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·18 de junho de 2025

Em sua estreia na Copa do Mundo de Clubes, a Inter só empatou com o Monterrey

Imagem do artigo:Em sua estreia na Copa do Mundo de Clubes, a Inter só empatou com o Monterrey

A estreia da Inter na primeira edição da Copa do Mundo de Clubes terminou com um empate diante do Monterrey, do México. No histórico Rose Bowl, na Califórnia, a equipe do também debutante técnico Cristian Chivu ficou no 1 a 1 com os mexicanos, em uma atuação que misturou bons sinais, frustrações e um caminhão de lições. Apesar do resultado, diferente de outros europeus que tropeçaram no torneio, a Beneamata foi dominante, mas numa cadência baixa demais para o tamanho da responsabilidade.

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Chivu manteve a base do sistema de Simone Inzaghi, seu antecessor, tendo o 3-5-2 sendo o ponto de partida. Não houve muitas diferenças em relação à última escalação usada pelo antigo treinador. No palco da final da Copa do Mundo de 1994, de más recordações para os italianos, foram a campo Sommer, Pavard, Acerbi e Bastoni na defesa, Darmian, Barella, Asllani, Mkhitaryan e Carlos Augusto na segunda linha, com o capitão Lautaro e o jovem Esposito na frente.


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A escolha por não mexer demais na estrutura visava dar segurança a um grupo que teve pouquíssimos treinos completos sob o novo comando. Ainda assim, já deu pra perceber mudanças claras no modelo, como o foco em passes verticais nos corredores entre zagueiros e laterais, e a marcação por zona na bola parada.

O jogo começou parado, com a Inter tomando conta das ações, porém, sem ser incisiva. A primeira chance dos italianos – e do jogo – veio apenas aos 20 minutos, dos pés de Barella que, após uma boa arrancada, deixou Guzmán, zagueiro mexicano, no chão e tocou para Darmian, em ótimas condições. Porém, o ala isolou a bola na finalização. Foi justamente após esse momento que veio o golpe: o veterano e especialista Sergio Ramos abriu o placar de cabeça após um escanteio mal defendido, provavelmente pela falta de entrosamento sob o novo modelo de marcação.

A Inter passou a marcar por zona nas bolas paradas e acabou sendo vítima do interminável Sergio Ramos (Getty)

Como dito, a equipe italiana, até ali, controlava as ações. Era dona da posse, ocupava bem o campo ofensivo e rodava a bola com paciência, mas em ritmo de treino. Faltava aquele senso de urgência. Quando finalmente acelerava, criava. Esposito teve duas boas chances, mas faltou frieza. Com um pouco mais de capricho, o time poderia ter ido para o intervalo com dois ou três gols marcados, e um cenário bem mais tranquilo para administrar.

O empate veio ainda no primeiro tempo, em uma jogada de bola parada ensaiada que surpreendeu a defesa do Monterrey. Asllani levantou com suavidade para o segundo pau, Acerbi saiu de posição em claro impedimento para atrair a marcação, e Carlos Augusto apareceu livre para aproveitar a cavadinha do albanês e escorar para Lautaro empurrar para as redes. Uma movimentação bem treinada, ousada e eficiente, que evidenciou o toque de originalidade de Chivu já em sua primeira partida no cargo.

Na volta do intervalo, o Monterrey encontrou mais espaço. Os Rayados conseguiram sair da pressão, criaram mais pelas laterais e levaram perigo com Canales, que acertou a trave em um chute venenoso. A Inter sentiu o baque e se desconectou um pouco do jogo. Chivu, atento, respondeu rapidamente, com mudanças que recolocaram o time nos trilhos. As entradas do também estreante Luis Henrique e do rodado Dimarco deram novo fôlego e amplitude, e a pressão italiana voltou a crescer.

Com o novo desenho tático, Mkhitaryan passou a jogar mais avançado ao lado de Lautaro, e Thuram entrou como referência. A Inter passou a ocupar a área com mais presença e girar a bola com mais paciência. Houve boas tramas, e chances claras apareceram: Barella quase marcou após jogada de Bastoni, e Lautaro desperdiçou uma chance clara cara a cara com o goleiro. O argentino até marcou, aos 67 minutos, porém, estava impedido. Aliás, os nerazzurri somaram incríveis nove infrações por posicionamento irregular, sinal de que o ajuste fino nas movimentações ainda está em curso.

Lautaro empatou ainda no primeiro tempo, mas a Inter não conseguiu transformar o volume de jogo em mais gols (Getty)

Por mais que a ideia de jogo fosse promissora, o time não teve consistência suficiente para encontrar o segundo gol. As ações foram se tornando previsíveis, e o cansaço físico e mental de uma temporada extenuante, somado ao nervosismo pelo empate, pesou nos minutos finais. Thuram entrou muito mal e pouco contribuiu. O Monterrey, por sua vez, aproveitou o momento e quase virou em duas escapadas perigosas. Deossa, nos acréscimos, teve a bola da vitória, mas parou em Sommer.

O ponto conquistado não é uma tragédia, mas obriga a Inter a entrar focada no próximo compromisso. No sábado, contra o Urawa Red Diamonds, só a vitória interessa e, se possível, com saldo. A equipe ainda depende apenas de si para avançar, mas o empate na estreia aumentou a pressão em cima de um elenco que já vinha abalado após o trauma na final da Liga dos Campeões. O clima, que já era pesado, ficou ainda mais tenso com o empate, talvez displicente, visto que, apesar da estreia do inexperiente, mas promissor, Chivu, a Beneamata poderia – e deveria – usar um jogo acessível como esse para espantar os fantasmas recentes. Não foi o caso.

No fim das contas, o saldo do jogo é dúbio. De um lado, uma atuação decepcionante no placar e em alguns aspectos defensivos. De outro, a rápida assimilação de novas ideias, a coragem de tentar algo diferente e a sensação de que Chivu tem capacidade para implantar sua visão. Considerando que ele teve menos de uma semana com o grupo completo, é justo dizer que a Inter já começa a ganhar identidade sob seu comando.

Agora, resta transformar as boas intenções em vitórias. O grupo tem qualidade, experiência e profundidade para brigar pelo título da Copa do Mundo de Clubes. Mas, como ficou claro diante do Monterrey, ainda precisa aprender a ditar o ritmo com mais agressividade, e a manter o foco quando a maré vira. A estreia de Chivu teve lampejos de inovação, mas a estrada até o topo do mundo segue longa.

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