Entrevista com o treinador Gilson Kleina, ex-Palmeiras e Ponte Preta | OneFootball

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·18 de julho de 2020

Entrevista com o treinador Gilson Kleina, ex-Palmeiras e Ponte Preta

Imagem do artigo:Entrevista com o treinador Gilson Kleina, ex-Palmeiras e Ponte Preta

Na terça-feira, dia 12 de maio entrevistamos por meio de uma live no Instagram, o treinador Gilson Kleina. Ele comentou sobre suas passagens pelo Palmeiras, Ponte Preta e Chapecoense. Confiram os fragmentos textuais e abaixo a entrevista por completo:

1- Sua trajetória iniciou com as suas passagens como auxiliar-técnico no Coritiba e preparador físico no Olympique de Marseille, Atlético Mineiro. Quais as principais diferenças entre as duas funções? Na França, você teve a única oportunidade fora do Brasil, terias vontade de retornar ao futebol europeu no futuro? Quais os principais entraves para que os técnicos brasileiros não consigam ingressar com maior afinco em outros mercados? O fato de ter trabalhado como preparador, lhe ajuda em qual sentido no cargo de treinador? Como foi retornar ao Coritiba em 2015 já sendo treinador?


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R: Minha carreira no futebol começa em 1984 no Atlético Mineiro, depois fui para o Colorado-PR (após uma fusão se formou o Paraná). Em 1988 ingressei na Universidade fazendo Educação Física na PUC, dois anos após, o Coritiba abriu as portas vivenciando a prática, tive certa experiência também por ter atuado na base. Preparador físico era muito junto com treinador antigamente, às vezes você também atuava de auxiliar-técnico. Buscamos um conhecimento mais amplo e ter reconhecimento, a diferença é ter que entender a metodologia do treinador e do time, além da atribuição de planejamento e preparação de relatórios e análises dos jogos, interação com os atletas para fazer o papel de mediador. O que ele acha do desempenho dos atletas passando tudo para o técnico. Para mim foi legal voltar ao Coritiba, sendo vice-campeão de um campeonato importante.

R: Eu tive o privilégio de participar de todos os locais de base e profissional, sendo preparador-físico, auxiliar e técnico, sendo importante vivenciar a oportunidade, me colocando lastro para ser treinador, se atualizando e qualificando. Procurar analogias fora do país, sistemas, geração da base em termos de comportamento tático e técnico, extração de qualidade dos jogadores. Através do Abel Braga fui para França e seria ótimo para mim conseguir retornar ao futebol do Velho Continente, procurando um trabalho de longo prazo.

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2- Passou por Caxias, Vila Nova, Duque de Caxias, Ponte Preta, Palmeiras e Bahia. No clube carioca foi o trabalho que despertou o futebol brasileiro para contigo, por quais motivos em 2010 a equipe não conseguiu o tão sonhado acesso para Série A? Naquela época existia um investimento forte no elenco, a falta de patrocínio nos outros anos ajudaram nesse declínio do Duque? Na Ponte, teve quatro passagens, muitos já associam o treinador a Campinas, consideras a equipe sua casa? Treinaria o Guarani se tivesse oportunidade? No Palmeiras, chegou a mais de cem jogos, como foi trabalhar por tanto tempo em uma grande equipe? Como analisas o processo de reestruturação do alviverde, em 2014 renovava contigo por produtividade e agora em 2020 possuís uma das maiores folhas salariais da América do Sul?

R: Eu entendo que estava começando na Ponte Preta, saí do Duque de Caxias e tinha responsabilidade maiores com uma camisa forte. Claro que fiquei lisonjeado com o convite de uma potência do país, o Fluminense sempre levou jogadores importantes e com passagens pela seleção nacional em seu elenco, uma história incrível. Mas o lado profissional não ia funcionar, pois pensei na Ponte Preta e vi que fiz hoje a escolha certa, pois consegui desenvolver meu trabalho e assim fechamos um acesso importante no meu currículo. Voltando para o Bahia, fiz uma live semana passada, se tem um clube que fiquei devendo, pois sai do Palmeiras e fui para o tricolor baiano, pensava que conseguiria desempenhar um bom momento, saindo de quatro pontos da zona de rebaixamento. Porém, teve uma greve dos jogadores pedindo o pagamento de salários e premiações, isso dificultou o trabalho que tinha tudo para ser bom. Cheguei a conclusão que o atleta com problema é o homem com dificuldade, principalmente pela cobrança com família. O Bahia está em um outro patamar com gestão agressiva, Roger fazendo um bom trabalho.

R: Claro que você chega com 10 jogos, tendo que vencer 9 é difícil. A partir do ano seguinte, consegui o apoio da diretoria, jogadores e da imprensa, principalmente levando em consideração o fato de ter iniciado o trabalho em 2014 com 17 atletas, sendo boa parte do elenco de nomes da base. Jogar Libertadores, Paulista e Série B como obrigação, fiz um trabalho com muita interação, além de resgatar o futebol de Henrique (indo para o Mundial de 2014), Wesley e Valdívia. Conseguimos levar o Leandro para seleção brasileira no amistoso contra a Bolívia, Alan Kardec, um dos grandes atacantes da época, infelizmente não conseguimos renovar. Foi um trabalho legal, pois fizemos um alicerce, mesmo atuando no Pacaembu e não na Arena.

3- Entre seus últimos clubes estiveram Avaí, Goiás e Chapecoense. Existe alguma semelhança entre a estrutura e a torcida dessas equipes? Chegastes para a reconstrução da Chape no cenário de total desolação, o que fizestes para conseguir levantar o ânimo do elenco que fez bom papel em competições como Catarinense, Brasileiro, Copa do Brasil e Sul-americana? O que você aprendeu naquela época que atualmente utiliza seja dentro ou fora do campo? Atualmente estais sem clube, existe alguma negociação ou sondagem em aberto para novo time depois da pandemia?

R: O Avaí e o Goiás chegamos em um processo de reformulação, saindo no caso do time azzurra da zona de rebaixamento do Catarinense e até indo bem em parte do Brasileiro. Também fizemos um trabalho interessante no Goiás, ambos com torcida muito forte. A Chapecoense tenho um carinho grande, anteriormente Vágner Mancini fez o processo de mudança com Rui Costa, passou o Vinícius Eutrópio e chegamos em uma situação, fazendo um grande feito chegando na Libertadores. O segundo turno, a Chapecoense foi campeã do turno, sendo bom lembrar, jogando por nós, pela cidade e por quem nos deixou (caso do meu amigo Caio Junior). O vestiário era muito forte com o espírito do Índio Condá, vou guardar com carinho essa passagem. No ano posterior, fomos vice-campeões do Catarinense, o Figueirense foi campeão em um jogo, onde eles estavam em melhor dia.

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