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·03 de setembro de 2025

Dá zero pra ele! Presidente do Confiança cita folha do Flamengo e se atrapalha sobre fair play financeiro

Imagem do artigo:Dá zero pra ele! Presidente do Confiança cita folha do Flamengo e se atrapalha sobre fair play financeiro

A discussão sobre a introdução do fair play financeiro no Brasil se tornou cada vez mais comum nos últimos anos, mas ainda carrega diversas dificuldades de interpretação que causam dúvidas sobre o tema. E uma declaração do presidente do Confiança, envolvendo o Flamengo, deixou isso muito claro novamente.

Pedro Dantas, dirigente máximo do clube de Sergipe, comentou à "ESPN" que vê a necessidade da implementação do fair play financeiro o mais rápido possível no Brasil. No entanto, usou erroneamente o Flamengo como exemplo de um dos clubes impactados pela medida.


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"O fair play financeiro, a gente vai precisar. Porque, se não, a distância dos times vai ficar muito grande. Vamos botar um time como o Flamengo, hoje, que tem uma folha de R$ 40 milhões ao mês. E tem time na Série A que tem uma folha de R$ 5 milhões ao mês. A diferença é muito grande", disse.

A questão é que, ao contrário do que o presidente erradamente afirmou, o fair play financeiro não alteraria em nada a diferença de folha salarial entre os times. Ao invés disso, o mecanismo impede que times gastem mais do que arrecadam, tornando-se insolúveis como vários do futebol brasileiro atual.

"Daqui a pouco, vai acabar a concorrência. Há quatro, cinco times que estão há uma década brigando por títulos. E os outros só estão jogando. Isso é ruim. Quando você vai para uma Inglaterra, o Leicester um dia desses foi campeão. O Arsenal briga pelo título, o Liverpool briga, o City briga, o Chelsea briga", afirmou.

A fala do dirigente foi equivocada em vários pontos. Na verdade, a concorrência no Brasil segue bem acima da Inglaterra. Considerando as últimas cinco edições do Brasileirão, quatro times diferentes venceram: Flamengo, Atlético-MG, Palmeiras e Botafogo. Na Premier League, foram dois: Manchester City e Liverpool.

Aliás, a Premier League só teve dois campeões diferentes nos últimos oito anos, intervalo em que o Brasil teve cinco. O título do Leicester, obviamente, foi algo completamente fora da curva. E Dantas foi além, alegando que "dez clubes" brigam pelo título em um país como a Inglaterra, por exemplo.

"Então, você tem dez clubes brigando pelo título. No Brasil, o Botafogo apareceu agora, mas só estava dando Flamengo e Palmeiras, Flamengo e Palmeiras. Os dois com poderes aquisitivos muito grandes. Então, se a gente não tiver, vai ficar muito diferente e vai ficar um campeonato feio", alegou.

Cobrança de punições por parte da CBF

Enquanto seguia no show de desinformação sobre o fair play financeiro, Pedro Dantas tocou em um ponto importante. O dirigente destacou que a CBF precisa encontrar uma forma de impedir que clubes inadimplentes com alguma negociação consigam usar jogadores não pagos em campo.

"Então, a gente tem que estudar uma forma de ter um fair play financeiro, de ter uma igualdade entre os clubes. E também, como a gente discutiu muito lá na CBF, tem que se arrumar um jeito de um clube não poder ficar devendo a outro", destacou.

O próprio Flamengo sofre com isso, já que vendeu o volante Thiago Maia ao Internacional e nunca recebeu pelo negócio. Enquanto isso, o atleta segue atuando normalmente pelo time gaúcho. Para o presidente do Confiança, o certo seria desfazer a transferência. E mais uma vez usou o Flamengo de exemplo.

"Se não tiver condições de pagar, devolve o atleta, desfaz a negociação. Mas não pode utilizar um atleta que pertence ao Confiança, está jogando no Flamengo, e o Flamengo não pagou ao Confiança. Então, o Confiança perdeu aquele jogador e está indo para o Flamengo, que não pagou ao Confiança", disse.

Por fim, Dantas ressaltou que clubes que não arcam com os pagamentos precisam ser punidos. Cabe, porém, à CBF fazer esse controle e impedir que novos calotes aconteçam no futuro.

"Isso não existe. A CBF tem que arrumar um jeito para que os clubes honrem seus compromissos com os outro. Se não conseguirem honrar, que tenham algum tipo de punição", finalizou o presidente do Confiança.

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