Esporte News Mundo
·01 de dezembro de 2025
Escanteio pode passar a ser revisado pelo árbitro de vídeo já em 2026; entenda

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·01 de dezembro de 2025

A Copa do Mundo de 2026 caminha para inaugurar um capítulo inédito no uso da tecnologia no futebol.
A Fifa voltou à carga para ampliar o alcance do árbitro de vídeo e permitir que escanteios assinalados de maneira equivocada passem a ser revisados durante o Mundial. A informação foi confirmada pelo jornalista Tom Morgan, do The Telegraph.
A ideia, discutida em reuniões recentes com o International Football Association Board (IFAB), ganhou força especialmente após a entidade máxima do futebol argumentar que erros desse tipo podem impactar diretamente partidas decisivas, inclusive uma final de Copa.
A proposta, porém, está longe de ser consenso. Segundo o próprioThe Telegraph, o painel técnico consultivo da IFAB, composto por ex-jogadores, treinadores e árbitros, reagiu de forma dividida ao plano. Ainda assim, a Fifa trabalha para conseguir uma autorização especial que permita implementar a novidade exclusivamente em competições de curta duração, como a Copa do Mundo ou a Euro, sem alterar as regras do jogo.
A possibilidade de criar um protocolo próprio para o Mundial surge como alternativa para contornar uma limitação histórica: a Quinta Regra do futebol estabelece que decisões sobre reinícios, como laterais, tiros de meta e escanteios, não podem ser alteradas depois que o jogo é retomado. A inclusão desses lances no escopo do VAR seria, na prática, uma exceção.
Dentro da Fifa, há a convicção de que o VAR deve ter “ferramentas adicionais” em torneios de grande impacto global para evitar situações potencialmente constrangedoras. O uso da tecnologia em escanteios, por exemplo, é visto como prioritário, à frente de outras discussões paralelas. Entre elas, a revisão de um segundo cartão amarelo considerado injusto, debatida em outubro, mas vista como improvável por ser mais subjetiva.
A demanda ganhou tração após episódios recentes no futebol europeu, quando erros na marcação de escanteios geraram gols e críticas públicas. Sean Dyche, técnico do Nottingham Forest, reclamou de dois lances seguidos na Premier League, reacendendo o debate. Mesmo assim, não há expectativa de mudanças no futebol de clubes: a Premier League, por exemplo, já se posicionou contra qualquer ampliação das atribuições do VAR.
Nos bastidores, dirigentes discutem a criação de permissões específicas que permitam à Fifa (e eventualmente à Uefa) operar com protocolos ajustados em torneios curtos, sem alterar o funcionamento do VAR em campeonatos nacionais. O objetivo é evitar resistência de federações que temem interrupções excessivas, um dos principais motivos de oposição dentro da IFAB.
A decisão final sobre o tema só será encaminhada a partir de 20 de janeiro de 2026, quando o IFAB realizará uma reunião de negócios. O assunto então será levado à votação oficial na assembleia anual marcada para 28 de fevereiro.
Durante o ciclo de debates, outras propostas surgiram, algumas mais radicais, outras descartadas rapidamente. Entre elas:
Pênaltis sem rebote: a cobrança terminaria imediatamente caso o goleiro defendesse. A sugestão já foi rejeitada.
Revisão de expulsão por segundo amarelo: chegou a ser levantada, mas esbarra no caráter interpretativo desses lances.
Escanteio em caso de infração do goleiro: proposta aprovada recentemente pela IFAB, permitindo que goleiros sejam punidos com escanteio, e não falta indireta, caso segurem a bola por mais de oito segundos.
Em meio a esse cenário, a tendência é que o Mundial da América do Norte funcione como um “laboratório” para o restante do futebol. Se a Fifa conseguir sua autorização especial, as revisões de escanteio poderão estrear já em 2026, mesmo sem qualquer garantia de que serão adotadas em outras competições.









































