Desesperado, Casares convida oposição para conhecer projeto de parceria por Cotia: menos da metade do Conselho é favorável ao FIP | OneFootball

O desespero parece ter pairado sobre Julio Casares. E, em uma atitude inédita nesses quase seis anos de gestão, o presidente do São Paulo fez convite formal a conselheiros de oposição e pessoas influentes do clube que são contrárias à sua administração para um encontro com a Galápagos a fim de explicar melhor o já famigerado fundo de investimento em participações (FIP), o projeto que prevê a entrada de capital externo nas categorias de base do Tricolor.

Conforme o AVANTE MEU TRICOLOR apurou, oposicionistas começaram a ser convidados no fim da semana passada para a reunião, que pode ser realizada no decorrer desta semana, na sede da financeira, na Avenida Rebouças (região oeste da capital paulista).

O objetivo, claro, é o mesmo de quando o dirigente fez o mesmo com sua base aliada, ainda em setembro: tentar sanar dúvidas e, principalmente, tentar convencer que não se trata de uma SAF da base, ou seja, que o dirigente não pretende ‘vender’ as promessas de Cotia. O plano era se propagar o quão benéfico ao São Paulo seria o projeto.

Trata-se de um segundo aceno concreto de Casares a seus opositores. O primeiro, também na semana passada, foi o empossamento de Flávio Marques, espécie de líder atual da oposição no Conselho, para um posto no comitê responsável por avaliar o impacto do déficit histórico registrado pelo São Paulo em 2024.

Claro que o simbolismo a ser passado é o de quão democrático é o clube do Morumbi. Mas a bem da verdade, a atitude transmitida é de trata-se do tudo ou nada do presidente em busca da aprovação do seu último grande projeto na cadeira de mandatário.

Polêmico, o FIP rachou de vez a base aliada de Casares e quase culminou na saída de Carlos Belmonte da diretoria de futebol após a eliminação são-paulina na Copa Libertadores para a LDU.

O trabalho é árduo, visto que nomes grandes entre os cardeais tricolores, incluindo o de ex-presidentes, vêm liderando o trabalho de se reprovar a votação do FIP no Conselho Deliberativo.

A questão não é nem alguma birra dos cardeais ou coisa do tipo com Casares. A reclamação constante dos conselheiros é que pouca coisa foi esclarecida pelo presidente nos encontros. E que os contratos sequer foram disponibilizados para análise. Curiosamente, após a queixa ser vazada, veículos de imprensa receberam detalhes do projeto da Galápagos.

Estimativa de fontes consultadas pelo AMT no decorrer deste final de semana apontam que menos de 100 dos 255 conselheiros são-paulinos se comprometeram com Casares a aprova o FIP caso ele vá para votação no órgão. Número insuficiente para ser aprovado. Pela derrota certa, mesmo tendo o aval do Conselho de Administração, o projeto ainda não foi encaminhado ao Conselho.