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·12 de abril de 2025

Em documentário, Memphis fala sobre Corinthians, torcida, extracampo e seleção

Imagem do artigo:Em documentário, Memphis fala sobre Corinthians, torcida, extracampo e seleção
  1. Por Daniel Keppler / Redação da Central do Timão

Lançado nesta quinta-feira, 10, o minidocumentário “Memphis, Ecos de um Novo Mundo” foi bem recebido pela Fiel torcida em suas primeiras horas no ar. Publicado no canal do atleta neerlandês no YouTube, o vídeo de 17 minutos já rendeu mais de 300 mil visualizações, mantendo-se durante toda a sexta-feira, 11, entre os vídeos mais engajados da plataforma no Brasil, sendo no momento o 10º lugar na lista dos “vídeos em alta”.

Embora relativamente curto, o documentário aborda diversas nuances da passagem do atacante europeu pelo Corinthians, que foi apresentado em setembro de 2024. No início, por exemplo, ele comenta a decisão de atuar fora da Europa pela primeira vez na carreira, destacando sua conexão imediata com o Brasil.


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Foto: Reprodução/YouTube

“Essa é a primeira vez que vou para um outro país para trabalhar e que eu sinto que esse movimento é maior do que o futebol. Isso é algo que eu tenho que olhar de perto, como as coisas estão indo aqui. Eu realmente quero investigar esse país (Brasil), para ver como as pessoas são, quais são as diferentes vibrações, as diferentes culturas, as diferentes crenças. Como as pessoas têm essa energia, essa energia linda.”

Em seguida, após algumas cenas de seu aniversário de 31 anos celebrado em São Paulo, que contou com a presença de jogadores, artistas e personalidades, Memphis volta a falar sobre sua presença no Brasil, elogiando a “ambição” do Corinthians ao abordá-lo visando uma contratação: “O Corinthians veio e mostrou ambição. E eu estava em um momento em que eu também estava vulnerável e lesionado. Então eu senti que talvez, quer saber? Talvez seja hora de eu sair da Europa e fazer um novo desafio.”

O curta também mostrou cenas de Memphis visitando comunidades na Grande São Paulo – cenas que percorreram o noticiário nacional e internacional no fim de 2024. O atacante, no entanto, tratou a situação como algo corriqueiro, afirmando que já tinha o costume de se conectar com a população quando viajava até Gana, terra natal de seu pai.

“Para mim era um dia normal. Eu faço o mesmo em Gana. Onde eu me sinto conectado, tento devolver essa energia de volta para as pessoas. Sinto que o Brasil é um país tão bonito. Ele merece um abraço, especialmente em lugares mais difíceis, de onde as pessoas não conseguem sair às vezes. Eu também falo com elas para mudar de alguma forma sua mentalidade, seu pensamento, para que consigam sair (das situações difíceis) mais rápido ou mais facilmente.”

Memphis continuou seu raciocínio, afirmando no documentário que acredita que, muitas vezes, as pessoas “constroem uma parede de problemas e traumas”, e que busca “quebrar” esses obstáculos para as próximas gerações. “Mesmo se você nasceu nesses lugares (difíceis), você consegue sair, e alguns já conseguiram. Não é fácil. Mas eu acho que essa é uma das (minhas) missões, por isso estou aqui”, disse.

Em outro momento, Memphis cita a ligação entre a cidade ganesa de Elmira, conhecido por ter sido um dos maiores entrepostos comerciais europeus em solo africano e que foi por muito tempo usado para o comércio de escravos, e a cidade brasileira de Salvador, que recebeu milhares destes mesmos escravos. O atleta cita a escravidão como algo “horrível, que não devia jamais ter acontecido”.

“A História ensina que todas essas pessoas de Gana foram enviadas para lá (Salvador). Mas acredito sempre no futuro, que está na próxima geração, Temos que lhes dizer o que aconteceu, mas também como seguir em frente. Eu tento fazer isso, especialmente agora, construindo conexões com pessoas mais poderosas e de mais impacto do que eu. Elas podem ajudar. E por meio da música, obviamente, (por onde) eu continuo falando.”

Memphis destaca a conexão que criou com o Corinthians desde sua chegada, afirmando que não era algo que esperava com essa intensidade: “Obviamente, eu não esperava isso, mas agora parece que só poderia ser assim. Sempre foi difícil quando me mudo para um novo time, porque eu trago muita personalidade fora do futebol, e, você sabe, a maioria dos fãs amam seu time e se preocupam com os resultados. Eu vim aqui para ajudar o time, o que também foi um desafio. Eles estavam na zona de rebaixamento quando eu cheguei. Isso foi há alguns meses, e (hoje) parece que nunca aconteceu, porque, você sabe, estamos em um bom momento.”

A Fiel torcida é fortemente elogiada pelo seu papel na conscientização de Memphis em entender o que é o Corinthians e quais princípios a instituição preza. “O respeito que eles tem por si mesmos, mas também pela camisa… a energia, o espírito de luta. Essas são as coisas que, pelo menos, eu tento trazer. E, obviamente, eu tento decidir jogos e ganhar jogos para o clube. Mas, sim, eu sinto que a interação entre mim e os torcedores é algo especial, que eu não tinha antes”, revelou.

Memphis ainda completou, dizendo que reconhece a barreira linguística, mas que está tentando falar português. O camisa 10 corinthiano, porém, ressaltou que “às vezes, a língua não é falada com palavras”, completando que deseja continuar a fazer os torcedores felizes e orgulhosos: “A energia que eles trazem no estádio para o time é incrível. E, você sabe, eles merece momentos lindos no futebol.”

O documentário é finalizado com o neerlandês falando sobre sua carreira na seleção dos Países Baixos, onde é o segundo maior artilheiro e recém completou 100 partidas. Para ele, ainda há muito que pode ser entregue em campo pelo seu país. Ele afirmou, também, que as pessoas que criticam sua ida ao Brasil entenderiam sua decisão se visitassem o país, discordando da narrativa de que é necessário atuar na Europa para estar entre os melhores.

“Eu não acredito nisso. Nós só não sabemos muito sobre as competições daqui (Brasil). Mas eu acho que estamos no caminho de talvez mudar essa ideia. Porque o futebol é um esporte global.”

Por fim, Memphis revelou o orgulho de defender os Países Baixos, afirmando ser um privilégio, e declarou o desejo de ganhar um título com sua seleção.

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