiana (Storie di Calcio)
Era Carlo Mazzone, ex-zagueiro que foi símbolo do Ascoli por nove temporadas e, em um dérbi contra a Sambenedettese, no dia 3 de março de 1968, sofreu violenta entrada do atacante Giovanni Urban e fraturou a tíbia; poucos meses depois da lesão, decidiu se aposentar. Desempregado e com contas a pagar, foi convidado por Rozzi para treinar a base do Picchio. Efetivado como técnico principal, Carletto foi considerado uma aposta arriscada, mas o presidente bianconero, fã dele, apreciava um perfil mais brigador, daqueles que lutam pela camisa que vestem, sem agir com deslealdade.
A escolha acabou se provando certeira. Com Mazzone no banco de reservas, os bianconeri garantiram o primeiro acesso de sua história à segunda divisão logo na primeira temporada do novo treinador. Com a promoção, o pequeno clube provincial mudou de nome e passou a se chamar Ascoli Calcio. Em nova reunião do Conselho, e mirando ainda mais alto, Rozzi deu outra declaração um tanto quanto ousada: “Agora temos que ir para a Serie A”. E a segunda ascensão quase foi obtida de forma consecutiva: por detalhes, o time não subiu e terminou o campeonato na quarta colocação, um ponto atrás do Foggia, terceiro colocado. Não tardaria para que o novo objetivo de Costantino se concretizasse. Por falar em concretizar, foi neste período que o Presidentíssimo construiu outros dois estádios: o Via Del Mare, em Lecce, e o Partenio, em Avellino.
Na temporada 1973-74, o Ascoli foi vice-campeão da Serie B, tendo somado os mesmos 51 pontos do Varese, mas perdendo nos critérios de desempate. Pela primeira vez na história, um time da região das Marcas iria jogar a Serie A: o feito rendeu o apelido de “Rainha das Marcas” (Regina delle Marche) à equipe.
Sem a superficialidade de um coach nos dias de hoje, Rozzi repetia, recorrentemente, a seguinte frase: “É preciso reconhecer as suas capacidades e limitações para ter sucesso na vida”. Ele tinha os pés no chão e consciência de que havia inúmeras equipes com maior poderio econômico do que o Ascoli, mas não permitia que isso se transformasse em alguma fraqueza. O segredo dele era fazer das adversidades uma força. Outro segredo, mas no aspecto supersticioso, era o fato de o presidente bianconero, para combater o mau olhado, sempre trajar meias vermelhas e mastigar tremoços enquanto assistia aos jogos. Aliás, em relação ao vermelho, ele determinou que essa seria a cor da braçadeira de capitão.
Imagine a comoção que caiu sobre uma pequena província com cerca de 50 mil habitantes. Rozzi não mais passou a ser visto com incredulidade por parte dos conselheiros e o interesse das pessoas pelo futebol aumentou consideravelmente. Com uma maior procura por ingressos, o presidente ascolano promoveu uma expansão do Cino e Lillo Del Duca, cuja capacidade seria ampliada para 34 mil lugares. Em três turnos de oito horas cada, as obras contaram com a ajuda voluntária de torcedores e residentes locais. O novo estádio, agora mais imponente, passou a ser chamado por algumas pessoas de “estádio dos 100 dias” (Stadio dei Cento Giorni), em alusão ao período em que as obras foram concluídas (três meses), graças a uma técnica baseada na utilização de estruturas pré-fabricadas de concreto, garantindo a celeridade do processo.
Tabloides estampavam dizeres como “Mas o que essa equipe vai fazer entre os monstros sagrados da Serie A?”, em claro sinal de subestimação ao potencial do time recém-promovido, praticamente sentenciado ao descenso antes mesmo de estrear na primeira divisão. Os jornalistas só não levaram em conta a capacidade da dupla Rozzi-Mazzone, que livrou os ascolanos da queda, em uma campanha que foi marcada por um dificílimo primeiro turno (apenas nove pontos somados) e uma esplêndida recuperação no segundo turno, com direito a um inesquecível triunfo fora de casa diante da Inter de Giacinto Facchetti e Sandro Mazzola – Massimo Silva foi o autor do gol solitário. Com três pontos de distância para o Lanerossi Vicenza, que abria a zona de rebaixamento, o Ascoli ficou na 12ª colocação e teve a sexta melhor defesa de toda a competição, com 27 gols sofridos.
Rozzi contratou Boskov, ex-Real Madrid, para comandar o Picchio nos anos 1980 (Storie di Calcio)
O bom trabalho de Mazzone o levou à Fiorentina, e Rozzi contratou Enzo Riccomini para seu lugar. A equipe sentiu falta do antigo técnico e, em uma acirrada disputa pela salvação, acabou rebaixada ao lado de Como e Cagliari. Na Serie B, Riccomini (no princípio e fim) e Giovanni Mialich (na metade) ocuparam o cargo de treinador; o Ascoli ficou com o 9º lugar. Insatisfeito, o presidente trouxe Antonio Renna, que comandava o Lecce. Renna conseguiu pôr fim à inconstância acerca dos professores dos marquesãos desde que Mazzone rumou à Florença. Com 61 pontos, os bianconeri passearam na Serie B, onde foram campeões com absoluta autoridade e uma vantagem de 15 pontos em relação a Catanzaro e Avellino (44 pontos), as outras duas agremiações que subiram. No retorno à elite do futebol nacional, acabaram com o 10º lugar.
Para o novo ano, Renna acertou a saída para o Bari, e Rozzi foi em busca de Giovan Battista Fabbri, ou Gibì Fabbri, como era popularmente conhecido. Fabbri estava em ascensão e havia sido vice-campeão da Serie A na temporada anterior comandando o Lanerossi Vicenza, quando também foi eleito o melhor treinador do certame. Ele aceitou o convite e não decepcionou na campanha de estreia, conduzindo o Picchio ao quinto lugar, que acabou se tornando um quarto lugar, graças ao rebaixamento por ilicitude esportiva do então terceiro colocado Milan, envolvido no escândalo Totonero.
Com a alteração na tabela, um ponto separou o Ascoli do Torino, time que abria a zona de classificação para a Copa Uefa. Nada que pudesse apagar o belo ano dos bianconeri, que ainda conseguiram vencer a Red Leaf Cup, realizada no Canadá, e que teve as participações de Botafogo, Rangers (Escócia) e Nancy (França). A competição foi organizada pela então recém-fundada federação canadense de futebol e milhares de emigrantes ítalo-canadenses lotaram as arquibancadas.
O sucesso do Ascoli aumentava e, com ele, o público no Del Duca, que atingiu média de 23 mil pessoas por partida, um índice superior ao de equipes localizadas em cidades sabidamente mais populosas, casos de Atalanta, Catanzaro, Perugia, Verona e Vicenza, por exemplo. Rozzi caracterizou seu grupo de jogadores como um “fato social”, em referência ao sociólogo francês Émile Durkheim, que definiu o termo como: “Toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou, ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter”. Este conceito poderia ser aplicado ao time marquesão, que afetou e mexeu com os aspectos da sociedade local. Durante o período, Costantino participou da construção de outro estádio, o Ciro Vigorito, em Benevento.
O bom momento vivido ao término da temporada deu lugar a um turbulento início na Serie A, com oito derrotas nas 12 primeiras rodadas. Com isso, Fabbri foi demitido do cargo e Rozzi recorreu a um velho conhecido: Mazzone, que salvou os bianconeri de uma provável queda e pôs mais uma taça na galeria de troféus do clube ao conquistar o Torneio de Capodanno, tendo batido a poderosa Juventus de Dino Zoff, Gaetano Scirea, Antonio Cabrini, Marco Tardelli e companhia por 2 a 1. Costantino seguiu reforçando o time e contratou o zagueiro Andrea Mandorlini (ex-Atalanta) e os meias Giuseppe Greco (que já havia defendido o Picchio e estava na Lazio) e Walter De Vecchi (ex-Milan); o Ascoli ficou na sexta colocação. Nos dois anos seguintes, a equipe terminou na mesma posição (13º lugar).
A segunda passagem de Mazzone como técnico do clube ascolano foi encerrada na sétima rodada da Serie A 1984-85, após um mau início. O ex-atacante iugoslavo Vujadin Boskov, que havia treinado o Real Madrid cinco anos antes, foi anunciado por Rozzi. Apesar da mudança, o panorama não se alterou, e os bianconeri foram rebaixados ao lado de Lazio e Cremonese. Com a pré-temporada à disposição, Boskov desempenhou um bom trabalho e levou o Ascoli ao título da Serie B, o que garantiu o retorno imediato do time à elite. Aquela época marcou a última vez que o cartola participou da construção de um estádio – o Nuovo Romagnoli, casa do Campobasso.
O Presidentíssimo gostava de acompanhar as partidas no banco de reservas: aqui, ele brinca com Castagner (Arquivo/Rozzi)
Mais uma vez na primeira divisão, o Ascoli teve de lidar com uma nova mudança no comando. Isso porque Boskov foi para a Sampdoria – equipe com a qual venceria o scudetto em 1991 e seria vice-campeão europeu um ano mais tarde – e foi substituído por Aldo Sensibile, que compunha a comissão técnica do iugoslavo. Minado por péssimos resultados, Sensibile durou quatro meses no cargo e, em novembro, deu lugar a Ilario Castagner, segundo colocado da Serie A com o Perugia e de passagem pela dupla de Milão.
Os bianconeri, que se recuperaram e terminaram o campeonato ocupando o 12º lugar, venceram a Copa Mitropa, competição que reunia campeões das segundas divisões de alguns países. O torneio foi realizado na região das Marcas, nas cidades de Ascoli e Porto Sant’Elpidio e, com um gol de Fulvio Bonomi na finalíssima (contra o Bohemians Praha), o Picchio sagrou-se vitorioso. Na celebração, Rozzi, com suas inseparáveis meias vermelhas, se juntou ao elenco e exibiu a taça debaixo dos braços.
Castagner permaneceu ao longo de mais uma temporada e ajudou o Ascoli a se manter na elite. Já em 1988-89, deu lugar a Eugenio Bersellini na reta final do primeiro turno da Serie A e, pelo terceiro ano consecutivo, o clube das Marcas terminou na 12ª colocação. A década de 1980 marcou um período de maior assiduidade dos ascolanos na primeira divisão. Também foi quando Rozzi passou a ser conhecido como “Il Presidentissimo”, já que fazia praticamente tudo sozinho (administração, campanhas de venda de ingressos, contratações, assessoria de imprensa) e contava com a ajuda de apenas um secretário. Ferrenho opositor ao esbanjamento de um futebol elitizado, buscou a autossuficiência econômica, mas teve de recorrer a patrocinadores e fechou com a marca de roupas Pop 84.
Carismático, Rozzi constantemente participava de dois programas da Rai (La Domenica Sportiva e Il Processo di Lunedì), onde falava da sujeição psicológica dos árbitros, defendia a importância do esporte provincial e queixava-se de um sistema baseado na mais-valia e nas contratações de jogadores estrangeiros em detrimento do jogo e da valorização do patrimônio futebolístico nacional.
Ele chegou a ser profético quando deu a seguinte declaração. “A longo prazo, teremos um campeonato europeu com os maiores clubes de cada país e, ao mesmo tempo, outro torneio de caráter nacional, ou mesmo regional, com os demais. Juve, Inter, Milan e Torino inevitavelmente terminarão na elite e os outros melhores jogarão em um torneio diferente. Não há escapatória. Claro, no início teremos um trauma considerável, mas quando nos habituarmos a isso tudo parecerá mais normal”. Torino à parte, recentemente vimos o projeto da Superliga, arquitetado pela elite do futebol mundial, fracassar. Por tudo isso, Rozzi se estabeleceu de vez como um presidente folclórico, tal qual Romeo Anconetani (Pisa), Angelo Massimino (Catania) e Antonio Sibilla (Avellino).
Na virada para os anos 1990, Rozzi recebeu um diploma honorário em Sociologia pela Universidade de Urbino – um honroso reconhecimento a quem sempre prezou pelas relações sociais. Em campo, o Ascoli foi relegado à Serie B; Bersellini foi dispensado do cargo e Aldo Agroppi assumiu, mas o time acabou na lanterna do campeonato. A missão, então, tornava a ser uma só: voltar a disputar a primeira divisão. O Presidentíssimo contratou Nedo Sonetti para comandar os bianconeri e o resultado foi mais do que satisfatório: promoção através do quarto lugar e, de quebra, o atacante brasileiro Walter Casagrande, que defendia o Picchio, foi um dos artilheiros com 22 gols, ao lado de Francesco Baiano (Fiorentina) e Abel Balbo (Udinese).
Brincalhão e supersticioso, Rozzi mostra as suas inconfundíveis meias vermelhas durante uma partida do Ascoli (Arquivo/Rozzi)
Casagrande, que havia chegado na região das Marcas em 1987, foi um perfeito exemplo da bem sucedida política de contratações de Rozzi, que se dividia em algumas categorias: primeiro, grandes jogadores veteranos, considerados em declínio técnico (Dirceu, Liam Brady, Bruno Giordano, Fabrizio Lorieri, Pietro Anastasi e Walter Novellino, por exemplo); segundo, atletas consagrados de bom nível (Pedro Troglio e Patrick Vervoort); havia espaço para negociações midiáticas, como Hugo Maradona, irmão ruim de bola de Diego Armando (em 1987-88); e, por fim, promessas que vingaram, como Giuseppe Iachini, Lorenzo Scarafoni, Giuseppe Carillo, Pietro Zaini e Oliver Bierhoff.
Sobre Bierhoff, segundo dizem, também se tratava de uma jogada de marketing de Rozzi. Ele acreditava que o primeiro nome do atacante alemão (Oliver) era a aposta perfeita para anunciar na Alemanha um dos pratos mais populares da gastronomia das Marcas: olive all’ascolana, ou seja, azeitonas à moda de Ascoli, empanadas e recheadas com carne.
No verão de 1991, algumas mudanças. No elenco, uma grande baixa foi a ida de Casagrande para o Torino. No comando técnico, Giancarlo De Sisti foi escolhido como o novo treinador do time. Mas os bianconeri sofreram, especialmente na parte defensiva, obrigando o excelente arqueiro Lorieri a salvar como fosse possível. Com um meio-campo carente de maior inspiração individual e muitos jovens nomes, o Picchio passou a viver uma difícil fase, marcada por muitas derrotas. Como forma de protesto, a torcida estendeu uma faixa no Del Duca com os dizeres: “Alle retrocessioni siamo abituati, alla vergogna no” (estamos acostumados a rebaixamentos, não à vergonha).
Massimo Cacciatori, que foi goleiro nas categorias de base do Ascoli, substituiu De Sisti, mas viu sua equipe ter a queda decretada com cinco rodadas de antecedência, em derrota por 3 a 1 diante do Cagliari. Por pouco o Picchio não obteve outro retorno imediato à Serie A, mas graças à uma derrota na última rodada para o Padova (3 a 2), terminou no sexto lugar da segundona, mesma colocação que alcançaria um ano depois.
Costantino Rozzi faleceu no dia 18 de dezembro de 1994, no Hospital Mazzoni de Ascoli Piceno, por complicações decorrentes de um câncer no estômago. No mesmo dia, o Ascoli venceu o Pescara por 3 a 0, mas os bianconeri terminaram rebaixados à Serie C1 – meses depois, também perderam a decisão da Copa Anglo-Italiana para o Notts County, em Wembley. Com a morte de uma das figuras mais ilustres da cidade, 20 mil pessoas prestaram tributos ao eterno presidente comparecendo ao funeral de Rozzi, que recebeu mais homenagens: seu nome batiza a arquibancada sul do Del Duca, além de uma praça, uma avenida e um ginásio esportivo.
Para quem dizia que “não entendia nada de futebol”, ter disputado a Serie A em 14 dos 26 anos em que presidiu o Picchio, além dos ensinamentos deixados, foi a prova de que, com paixão e responsabilidade, é possível marcar seu nome na história. Foram quase três décadas à frente do clube que aprendeu a amar até o dia de sua morte. Desde então, o Ascoli veste meiões vermelhos nas partidas próximas ao dia 18 de dezembro, em um singelo e belo gesto à memória do Presidentíssimo.