Craque, decisivo, implacável: Hulk fez um Brasileirão para ganhar o reconhecimento que sempre mereceu | OneFootball

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·03 de dezembro de 2021

Craque, decisivo, implacável: Hulk fez um Brasileirão para ganhar o reconhecimento que sempre mereceu

Imagem do artigo:Craque, decisivo, implacável: Hulk fez um Brasileirão para ganhar o reconhecimento que sempre mereceu

Hulk chegou a ser um dos melhores atacantes do futebol europeu. Brilhou pelo Porto de André Villas-Boas que conquistou três títulos na mesma temporada. Chegou a ser muito especulado no Chelsea. Parecia uma transferência inevitável, mas cada um sabe o que quer para sua carreira e ele preferiu tomar outros caminhos. Firmou-se na seleção brasileira quando estava no Zenit e foi titular durante cerca de três anos, sempre debaixo de muitas críticas. Críticas exageradas.

Havia um componente compreensível nelas. Hulk era basicamente desconhecido da torcida brasileira. Saiu muito jovem do Vitória para jogar no Japão, e o Campeonato Russo não é o mais popular por aqui. Embora mais, nem o Português. Ele nunca foi um estouro e o apelido pode ter levado o torcedor a descobri-lo com a concepção prévia de que se tratava apenas de um jogador de força. Estava no 7 x 1 e… bom, aquele foi um dia complicado.


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Mas Hulk também nunca teve uma chance com o público geral e era alvo até de chacota, um discurso que não se adequava ao que apresentava pelos clubes e de vez em quando na seleção brasileira. Ao retornar ao Brasil, ganhou a oportunidade de trocar o senso comum desfavorável a ele pela realidade de que se trata de um dos melhores atacantes brasileiros da última década.

Com 33 gols desde que acertou pelo Atlético Mineiro, a artilharia do Campeonato Brasileiro e papel de protagonista na quebra de um jejum de 50 anos de uma das maiores torcidas do país, parece que conseguiu cumprir muito bem essa missão. O futebol brasileiro pôde observar Hulk de perto e, se prestou atenção, passará a valorizá-lo muito mais. Ele teve uma história bonita associada a um clube do país onde nasceu. Isso costuma ser muito caro aos jogadores.

A sua contratação era um pênalti sem goleiro. A repatriação da China às vezes é problemática pela questão física, mas ele sempre se destacou nesse quesito, além de ser um jogador de alto nível técnico, acima da média do futebol brasileiro. E estava batendo uma boa bola. Precisou de um tempinho para se adaptar, até porque havia passado três meses inativo. No fim de abril, admitiu que não estava em grande forma e cobrou em público uma sequência maior para ganhar confiança. Na partida seguinte, saiu do banco de reservas contra o América de Cali e marcou duas vezes na vitória por 2 a 1 pela fase de grupos da Libertadores.

A partir daí, ficou mais difícil tirá-lo do time. Hulk marcou duas vezes também na rodada seguinte da Libertadores, contra o Cerro Porteño, teve atuação destacada nas quartas de final contra o River Plate e deixou seu nome no placar em quase todos os jogos da caminhada até a final da Copa do Brasil – passou em branco apenas duas vezes. Enquanto isso, seus gols garantiam pontos importantes na arrancada inicial do Atlético Mineiro no Campeonato Brasileiro. Garantiu três com um chute forte de fora da área na segunda rodada contra o Sport. Mais três virando o jogo contra o Corinthians, com direito a uma linda cobrança de falta. Empatou contra o Juventude, antes de Nathan Silva marcar nos acréscimos, no jogo que levou o Galo à liderança pela primeira vez.

Ganhou a companhia de Diego Costa, fazendo uma dupla de ataque que poderia levar um time ao título da Premier League cinco ou seis anos atrás. Mas quem continuou sendo o craque do time foi ele. Quando o Brasileirão entrou na reta final, e os nervos de um time há tanto tempo na fila se tornaram tão relevantes quanto os aspectos táticos e técnicos, ele fez os gols da vitória por 2 a 0 sobre o Juventude, empatou contra o Palmeiras, virou contra o Fluminense e na última quinta-feira bateu o pênalti que deu início à reação que selou o título diante do Bahia. E na Bahia.

“Sempre falamos que faltava um pouquinho, mas este momento chegou”, comemorou Hulk, segundo o Super Esportes. “Desde o jogo contra o Flamengo na terça-feira, comecei a pensar e falei: ‘Deus é muito maravilhoso na nossa vida’. Para quem não sabe, eu comecei aqui em Salvador, com 16 anos, vim para o Vitória, me tornei profissional, fiz apenas dois jogos no Brasileiro e fui embora. Passei quase toda a carreira lá fora. Poder voltar aqui, onde comecei, onde dei meu primeiro toque na bola como profissional, e poder comemorar um título desta expressão, com um clube que estava há 50 anos sem ganhar…”.

Foi realmente especial. Com 18 gols, e duas rodadas pela frente, Hulk será o artilheiro do Campeonato Brasileiro. Também deve papar todos os prêmios individuais. Teve uma temporada brilhante para chamar de sua por estas bandas e não passou nenhum sinal de que não poderá repetir um desempenho parecido ano que vem. O mais importante foi ter conseguido encerrar a agonia da torcida do Atlético Mineiro, mas o título também serviu para dar a Hulk o reconhecimento que ele sempre mereceu.

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