Calciopédia
·17 de dezembro de 2019
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“Coreia, Coreia, Coreia”. Em uníssono, aquele cântico tão dolorido quanto irreverente podia se ouvir das arquibancadas. Quase sempre. Em tardes frias ou ensolaradas; sob um chuvisco de outono ou com a neve que anunciava o inverno; em derrotas, empates ou mesmo vitórias, ele não era poupado. Um fantasma barulhento perseguiu Edmondo Fabbri durante anos e seus diferentes tons de voz não saíam de sua cabeça. Ninguém sentiu tanto o vexame da Itália na Copa do Mundo de 1966 quanto o treinador da seleção na inglória partida de Middlesbrough, que marcou a fatídica derrota dos azzurri para a fraca Coreia do Norte.
Até morrer, em 1995, Fabbri tratou da campanha italiana de maneiras distintas – até incongruentes. De vez em quando, ele dizia que não desejava o que passou “nem para o pior inimigo”. Outras vezes, desconversava e afirmava que a derrota havia acontecido muito tempo atrás. Era mentira. Edmondo passou as três últimas décadas de sua vida atormentado por duas questões. A primeira: o que teria sido de sua carreira se não tivesse aceitado o convite para assumir a Nazionale? A segunda: o que lhe fugiu do controle naquele julho de 1966?
Antes de tentarmos explicar tudo isso, voltemos a 1921. Em novembro daquele ano, nas imediações de Ímola, na Romanha, nascia Edmondo Fabbri – que viria a ser apelidado como Mondino ou Topolino, em virtude de sua diminuta estatura. O baixinho estreou no futebol com apenas 17 anos, vestindo a camisa do Imola, que disputava a divisão regional da Emília-Romanha. Ala de muita velocidade e características ofensivas, Fabbri passou pelo Forlì, na Serie C, e em 1940 aportou na Atalanta, recém-promovida à elite.
Na Dea, Mondino se transformou numa das principais promessas do futebol italiano, seja com gols marcados ou com assistências. As chances na seleção principal nunca vieram (apenas uma convocação para o time juvenil azzurro), mas Fabbri encontrou o sucesso em suas duas passagens pela Atalanta e foi útil com as camisas de Inter e Sampdoria. No fim da carreira, ainda contribuiu para que o Parma levantasse o seu primeiro título de caráter nacional – a Serie C, em 1954.
Em 1955, Fabbri chegou ao Mantova, clube em que se aposentou dois anos depois. Desde o início, Mondino desempenhou uma dupla-tarefa na agremiação: era jogador e técnico dos virgilianos, que disputavam a quarta divisão naquela época. Seu aproveitamento no comando dos biancobandati era bom e os resultados foram aparecendo. Após bater na trave pelo acesso nas duas primeiras temporadas, Topolino levou o Mantova à Serie C em 1958 e, na sequência, conseguiu mais um acesso – com direito a placares elásticos e a alcunha de Brasilzinho ou, em italiano, Piccolo Brasile. Foram as primeiras taças da história mantuana.
O clube lombardo recebia o patrocínio da petrolífera Ozo e Fabbri se consolidou como o homem certo para fazer os investimentos serem recompensados. Guiando uma equipe que tinha como destaques o goleiro William Negri, o zagueiro Gustavo Giagnoni e o meia Luigi Simoni, Mondino brigou pelo acesso à elite em 1959-60 e o obteve graças a um vice-campeonato da Serie B no ano seguinte. O Mantova, pela primeira vez na história dos pontos corridos, disputaria a primeira divisão. A equipe havia integrado a máxima categoria apenas antes da reformulação do campeonato, que ocorreu em 1929.
Para jogar a elite, o Mantova de Fabbri recebeu os reforços do zagueiro Giuseppe Corradi, que já havia defendido a Nazionale italiana; do atacante suíço Toni Allemann, também jogador de seleção; do atacante Italo Mazzero e, por fim, dos brasileiros Nelsinho e Angelo Sormani. Com uma preparação física invejável, a equipe de Topolino surpreendeu ao arrancar empates contra Juventus e Inter nas rodadas iniciais e manteve a toada no decorrer da campanha, com grandes atuações de Sormani, Allemann e Mazzero. O suficiente para garantir a permanência com antecipação e fechar a temporada com um ótimo 9º lugar na Serie A de 1961-62.
Além da performance positiva no campeonato nacional, o time treinado por Edmondo ficou com a terceira posição na Coppa Italia – até hoje, seu melhor resultado na competição. Naquela campanha, Fabbri impôs uma derrota clamorosa à forte Fiorentina de Giuliano Sarti, Kurt Hamrin e Aurelio Milani e ainda bateu a Juventus. Embora o Piccolo Brasile já estivesse na história, a relação entre o presidente Giuseppe Nuvolari e Mondino, que era uma pessoa metódica e temperamental, havia se desgastado muito após sete anos de convivência. Isso resultou no divórcio do técnico com o Mantova ao fim da temporada.
Agraciado com o prêmio Seminatore d’Oro, dado ao melhor treinador italiano, Fabbri chegou a ser sondado pela Inter. Angelo Moratti o via como possível substituto de Helenio Herrera, caso o franco-argentino deixasse o clube, o que não ocorreu. Topolino, então, se viu aturdido com um golpe do destino: a Itália foi eliminada na fase de grupos da Copa do Mundo de 1962 após um jogo sangrento – e polêmico – contra o Chile, conhecido como Batalha de Santiago, e mudava de comando.
Tido como um dos principais técnicos italianos do momento, Edmondo foi convidado para o cargo e aceitou a missão. Era um verdadeiro desafio: mesmo com tradição e grandes equipes, a Nazionale não havia feito boas campanhas em três dos últimos Mundiais (1950, 1954 e 1962) e nem tinha se classificado para a edição de 1958. Fabbri era o encarregado de fazer a bicampeã voltar a viver grandes momentos.
Os primeiros passos de Fabbri foram muito bons. A Itália venceu a Áustria como visitante, o que não ocorria havia 35 anos, e aplicou 3 a 0 no Brasil de Pelé, Pepe, Coutinho, Mengálvio, Dorval e Zito – num jogo em que o paulista Sormani marcou contra a Canarinho. Mondino deu espaço a alguns jogadores que treinara no Mantova, como o ítalo-brasileiro e o goleiro Negri, mas se fiava em dois blocos de jogadores, um do Bologna e outro da Inter.
Contudo, o líbero Armando Picchi, que era um dos principais jogadores interistas, quase não teve chances com Fabbri. Gianni Rivera, milanista pupilo do comandante romanholo, tinha uma rixa com o zagueiro, o que contribuiu para que o treinador barrasse o nerazzurro em detrimento de Francesco Janich, do Bologna.
Esta e outras decisões do comissário técnico eram referendadas pela direção da Federação Italiana de Futebol, a FIGC. Antonio Ghirelli, um dos jornalistas esportivos mais respeitados do país, chegou a escrever que um profissional não tinha apoio tão maciço da entidade desde Vittorio Pozzo, bicampeão em 1934 e 1938.
Até o fim de 1965, o trabalho de Fabbri era muito positivo. A Nazionale havia perdido apenas três jogos no período, para União Soviética, Hungria e Escócia – o tropeço contra a URSS impediu a Itália de buscar a vaga na Eurocopa, cuja fase final tinha apenas quatro participantes na época. O retrospecto de Mondino, que incluía ainda 13 vitórias e cinco empates, deixava o grupo confiante para a participação na Copa de 1966, que seria disputada na Inglaterra. A esta sequência foram adicionadas as vitórias contra Bulgária (6 a 1), Áustria (1 a 0), Argentina (3 a 0) e México (5 a 0) no mês de amistosos preparatórios para o Mundial.
O clima de positividade se manteve após a estreia na competição. A Itália não chegou a jogar bem, mas vingou o ocorrido em Santiago e fez 2 a 0 sobre o Chile. Na segunda rodada, uma nova derrota para a União Soviética deixou os azzurri mais distantes da primeira posição no grupo, mas a passagem para as quartas de final era tida como favas contadas, já que o último adversário seria a frágil Coreia do Norte. Ferruccio Valcareggi, então auxiliar de Fabbri, observou a seleção asiática e a definiu, sarcasticamente, como “um time digno de Ridolini”. Ridolini era a alcunha com a qual o comediante norte-americano Larry Semon era conhecido na Itália.
Estava no papo, então? A Itália perdeu três gols claros nos primeiros minutos de jogo, mas o decorrer do confronto mostrou que a aparente facilidade era só isso mesmo – uma miragem. Ainda no primeiro tempo, por volta dos 30, o capitão Giacomo Bulgarelli – que não estava 100% fisicamente – machucou o joelho após uma trombada e deixou a Nazionale com 10 em campo. Naquela época, não era permitido fazer substituições.
Mesmo em inferioridade numérica, contudo, a ideia de Fabbri se mantinha: a Itália deveria se impor fisicamente sobre os pequenos coreanos e, para isso, foram escalados o armário Francesco Janich, na defesa, e o grandalhão Paolo Barison, no ataque. Três minutos antes do intervalo, porém, Pak Doo-ik abriu o placar para a Coreia do Norte e fez os italianos entrarem em parafuso. O nervosismo tomou conta dos azzurri – Mondino incluso –, houve conflitos no vestiário e a virada nunca ocorreu. Nem mesmo o empate, que garantiria os italianos na próxima fase. Os jogadores europeus continuaram errando finalizações cara a cara com o goleiro adversário e, assim, os asiáticos ficaram com a vitória e a vaga.
Como se estivesse em choque, Fabbri quase não emitiu sons entre o apito final, em Middlesbrough, e o voo de volta à Itália – quem concedeu a entrevista coletiva à imprensa foi Artemio Franchi, chefe da delegação. No avião, o clima era mórbido e havia jogadores que optavam por se embriagar para ter coragem de encarar a torcida. A recepção, em Gênova, foi das mais ríspidas: a comitiva foi hostilizada e acabou sendo alvo de tomates e frutas podres por parte das centenas de presentes no aeroporto. Edmondo, desorientado e já demitido do cargo, não quis muito papo: após dizer que a eliminação fora culpa sua, sumiu de cena. Nos bastidores, porém, o ex-técnico da seleção amadurecia uma ideia. Acreditava ter sido boicotado.
Para não parecer um mero teórico da conspiração, Fabbri colheu, em segredo, depoimentos de jogadores que fizeram parte da malfadada expedição inglesa. O técnico conversou com Bulgarelli, Janich, Giovanni Lodetti, Giacinto Facchetti, Ezio Pascutti, Sandro Mazzola, Roberto Rosato, Romano Fogli e Gianni Rivera, no intuito de conferir credibilidade a seu dossiê. Topolino acreditava que o médico Fino Fini havia administrado propositalmente substâncias que diminuíram a performance dos jogadores.
Por sua vez, os atletas reclamavam da omissão dos dirigentes, que não foram claros sobre as premiações, muitas vezes se encontravam inacessíveis e, ainda por cima, haviam escolhido a isolada Escola de Agronomia de Durham como sede da concentração azzurra. O documento tinha como tese um complô de Franchi e Fini contra Giuseppe Pasquale, presidente da FIGC, que renunciou ao cargo (e deixou o futebol) um ano após o desastre de Middlesbrough – seu sucessor foi, justamente, Franchi.
Quando a federação descobriu o que se passava, reagiu com força e usou de seu poder para calar o treinador. Fabbri, que negociava para assumir o Milan, teve de interromper as tratativas porque começou a correr contra ele um processo de suspensão do esporte por comportamento antiético, devido às ilações. Em dezembro, o júri desportivo confirmou a pena de seis meses de afastamento para Mondino. Grande derrotado da campanha de 1966, Fabbri declarou que “não desejava para seu pior inimigo” o que viveu no segundo semestre daquele ano. “Tive o pior Natal da minha vida”, confessou.
No fim das contas, as hipóteses de Fabbri para o fracasso não pareciam mesmo encontrar respaldo na realidade. Jogadores que fizeram parte do elenco, como Lodetti, Bulgarelli e Enrico Albertosi, declararam em algumas ocasiões que o técnico exalava tensão desde que chegou à Inglaterra – sobretudo porque estava sendo pressionado por jornalistas, como Gianni Brera, que lhe sugeriam publicamente quais escalações deveria utilizar.
Também se aventou a possibilidade de os atletas terem se desgastado muito nos amistosos preparatórios, período em que teriam vivido o auge físico naquela temporada. Ademais, alguns atritos com jogadores do elenco (pelo estilo rude de Mondino e a exclusão de Picchi) minaram o ambiente. Por fim, a seleção norte-coreana foi claramente subestimada – pelos italianos de maneira geral, não apenas por técnico e jogadores, que foram contaminados pela soberba.
Um dos exemplos dessa postura arrogante é que, mesmo depois da queda da Nazionale, ganhou corpo na Itália a lenda urbana de que Pak Doo-ik era dentista em seu país natal. Após o vexame, Fabbri e os futebolistas italianos recuperaram a sobriedade para desmentir a história e valorizar a Coreia do Norte – ainda que salientassem que “se a partida ocorresse 100 vezes, os italianos teriam vencido 99”. De qualuer forma, os asiáticos chegaram a fazer 3 a 0 sobre Portugal, nas quartas, e só acabaram levando a virada por conta de um show de Eusébio, que fez quatro gols e levou os patrícios para as semifinais.
Em 1967, Fabbri retomaria a vida como treinador, com menor evidência, e passaria a ouvir nos estádios de toda a Itália os cânticos que lhe perseguiriam dali em diante: “Coreia, Coreia, Coreia”. Muitos dos protagonistas do vexame na Inglaterra não foram massacrados como o romanholo, que foi tratado como bode expiatório, e acabaram recebendo novas oportunidades nos maiores palcos do esporte.
Logo de cara, Franchi virou presidente da FIGC e, anos depois, comandou a Uefa. Valcareggi esqueceu Ridolini, se tornou treinador da Itália e ganhou a Euro de 1968, além do vice-campeonato mundial em 1970. Por fim, boa parte dos 22 convocados por Mondino integrou os históricos elencos da Nazionale: 11 jogadores estiveram no torneio continental e sete, na Copa. Edmondo recomeçou no Torino, depois que o presidente Orfeo Pianelli lhe estendeu a mão.
O trabalho de Fabbri em Turim não seria dos mais simples. Em 1967, ele substituía Nereo Rocco, que após quatro anos positivos pelo Toro, retornava para o Milan – o mesmo Diavolo que Topolino quase treinou. O seu trabalho teve que lidar com um trágico acontecimento logo nos primeiros meses: a morte do craque Gigi Meroni, que foi atropelado enquanto comemorava uma vitória grená. Edmondo foi hábil ao conseguir recuperar o ânimo do elenco e concluiu a temporada com um sétimo lugar na Serie A e o título da Coppa Italia. No quadrangular final, o time piemontês superou Bologna, Inter e Milan, que tinham elencos superiores.
Mondino continuou no comando dos granata e entregou resultados similares em 1968-69. O Torino concluiu a temporada com o sexto lugar na Serie A, novamente integrou o quadrangular decisivo da copa (ficou em quarto, dessa vez) e caiu nas quartas de final da Recopa Uefa, diante do Slovan Bratislava. Mais importante do que isso, no entanto, foi a iniciativa para lançar o jovem atacante Paolino Pulici, que se tornaria o maior artilheiro da história do Toro.
Ao final da temporada, Fabbri decidiu deixar Turim por questões pessoais, apesar de o presidente Pianelli ter lhe oferecido a renovação do contrato e reforços para brigar pelo scudetto. Mondino acabou indo morar mais perto de sua cidade natal, já que acertou com o Bologna: foi o nome desejado pelo presidente Raimondo Venturi, até por já conhecer bem algumas peças do elenco, como Marino Perani, Janich e Bulgarelli. O cartola, aliás, estava pronto para vender o capitão Bulgarelli ao Milan, mas o negócio foi vetado por Edmondo, grande admirador do regista.
A permanência do meio-campista na equipe rossoblù foi, logicamente, um acerto de Fabbri. Com Giacomo no centro do gramado e Giuseppe Savoldi no comando do ataque, Mondino construiu uma equipe sólida e a colocou no caminho dos títulos após seis temporadas. Em 1970, os rossoblù celebraram a conquista da Coppa Italia; em 1971, o da Copa da Liga Anglo-Italiana, além do vice da Copa Anglo-Italiana (são torneios diferentes) e o quinto lugar na Serie A. Em 1971-72, porém, um primeiro turno negativo, no qual o Bologna lutou nas cercanias da zona de rebaixamento, fez com que Topolino acabasse sendo substituído por Oronzo Pugliese.
Depois de alguns meses de inatividade, o técnico romanholo voltou a trabalhar no início da temporada 1972-73. Fabbri rumou ao Cagliari em substituição a Manlio Scopigno, comandante do improvável scudetto conquistado pelos casteddu, em 1970. No entanto, Mondino não repetiu o sucesso do antecessor e não teve o vínculo renovado após um oitavo lugar na Serie A e eliminações precoces na Coppa Italia e na Copa Uefa. Na competição continental, os sardos caíram logo na primeira fase, com duas derrotas para o Olympiacos.
Mesmo depois do fracasso na Sardenha, Fabbri continuou com moral com o presidente Pianelli, do Torino, e foi chamado em março de 1974 para tentar salvar o time da queda para a segundona. Topolino pegou um Toro deixado por Gustavo Giagnoni na parte de baixo da tabela e conseguiu fazer os grenás reagirem, a ponto de levá-los à quinta posição. Contando com Pulici e Francesco Graziani em grande fase, o romanholo obteve um resultado similar na campanha seguinte – a sexta colocação – e deixou o elenco preparado para Luigi Radice ser campeão nacional na temporada 1975-76.
Apesar de conseguir bons resultados, Mondino começava a ver algumas portas se fecharem. Isso porque a Holanda de 1974 trouxe consigo o totaalvoetbal e revolucionou o esporte, de modo que os herdeiros de preceitos do catenaccio que não tentaram se reinventar foram perdendo espaço. Por isso, Fabbri acabou indo treinar a Ternana, na Serie B, em 1975. Edmondo não brilhou na Úmbria e passou anos parado, se dividindo entre uma consultoria à Reggiana, colaborações para jornais e as safras de seus vinhedos em Castel Bolognese.
Seu canto do cisne profissional ocorreu na temporada 1980-81, quando comandou, juntamente a Lido Vieri, a Pistoiese em sua temporada de estreia na Serie A – foi também a única participação da olandesina na elite. A equipe laranja foi rebaixada como lanterna da competição, mas conseguiu ficar na parte de cima da tabela no início da disputa e chegou a vencer o clássico toscano contra a Fiorentina. Mondino e Vieri nem chegaram a correr risco de demissão, pois a simples disputa do torneio era demais para o time de Pistoia. No fim da campanha, porém, Fabbri foi suspenso por sete meses devido a insultos proferidos à arbitragem.
Edmondo Fabbri nunca cumpriu a suspensão, já que abandonou o futebol ali mesmo. Topolino ficou afastado do esporte até morrer, em 1995, pouco antes de completar 74 anos. No funeral, um dos filhos de Mondino cometeu uma inconfidência a Arrigo Sacchi, também romanholo, que foi prestar a última homenagem ao técnico: o pai nunca superou o trauma causado pela derrota ante a Coreia do Norte.
Edmondo Fabbri Nascimento: 16 de novembro de 1921, em Castel Bolognese, Itália Morte: 8 de julho de 1995, em Castel San Pietro Terme, Itália Clubes como jogador: Imola (1938-39), Forlì (1939-40), Atalanta (1940-42 e 1947-50), Inter (1942-43 e 1945-46), Faenza (1943-44), Sampdoria (1946-47), Brescia (1950-51), Parma (1951-55) e Mantova (1955-57) Títulos como jogador: Serie C (1954) Carreira como treinador: Mantova (1955-62), Seleção italiana (1962-66), Torino (1966-69 e 1974-75), Bologna (1969-72), Cagliari (1972-73), Ternana (1976) e Pistoiese (1980-81) Títulos como treinador: Campeonato Interregionale (1958), Serie C (1959), Coppa Italia (1968 e 1970) e Copa da Liga Anglo-Italiana (1970)
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