Destaque da Tunísia, Laïdouni é um meia incansável com tripla nacionalidade que parece prestes a dar um salto | OneFootball

Destaque da Tunísia, Laïdouni é um meia incansável com tripla nacionalidade que parece prestes a dar um salto | OneFootball

In partnership with

Yahoo sports
Icon: Trivela

Trivela

·22 de novembro de 2022

Destaque da Tunísia, Laïdouni é um meia incansável com tripla nacionalidade que parece prestes a dar um salto

Imagem do artigo:Destaque da Tunísia, Laïdouni é um meia incansável com tripla nacionalidade que parece prestes a dar um salto

A Copa do Mundo pode ser uma plataforma importante para jogadores pouco conhecidos ganharem reconhecimento e uma transferência que muda suas carreiras. A Tunísia surpreendeu nesta terça-feira e conseguiu arrancar o empate por 0 a 0 com a Dinamarca, não apenas com uma boa atuação defensiva, sua especialidade, mas também sendo perigosa no ataque. E com Aïssa Laïdouni, um desses que parece prestes a dar um salto, se destacando no meio-campo.

Laïdouni é uma novidade relativamente recente da Tunísia. Tem 25 anos, mas estreou pela seleção apenas em março de 2021. Chegou para ficar: desde então, disputou todas as partidas possíveis, menos a Copa Árabe, geralmente completando os 90 minutos. É raro que seja substituído, como aconteceu na partida desta terça-feira – apenas aos 43 do segundo tempo, provavelmente porque havia deixado todo o seu pulmão em campo.


Vídeos OneFootball


A demora para começar sua trajetória pela Tunísia pode ser explicada pelo excesso de opções. Nascido em Montfermeil, subúrbio de Paris, Laïdouni tem tripla nacionalidade: francesa, argelina e tunisiana. Em abril de 2016, ainda com 19 anos defendendo o Angers, foi questionado se estaria interessado em defender a Argélia na Olimpíada do Rio de Janeiro, mas disse que “preferia focar no final da temporada com o clube”. Não foi convocado.

Em outra entrevista, ao site argelino Gazette du Fennec, em novembro de 2020, admitiu que havia sido procurado pela Tunísia, mas disse que queria defender a Argélia. “Trabalho muito com o meu clube e espero ter a atenção de Djamel Belmadi (técnico da Argélia). Sei que é difícil ter um lugar, mas não coloco na minha cabeça que não possa fazer isso. Recebi uma ligação da federação tunisiana, mas quero jogar pela Argélia”, disse.

Não rolou, porém, e em 2021 ele acabou optando pela Tunísia, sem esquecer a Argélia. “Escolher a Tunísia em vez da seleção argelina foi uma escolha muito difícil”, afirmou. “Serei um fiel defensor da Argélia, país de origem do meu pai. Eu realmente espero que eles se classifiquem para a Copa do Mundo”. Embora muito talentosa, a Argélia perdeu o playoff decisivo das Eliminatórias Africanas para Camarões, com contornos épicos. Laïdouni disse que foi uma “grande decepção para eles” e que espera que a Argélia retorne em 2026 e faça a final da Copa do Mundo com a Tunísia.

Enquanto resolvia sua vida internacional, Laïdouni foi cavando seu espaço no futebol de clubes. Fez apenas um jogo no time principal do Angers, com empréstimos ao Chambly e ao Les Herbiers, da terceira divisão francesa, antes de sair para o Voluntari, da Romênia. Após dois anos, foi contratado pelo Ferencváros e participou de dois títulos húngaros. Ganhou experiência de Champions League também, enfrentando Barcelona e Juventus, em 2020.

Segundo seu perfil no Guardian, está de olho em uma transferência para Inglaterra ou Alemanha. “São dois campeonatos que me empolgam. Quero apenas dar o meu melhor em cada partida. Eu sempre tento avançar. Mas não há nada garantido no futebol. É por isso que você nunca deve parar de trabalhar e se superar. Esse é meu foco: continuar o embalo”, afirmou. E ele realmente joga como se nada estivesse garantido.

Basta olhar este desarme em cima de Christian Eriksen e a maneira como o comemorou. Completou 82% dos seus passes – 37 de 45 – e teve bons números defensivos, com três bolas afastadas, uma interceptação e dois desarmes. Não foi driblado e ganhou cinco dos seus seis duelos por baixo. Teve um papel importante travando o meio-campo da Dinamarca, que conta com Hojbjerg e Eriksen, e foi um dos melhores em campo para a Tunísia.

Os africanos mostraram sua principal qualidade: a defesa. Desde a Copa Africana de Nações, em janeiro, a Tunísia fez 10 partidas e foi vazada em apenas uma delas (cinco vezes, pelo Brasil). O sistema defensivo não depende apenas de zagueiros e goleiros, mas também dos meio-campistas, e Laïdouni sabe contribuir tanto atrás quanto na frente. Com mais atuações como esta, nada o impede de conseguir a transferência que deseja para a Premier League ou para a Bundesliga.

Saiba mais sobre o veículo