AVANTE MEU TRICOLOR
·01 de julho de 2025
Das quatro saídas do São Paulo neste meio de ano, duas devem fazer muita falta para Crespo

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·01 de julho de 2025
Hernán Crespo chegou em meia ao vaivém de transferências no Tricolor (Foto: Erico Leonan/SPFC)
MARCIO MONTEIRO
@avantmtricolor
O mês virou, passamos da metade do ano, e nesta terça-feira (1) pelo menos três jogadores do São Paulo já tem suas saídas decretadas. Outro nome ainda negocia sua transferência, e deve ter também seu final de ciclo no Tricolor anunciado nos próximos dias.
Os confirmados sãoo lateral direito Igor Vinícius, o zagueiro Ruan e o volante Liziero. Todos eles não defendem mais as cores do São Paulo. Já o meia Matheus Alves ainda acerta os últimos detalhes contratuais com o CSKA, da Rússia, seu próximo time.
Cada situação foi diferente. Igor Vinícius, há seis anos e meio no clube, tinha contrato até o final deste ano de 2025. Ou seja, já poderia assinar pré-contrato com outra equipe para se transferir depois, mas como não faz mais parte dos planos do São Paulo,foi liberado para sair já neste meio de temporada e acertou com o Santos.
O segundo jogador que mais tempo tinha de casa, atrás apenas de Arboleda, Igor não vai deixar saudades. Não é de hoje que o lateral caiu de rendimento e perdia posição para seus concorrentes, mesmo que extremamente veteranos.
Desde 2023, com a chegada de Rafinha, deixou o time titular e só a recuperou quando o experiente capitão sofria com lesões. E quando jogava, não agradava. Igor Vinícius não era mais efetivo no ataque, errando muitos cruzamentos e descidas, e na defesa comprometia.
Algumas faltas acima do tom e deslizes defensivos marcaram os últimos anos do jogador no Morumbi. Neste 2025, com a saída de Rafinha, parecia que voltaria ao posto na lateral. Mas a chegada de outro atleta experiente minou os planos.
O português Cédric Soares chegou em contrato de risco ao clube, e o risco quem corria era Igor Vinícius. Ainda em má fase, perdeu a posição para o lusitano, que agradou à comissão técnica do ex-treinador Luis Zubeldía.
Mesmo com a carência no setor, queperdeu o jovem Maik lesionado por algumas semanas, Igor não fará falta pelo apresentado em campo. Mais fazia o torcedor passar raiva do que ter alegrias em campo. Nas redes sociais, a manifestação de grande parte da torcida são-paulina era de agradecimento pela saída do jogador.
Situação diferente tinha Ruan, que estava emprestado junto ao italiano Sassuolo ao São Paulo somente até junho passado. Após novela e muitas tentativas do Tricolor em continuar com o zagueiro,a negociação com os europeus enfim terminou, com final infeliz para as partes, já que o defensor queria permanecer no Morumbi.
Esta saída, sim, complica as coisas ao São Paulo. Isso porque Hernán Crespo vem treinando em suas primeiras atividades em sistema com três zagueiros, já apontado como sua preferência. Assim, hoje ele tem à disposição Alan Franco, Arboleda, Ferraresi e Sabino, além do jovem Igão, que estava no profissional, retornou à base nos últimos meses, mas deve voltar a aparecer na Barra Funda com a carência no setor defensivo.
A situação de Ruan dividiu a torcida. Muitos achavam absurdo o São Paulo insistir tanto em um zagueiro teoricamente reserva. Outro lado defendia a permanência do atleta, muito por conta de suas boas últimas atuações com a camisa tricolor.
Ruan chegou sem muito alarde, até mesmo bastante criticado na Itália por algumas falhas, mas trabalhou e foi conquistando seu espaço. Após um início irregular, foi se ajustando e fez grandes atuações, inclusive em clássicos, dando segurança à defesa são-paulina.
Agora, decretada a saída, não vai ter jeito. Para o torcedor que reclamava que o clube, já bastante endividado, teria que pagar alguns milhões por Ruan, vai ver o Tricolor ir ao mercado para contratar a peça de reposição, pedida por Crespo.Gustavo Medina, da Ferroviária, é o nome provável de acerto.
Mais um quechegou ao fim de seu contrato e não ficou é Liziero. Porém, neste caso, o volante revelado em Cotia não era mais pretendido pelo São Paulo. Após idas e vindas, muitas contusões e pouco futebol apresentado, sai pela porta de trás do clube.
Em sua primeira passagem, quando subiu ao profissional e teve até um de seus grandes momentos no São Paulo com Crespo, em 2021, oscilou entre boas e más atuações, já começou a conviver com lesões.
Nas temporadas seguintes acumulou empréstimos ao Internacional, Coritiba e até se aventurou no Yverdon-Sport, da Suíça. Voltou em 2024 e ganhou algumas chances com Luis Zubeldía, com alguns bons jogos.
Uma situação de possível transferência ao Sport, no entanto, na virada de 24 para 25, azedou o clima com o Tricolor. A proposta pernambucana dita por Liziero, nunca chegou de fato, e o clube encostou de vez o jogador, esperando o término de seu contrato agora em junho. É peça que não fará nenhuma falta ao atual elenco.
Para finalizar, mais uma perda que será sentida. Matheus Alves, meia de 20 anos, acerta as últimas pendências para se transferir ao russo CSKA. A torcida pouco pode ver sua revelação atuando no profissional. Foram apenas 15 jogos e 705 minutos em campo pelo Tricolor, com duas assistências, mas nenhum gol marcado.
A situação catastrófica econômica do clube adiantou a venda, que poderia ser muito melhor no futuro. Alves foi vendido por cerca de 6 milhões de euros, que poderia ser muito mais se o jovem tivesse mais participações em campo. Além disso, foi convocado para a Seleção Brasileira Sub-20 e pode se valorizar com boas atuações futuras pelo time nacional.
Na seca do São Paulo por meias, todos lesionados, foi Alves quem quebrou o galho de Zubeldía, com algumas partidas importantes. Como todo jovem em transição, oscilou bastante e não teve tempo para se firmar como titular em um conturbado ambiente de tensão no time.
Além do talento que exibe em campo, Matheus Alves irá fazer falta também ao São Paulo nos caixas, já que poderia render um lucro muito maior em uma negociação futura.