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·31 de maio de 2022

Em 2021-22, a Juventus voltou a ser imbatível no futebol feminino da Itália

Imagem do artigo:Em 2021-22, a Juventus voltou a ser imbatível no futebol feminino da Itália

A temporada 2021-22 foi muito importante para a afirmação do futebol feminino na Itália, num processo que vem se intensificando ano a ano. A campanha recém-concluída da Serie A Feminina contou com o maior número de transmissões tanto na Velha Bota quanto em escala global, e teve o nível técnico aumentado de maneira exponencial.

No começo da competição, a Juventus tinha o favoritismo para conquistar o pentacampeonato. Contudo, como a equipe bianconera realizou uma troca no comando técnico e Milan, Roma e Inter fizeram boas movimentações no mercado, se esperava uma disputa bem acirrada. O cenário de competição parelha acabou se confirmando, mas o resultado foi o mesmo dos anos anteriores: a Velha Senhora faturou o caneco. O time de Turim ainda conquistou a Coppa Italia e a Supercopa Italiana da categoria.


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O inicio da competição teve uma Inter forte, com a chegada de Rita Guarino, técnica da Juventus nas campanhas que resultaram num tetracampeonato, entre 2017-18 e 2020-21. Embora o fôlego da equipe nerazzurra tenha acabado durante a temporada, a Beneamata teve um salto de produção em comparação ao ano anterior. Já o Milan, vice em 2021, começou com tropeços inesperados e problemas internos, não conseguindo se recuperar de modo suficiente a brigar pelo título. Dessa maneira, a disputa acabou sendo entre a favorita Juventus e a excelente Roma de Alessandro Spugna.

Depois de uma temporada bem decepcionante em 2020-21, na qual terminou apenas na quinta colocação, a Roma realizou trocas importantes na gestão esportiva. A primeira delas foi a promoção de Betty Bavagnoli do cargo de treinadora para diretora de futebol. A primeira decisão da nova cartola foi a contratação de Spugna como técnico da equipe.

As mudanças surtiram efeito e a campanha foi excelente, mas não o suficiente para impedir o penta da Juventus. Depois de anos com Guarino no comando, a equipe bianconera decidiu que era hora para novas ideias e apostou no australiano Joe Montemurro, que estava de saída do Arsenal e acabou fazendo uma primeira temporada formidável em Turim.

Confira, abaixo, mais detalhes sobre as temporadas das equipes.

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Maior destaque ofensivo da Juventus e da seleção italiana, Girelli teve mais um ótimo ano (AFP/Getty)

Juventus

Consagrada como a melhor equipe da Itália, a Juventus iniciou o campeonato em busca de novos ares e novas táticas. De começo, Montemurro mexeu pouco nas bases do sólido trabalho de Guarino, que propunha um time sólido nas transições, partindo sempre do 4-4-2.

Aos poucos, o australiano foi colocando o seu “DNA” e seu gosto pelo jogo na equipe, que respondeu bem às mudanças. O 4-2-3-1 potencializou atletas como Valentina Cernoia e Amanda Nildén, que contaram com maior liberdade para circular em campo. Além disso, o treinador soube integrar Cristiana Girelli ao sistema, fazendo com que sua maior craque tivesse uma temporada excepcional, no desempenho puro e simples e ainda nos números: foram 20 gols e 6 assistências, somando todas as competições.

O resultado? A Juventus somou 19 vitórias em 22 jogos, com apenas uma (surpreendente) derrota e conquistou o pentacampeonato.

Na Coppa Italia, a Velha Senhora também foi campeã, após avançar com facilidade sobre Inter, nas quartas, e Milan, nas semifinais – sobre as rossonere, aplicou goleadas de 6 a 1 e 5 a 3. Na decisão, contra a Roma, o título foi conquistado com dificuldade, graças a uma virada liderada por Girelli e pela zagueira e capitã Sara Gama, que anotaram gols aos 80 e 84 minutos, respectivamente.

A Juve também superou o Milan na Supercopa Italiana e fez uma boa campanha na Champions League Feminina. A equipe de Turim passou pela fase de grupos e foi eliminada nas quartas de final pelo Lyon, campeão e potência da modalidade. Até chegou a vencer as francesas em casa, mas foi derrotada como visitante.

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A brasileira Andressa Alves foi um dos destaques da temporada da Roma (Getty)

Roma

Depois de uma temporada decepcionante, a Roma realizou grandes mudanças internas e deu início a um novo ciclo com Spugna. Com novo comando técnico, a campanha das giallorosse foi excelente, com um nível de jogo muito alto e uma disputa intensa com a Juventus pelos títulos da Serie A e da Coppa Italia.

Spugna alternou entre o 4-3-3 e o 3-5-2 durante a temporada, planejando as partidas de acordo com sua estratégia específica e o adversário que encontraria pela frente. Porém, o que não mudava era a postura de sua equipe, que empreendia uma busca constante pela construção de jogo desde a defesa e tinha muita liberdade de circulação em campo ofensivo.

Manuela Giugliano assumiu de vez o comando do meio-campo romanista, Andressa Alves funcionou como a meia de ligação do time e a espanhola Paloma Lázaro se estabeleceu como a jogadora capaz de decidir partidas para as giallorosse. O vice foi significativo para a equipe da Cidade Eterna: afinal, lhe permite disputar a Liga dos Campeões pela primeira vez.

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A francesa Thomas foi a artilheira de um Milan entre altos e baixos (Getty)

Milan

O Milan começou a temporada com uma expectativa muito alta, após ter obtido o vice-campeonato na Serie A anterior. Contudo, a equipe rossonera jamais conseguiu estabelecer um nível confiável de performance e ainda precisou lidar com muitos problemas internos durante a campanha, terminada com o terceiro lugar.

A campanha das rossonere foi muito influenciada pela queda de braço entre o treinador Maurizio Ganz e a craque da equipe, Valentina Giacinti, que acabou sendo emprestada para a Fiorentina, em janeiro. Sem a atacante, que havia feito sete gols, a francesa Lindsey Thomas tomou para si o posto de maior destaque do time e terminou a competição com 10 tentos anotados. O seu desempenho acabou não sendo suficiente para garantir uma vaga para o Milan na próxima Liga dos Campeões.

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Após quatro anos na Juventus, Guarino quer abrir ciclo pela Inter (Getty)

Sassuolo e Inter

De maneiras distintas, Sassuolo e Inter fizeram boas temporadas, estabelecendo um rumo para o futuro dos dois projetos. Primeiramente, a equipe neroverde possui ótimo trabalho de scouting: mapeia boas jogadoras por toda a Europa e costuma ser criativa no mercado, tal qual ocorre no masculino.

Dentro do 4-4-2 de Gianpietro Piovani, muitas atletas atingiram o melhor nível de suas carreiras, com muito destaque para a escocesa Lana Clelland. Veterana do futebol italiano, no qual milita desde 2015 e acumula passagens por Pink Bari, Tavagnacco e Fiorentina, a atacante terminou a Serie A com 11 gols e a vice-artilharia. Sem dúvidas, foi a grande responsável por levar o time ao quarto lugar.

Já a Inter fez uma grande contratação ao acertar com Rita Guarino, treinadora multicampeã com a Juventus. Além disso, a equipe buscou jogadoras importantes e com muita experiência por suas seleções nacionais, como a norueguesa Anja Sonstenvold e a camaronesa Ajara Nchout. As nerazzurre também puderam ter a zagueira brasileira Kathellen, ex-Bordeaux, por mais tempo em campo: ela chegara em 2020 e pouco pudera atuar por causa de uma séria lesão no joelho.

O começo de temporada foi muito bom e a equipe parecia não sentir as saídas das atacantes Caroline Moller, vendida para o Real Madrid, e Regina Baresi – uma das líderes do elenco, que se aposentou. Acabou faltando perna para seguir competindo rodada a rodada, mas o quinto posto foi o melhor do time feminino da Inter, fundado em 2018.

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Os gols de Sabatino evitaram um destino ainda pior para a Fiorentina (Getty)

As outras

Sampdoria, Fiorentina e Pomigliano fizeram temporadas discretas, sem muito brilho, mas sem muito aperto na luta contra o rebaixamento. Entre esses, o destaque fica para a craque Daniela Sabatino, da Viola. Mesmo sem muita ajuda, já que integrou um elenco bem mais frágil do que em anos anteriores, a atacante marcou 15 gols e terminou como a artilheira da competição. Se a equipe toscana terminou cinco pontos acima da zona de descenso, ela foi a grande responsável.

Já o Empoli fez uma temporada muito ruim, depois de ser uma surpresa no certame anterior, mas conseguiu se manter na elite para a próxima edição do campeonato. Foi obra das azzurre, a propósito, o resultado mais surpreendente de toda a Serie A: vitória por 2 a 1 sobre a Juventus.

Por fim, Napoli e Verona não tiveram a mesma sorte do Empoli. A dupla já havia ficado perto de cair em 2020-21 e, dessa vez, embarcou para a Serie B junto com a fraquíssima Lazio, que subiu nessa temporada e retorna à a segunda divisão após somar apenas uma vitória e cinco pontos na elite.

O trio de rebaixados cede espaço ao Como, semifinalista da Coppa Italia. Na Serie B, as azzurre somaram um ponto a mais do que o Brescia, bicampeão da elite, e disputarão a primeira divisão em 2022-23. Redimensionada em nome de maior competitividade, a máxima categoria do futebol feminino italiano terá apenas 10 equipes a partir da próxima temporada.

Seleção da temporada

Camelia Ceasar; Elisa Bartoli, Sara Gama, Amanda Nilden; Manuela Giugliano, Valentina Cernoia, Kamila Dubcová; Paloma Lázaro, Cristiana Girelli, Andressa Alves.

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