AVANTE MEU TRICOLOR
·19 de julho de 2025
ENFIM, CRESPO VAI CONHECER A TORCIDA DO SÃO PAULO NO MORUMBI. E LOGO EM CLÁSSICO CONTRA O CORINTHIANS

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·19 de julho de 2025
Crespo e as cadeiras vazias do Morumbi ao fundo em 2021 (Nelson Almeida/Getty Images)
RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo
Em sua primeira passagem pelo São Paulo, Hernán Crespo conquistou o título paulista, comandou a maior goleada que o time impôs nos últimos 24 anos e obteve uma sequência de oito vitórias que não só foi a maior do clube em nove anos, como não foi igualada desde então.
Mas ele não viveu uma coisa que todos os seus quatro sucessores viveram com frequência: ver o Morumbi lotado.
Experiência que o argentino agora vai vivenciar pela primeira vez nesta noite, no clássico contra o Corinthians. Adversário de peso e que ele não venceu ainda como técnico tricolor (tem uma derrota e um empate).
Crespo assumiu seu cargo em fevereiro de 2021, quando o futebol ainda vivia as restrições impostas pela pandemia de covid-19, que incluíam portões fechados em todas as partidas.
Na última vez que comandou o time como mandante antes de ser demitido, a restrição foi relaxada, e o clássico contra o Santos pôde receber 30% da capacidade do estádio, só que a diretoria errou a mão nos preços cobrados, e apenas 5.529 torcedores pagaram ingresso para assistir a um empate por 1 a 1.
Quatro dias depois, nova igualdade, esta diante do Cuiabá na Arena Pantanal, decretou o fim do trabalho do técnico, 32 dias antes de o Morumbi ser liberado para receber 100% de sua capacidade: quando 47.855 pessoas assistiram ao jogo contra o Flamengo, era Rogério Ceni quem estava no banco.
“Não sei se vou voltar como treinador, se vou voltar como torcedor, mas tenho dentro de mim uma conta pendente, que é poder estar lá e ver o Morumbi lotado”, diria, dois anos depois. “Porque nós jogamos durante a pandemia, e ver de dentro esse espetáculo… eu quero voltar para poder viver isso.”
E esse sentimento ainda parece estar vivo em sua mente, como lembrou na sua entrevista coletiva de apresentação, no mês passado.
“A primeira partida que vamos jogar no Morumbi vai ser contra o Corinthians. Ou seja, não há nenhum mérito meu que o estádio esteja cheio. Vai estar cheio porque é um jogo contra o Corinthians. Então, a única coisa que eu posso fazer… uma parte de mim vai desfrutar o espetáculo, a paixão. E outra parte de mim estará concentrada em resolver o jogo. Por isso, eu me sinto muito orgulhoso por pertencer e estar aqui. E saber que isso vai acontecer: que o Morumbi vai estar cheio de gente e cheio de paixão, e poder viver isso. Para um apaixonado por futebol, isso é espetacular”, disse o argentino.
O tema voltou a ser abordado após o último jogo, contra o Bragantino, e ele novamente citou a circunstância de a volta se dar em um clássico.
“Contra o Corinthians, é outra coisa. Para mim, caminhar, chegar ao banco e ver assim (a torcida) vai ser bonito. A ideia é respeitar o público que for ao jogo, jogando em casa, jogando bem, com muita intensidade… sabemos o que significa jogar contra o Corinthians. Eu sei”, afirmou.
Apesar da expectativa por esse encontro com quase quatro anos de atraso, Crespo chega a ele com um tabu a ser quebrado: incluindo sua passagem anterior, ele está há sete jogos sem vencer como técnico do São Paulo. É a maior sequência desde os oito acumulados por Fernando Diniz durante a derrocada do time na reta final do Campeonato Brasileiro de 2020, já em janeiro de 2021, embora seja necessário ressaltar que a série do argentino engloba duas passagens.
Ainda assim, nenhum treinador são-paulino chegou a nove jogos sem vitória desde que Cilinho obteve nove empates e duas derrotas entre 10 de maio e 9 de julho de 1986 — coincidentemente, a campanha de Crespo na sequência atual também é recheada de empates, com seis deles e uma derrota.