Jogada10
·17 de abril de 2025
Empréstimo e viagem paga: veja mensagens de indiciado no caso Bruno Henrique

In partnership with
Yahoo sportsJogada10
·17 de abril de 2025
As investigações da Polícia Federal sobre o caso envolvendo uma suposta manipulação de resultado em partida do Campeonato Brasileiro, com foco no atacante Bruno Henrique, revelaram novos desdobramentos sobre a atuação de um dos indiciados: Andryl Sales Nascimento dos Reis. O suspeito teria recebido informação privilegiada sobre a data da advertência do atacante do Flamengo, no dia 01 de novembro de 2023, na derrota para o Santos.
Registros analisados pela PF indicam que Andryl efetuou duas apostas de R$ 380 e uma de R$ 500 — todas vinculadas à advertência disciplinar de Bruno Henrique. Além disso, conversas com a companheira mostravam tensão às vésperas da partida: “se der ruim, vou pular da ponte. Estou avisando antes”. Ele também expôs sua intenção de ampliar o valor apostado: “vou arrumar mais uns 1.000 e colocar. Vou pedir meu pai kkk”.
Andryl acionou novamente a companheira para fazê-la abrir uma conta no site de apostas, visto que seu perfil encontrava dificuldades técnicas. Ele, então, realizou a operação na odd desejada e celebrou: “se tudo der certo, nossa viagem está paga”.
“Ah não, eu também não faço não, mano. Louco! Tensão demais, mano”, relatou em conversa posterior com outros apostadores.
A Polícia Federal também detalhou a forma como outro núcleo — este composto por familiares de Bruno Henrique — estruturou as apostas. O irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Júnior, a cunhada Ludymilla Araújo Lima e a prima Poliana Ester Nunes Cardoso teriam agido de forma coordenada, realizando apostas em horários próximos e valores semelhantes.
Outro ponto de atenção: no dia anterior à partida, o trio distribuiu suas apostas por plataformas diferentes. Às 15h37, Wander apostou R$ 380,86 na Betano. Ludymilla fez o mesmo valor, na mesma operadora, às 18h09. Treze minutos depois, Poliana repetiu a ação. A cunhada ainda criou uma nova conta na ‘Galera Bet’ para depositar R$ 500.
O inquérito também revelou mensagens de Bruno Henrique trocadas com seu irmão sobre temas suspeitos e, especialmente, a advertência. Em uma delas, o atacante avisou com antecedência que receberia o cartão no jogo contra o Santos. “Não vou reclamar. Só se eu entrar duro em alguém”, escreveu.
O relatório da PF indicou que a chance estatística de cartão amarelo para o jogador na temporada era de apenas 21% — reforçando, assim, a anormalidade das ações. Ainda assim, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) arquivou uma investigação anterior, aberta no ano passado, por não encontrar indícios suficientes na análise da Sportradar.
O Rubro-Negro declarou, em nota, não ter sido comunicado formalmente pelas autoridades sobre o indiciamento do jogador. O clube reafirmou seu compromisso com as normas do fair play esportivo, mas ressaltou a importância do respeito ao devido processo legal.
“O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal”, informou a instituição.