Jogada10
·14 de julho de 2025
Denunciado, Yamal pode ser penalizado por discriminação durante sua festa de 18 anos

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·14 de julho de 2025
A comemoração do aniversário de 18 anos de Lamine Yamal, joia do Barcelona e da geração espanhola, se tornou caso judicial após fortes críticas à organização do evento. Isso porque, de acordo com a imprensa local, o astro contratou pessoas com nanismo para compor o entretenimento do evento — causando revolta generalizada. A ação resultou em uma denúncia formal apresentada por uma entidade de defesa dos direitos das pessoas com deficiência.
Realizada no sábado (12), a festa ainda contou com uma apresentação privada do cantor espanhol Ozuna — contratado por um cachê milionário. Fontes indicam que o artista cobrou algo em torno de 500 mil euros (cerca de R$ 3,2 milhões) apenas para fazer uma breve participação no evento.
A festa encerrou o padrão de vida luxuoso adotado pelo jovem durante as férias. Antes de celebrar os 18 anos em Ibiza, o espanhol passou por cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Marbella, Sicília e Xangai. Contudo, apesar das boas memórias, ainda não se manifestou sobre a polêmica do aniversário.
A Associação de Pessoas com Acondroplasia e Outras Displasias Esqueléticas com Nanismo (ADEE), da Espanha, protocolou a denúncia contra o jogador. A organização alega que a contratação dos indivíduos com nanismo teria ocorrido sem outra finalidade que não a de servir como atração visual. O que se constitui como um ato discriminatório e degradante, como apontado pela entidade.
“Hoje veio à tona que, durante as comemorações do aniversário do jovem Yamal, figura de destaque do futebol espanhol, várias pessoas com nanismo foram contratadas para participar de atividades de entretenimento. Isso sem outro propósito senão servir de atração. Para a Associação, trata-se de uma prática inaceitável, pois perpetua estereótipos, alimenta a discriminação e prejudica os direitos das pessoas com nanismo”, dizia um trecho.
A ADEE confirmou que tomará medidas tanto na esfera jurídica quanto na social. O objetivo, segundo a instituição, é garantir o respeito à dignidade humana e combater condutas que reforcem estigmas.
A legislação espanhola referente aos direitos das pessoas com deficiência proíbe explicitamente qualquer prática de entretenimento que utilize indivíduos em condição de deficiência para fins de escárnio. Considera-se tal conduta como grave afronta à dignidade humana e, portanto, passível de sanção.
De acordo com as normas em vigor, se as autoridades considerarem o caso como infração “muito grave”, o atacante poderá enfrentar multa de até 1 milhão de euros — valor que, na cotação atual, equivale a cerca de R$ 6,5 milhões.
A presidente da ADEE, Carolina Puente, destacou que a visibilidade do astro agrava ainda mais a situação. Para ela, o envolvimento de uma figura de alto alcance social contribui negativamente para a formação de valores entre o público jovem.
“Quando uma pessoa com influência social participa deste tipo de situação, o dano é ainda maior. Transmite à sociedade, especialmente aos mais jovens, que a discriminação se torna aceitável. Devemos erradicar essa ‘coisificação’ da diferença e educar com respeito e igualdade”, pontuou.
A repercussão ganhou força nas redes sociais, gerando milhares de interações com o comunicado da associação. O episódio provocou um debate mais amplo sobre a responsabilidade social de atletas e figuras públicas. No entanto, como mencionado, o jogador ainda não se manifestou oficialmente sobre as acusações ou sobre os detalhes da organização da festa.