Jogada10
·19 de novembro de 2025
De patinho feio à potência: Funkbol se reinventa e vira sensação na Kings League

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·19 de novembro de 2025

Em menos de um ano de existência, o Funkbol saiu do anonimato, enfrentou as dificuldades naturais de uma equipe recém-nascida e, após terminar o primeiro split da Kings League Brasil na penúltima colocação, alcançou uma surpreendente terceira posição na Kings Cup Brasil. O salto não foi obra do acaso. Pelo contrário: foi fruto de uma mudança profunda na estrutura interna, na cultura organizacional e na forma de encarar o projeto.
Quem explica o processo é Gabriel Lima, um dos fundadores do Funkbol, que conversou com o J10 para detalhar a reconstrução que levou a equipe a deixar a parte de baixo da tabela para se tornar uma das franquias mais relevantes da competição.
Segundo Gabriel, o primeiro grande divisor de águas foi entender que competir na Kings League exige muito mais que montar um elenco e entrar em campo. A virada começou quando o Funkbol assumiu que precisava funcionar como uma organização profissional. Assim, existindo processos, equipes dedicadas e responsabilidades claras.
“A principal mudança foi a gente conseguir alinhar a nossa expertise de futebol com a organização como empresa. Criamos, de fato, uma estrutura com pessoas dedicadas à plataforma, conteúdo, logística, preparação física e técnica. A gente criou o futebol como uma empresa.”
O diagnóstico do fundador é direto. Afinal, no primeiro split, o projeto ainda tinha traços de um passatempo. No segundo, se transformou em um negócio organizado, com funções definidas e planejamento contínuo.
O impacto da profissionalização apareceu também fora das quadras. Diferentemente de franquias que aproveitaram audiências pré-existentes, o Funkbol começou do zero. Ou seja, um perfil zerado, comunidade do zero, base de fãs construída do zero. Mesmo assim, tornou-se rapidamente uma das franquias mais seguidas da Kings League Brasil.
“Hoje somos o quinto time mais seguido da liga. Acima da gente, três já existiam há muito tempo como organização e o outro chegou à final. E mesmo assim estamos ali, entre os maiores.”
Nos últimos meses, o alcance impressionou: quase 20 milhões de pessoas por mês e aproximadamente 40 milhões em um período de 90 dias. O conteúdo leve, irreverente e constante virou um dos pilares da identidade do Funkbol.
“A gente preza demais pelo conteúdo. A gente leva a sério, mas com leveza. Ganhando ou perdendo, entregamos entretenimento do mesmo jeito.”

Funkbol ficou marcado na Kings não só pelo futebol, mas também por sua irreverência – Foto: Divulgação / Funkbol Clube
O Funkbol se tornou querido dentro e fora da Kings League. A presença do humorista Michel Elias como um dos presidentes e a força cultural do MC Hariel, outro dos líderes do projeto, ajudaram a criar o ambiente irreverente que virou marca registrada. O mascote, sucesso imediato no primeiro split, reforçou ainda mais essa identidade.
Com isso, surgiu uma percepção equivocada entre rivais e torcedores. Afinal, muitos começaram a ver o Funkbol como “o time do conteúdo”. Gabriel diz que isso mudou.
“Todo mundo achava que a gente estava ali só para fazer conteúdo, que não ia jogar bola. Agora conseguimos mostrar que sabemos jogar também. Trouxemos performance para a mesma balança.”
A evolução da franquia não se limita ao resultado dentro de quadra. Gabriel revela que a temporada de 2026 já começou a ser planejada e com ambições grandes. O objetivo esportivo é claro: disputar o título. Mas também uma expansão pode estar chegando nos bastidores do Funkbol.
“Temos um planejamento muito grande de expansão de audiência, entrando em novos formatos de conteúdo e em novas conversas com a comunidade. Estamos nos conectando com música, com eventos culturais e esportivos. Queremos expandir nossos territórios. O Funkbol quer ser enxergado no médio e longo prazo como uma organização, e não somente como um time da Kings League. A gente entende que está construindo um movimento.”
Esse movimento, segundo ele, tem um objetivo central. Afinal, a organização quer se manter ligado à periferia e devolver oportunidades às comunidades que abraçaram o projeto.
“A gente quer ser da quebrada, da periferia. É quem nos abraçou. Queremos devolver mais possibilidades, de calendário, de conexão, de presença.”
Contudo, existe a possibilidade de o Funkbol entrar em outros esportes no futuro, acompanhando uma tendência que Gabriel vê se espalhando pelo Brasil.
“Esse boom da gamificação no esporte vai atingir outras modalidades. E por que não o Funkbol ter um time em outro esporte? Tudo o que a gente fizer será com a mesma autenticidade que você vê hoje.”
O Funkbol nasceu do zero, virou meme, virou time querido, virou audiência, virou pódio. Agora, quer virar algo maior: uma organização que extrapola o universo da Kings League. O próximo capítulo começa em 2026. E até aonde o Dino pode chegar, ninguém sabe.









































