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·31 de outubro de 2024

Doçura ou travessura?

Imagem do artigo:Doçura ou travessura?

No creo en brujas pero que las hay, las hay. E se elas existem, esta quinta-feira foi a noite delas. Em dia de Halloween, SC Braga e Vitória SC aqueceram a região Minho com um dérbi que teve de tudo: bom futebol, nervos à flor da pele e polémica, muita polémica. No final, os arsenalistas superiorizaram-se - de forma justa pela melhor segunda parte - e venceram por 2-1, resultado que permite à equipa avançar para a final four da Allianz Cup.

Carlos Carvalhal promoveu apenas duas mudanças no onze em relação ao último duelo, com os regressos de João Moutinho e Roberto Fernández às escolhas. O técnico minhoto manteve a linha defensiva intacta e em alguns momentos voltou a ver-se a construção a três, com João Ferreira mais por dentro, mas desta vez o 4x2x3x1 foi predominante e Roger Fernandes foi mais extremo do que ala.


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Do outro lado, Rui Borges lançou Charles Silva, Alberto Baio e João Mendes para o onze inicial. Todos responderam afirmativamente à chamada, mas um destaque particular para o lateral direito, que vigiou muito bem Bruma e foi várias vezes solução para os vimaranenses saírem para o ataque.

Como manda a tradição, dérbi do Minho tem que ser quentinho no relvado e assim foi desde o primeiro minuto. Apesar das bancadas despidas no Municipal de Braga, também pelo boicote das claques de ambas as equipas à Allianz Cup, a temperatura subiu à flor da relva e a primeira parte foi durinha, mas também bem disputada.

Entrou melhor a equipa da casa, com mais bola e a procurar sufocar a saída adversária, mas quando os vitorianos se soltaram das amarras... fizeram golo. Tiago Silva - organiza e distribui com passes com a precisão de um cirurgião - teve espaço para pensar o jogo como gosta e lançou João Mendes na esquerda, com tempo e espaço suficientes para encontrar Nuno Santos em zona interior. O génio do criativo fez o resto, com um pontapé fabuloso ao ângulo mais distante.

Embora a desvantagem madrugadora, os Gverreiros do Minho mantiveram a cabeça fria e continuaram a ter mais bola, embora em matéria de oportunidades a partida se tenha equilibrado. Mais objetivo e a fazer bom uso da referência em Nélson Oliveira - intratável no jogo em apoio e nas divididas com Sikou Niakaté -, o Vitória SC chegou a zonas de finalização em menos toques e o SC Braga trabalhou mais os lances.

De bola parada, aos 22', Sikou Niakaté empatou e a tendência foi para que também as equipas convergissem no equilíbrio em termos exibicionais. Nélson Oliveira arrancou uma defesa apertada a Matheus Magalhães e Roger Fernandes respondeu com uma bola ao ferro. Em tempo de descanso, empate perfeitamente ajustado à realidade da partida.

Travessura em forma de penálti

Em Noite de Bruxas, a segunda parte foi a doçura para o SC Braga e a travessura para o Vitória SC. Carlos Carvalhal ganhou com as alterações feitas, primeiro ao intervalo e depois nos minutos iniciais da segunda metade. O meio-campo com João Moutinho, André Horta e Rodrigo Zalazar permitiu aos arsenalistas superiorizarem-se ao adversário e Gabri Martínez trouxe agitação ao flanco direito por via da verticalidade que lhe é inata.

Os anfitriões cresceram e o momento era o de maior desequilíbrio entre as forças. O SC Braga instalou-se mais tempo no meio-campo ofensivo, aproximou-se da área adversária e o Vitória SC perdeu capacidade para sair, tanto pela forma mais curta como pela forma mais longa, com o desgaste a passar fatura a Nélson Oliveira.

A equipa da casa aproximava-se do golo e ele acabou mesmo por surgir, ainda que com muita polémica à mistura. O vídeo-árbitro (VAR) chamou Fábio Veríssimo para rever um lance entre Amine El Ouazzani e Toni Borevkovic e embora não aparente existir grande penalidade, o árbitro da partida teve uma opinião contrária, apontou para a marca e expulsou o defesa central croata. Bruma - sempre desconcertante, ainda que tenha tido um duelo difícil pela frente - ainda perdeu o primeiro cara a cara com Charles Silva, mas o guarda-redes saiu da linha de baliza antes do tempo e o castigo máximo foi repetido, desta feita com sucesso.

Com menos uma unidade e a precisar de correr atrás do resultado, o Vitória SC perdeu o equilíbrio e o SC Braga teve várias chances para matar a eliminatória, mas a finalização deixou a desejar. Ainda assim, a equipa bracarense segurou a vantagem e equilibrou o score na temporada 2024/25 com o eterno rival, vingando o desaire sofrido na partida do campeonato. O conjunto de Carlos Carvalhal segue, desta forma, para a fase final de Leiria.

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