Gazeta Esportiva.com
·19 de novembro de 2024
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A esposa de Robinho, Vivian Guglielmetti, falou nesta segunda-feira pela primeira vez sobre a prisão de seu marido, condenado a nove anos por estupro coletivo contra uma jovem albanesa na Itália em janeiro de 2013, quando atuava pelo Milan. Apesar da traição, ela defende a inocência dele.
“Eu poderia estar em qualquer lugar hoje com os meus três filhos, sem querer saber desta história. Não, eu estou aqui. Eu vou lutar pela minha família, pelo meu casamento, pelos meus filhos. As minhas questões pessoais de marido e mulher, resolvi lá atrás. O erro foi a traição. Eu fui traída e hoje ridicularizada mundialmente. Mas escolhi lutar pela verdade”, disse Vivian em entrevista ao Metrópoles.
Robinho está preso desde março deste ano, quando sua condenação por estupro foi homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. No momento, ocorre o julgamento de Habeas Corpus apresentado pela defesa do ex-atacante. Até então, o placar está 5 a 1 pela manutenção da prisão.
“O Robinho foi condenado por áudios entre amigos, imorais, horrorosos. Só que isso não é um crime. A traição que houve comigo não é um crime. Está muito distante de ser um crime. Entre um ato imoral e um crime tem uma distância muito grande. Ele está há oito meses pagando por algo que não aconteceu”, relata Vivian.
Os áudios foram obtidos através de escutas colocadas por policiais no carro de Robinho. Nele, o ex-jogador e os amigos revelam detalhes sobre o caso. O material foi bastante importante para o julgamento que o condenou.
“São horríveis aqueles áudios, são vergonhosos, são imorais. É triste. Me dava raiva porque eu sei quem é o Robinho, de levar as coisas sempre na brincadeira. Na minha percepção, ele tinha tanta tranquilidade de que ele não tinha feito nada, que ele brinca: ‘Ah, que se dane’”, afirma Vivian.
A esposa de Robinho revelou qual era sua expectativa quando soube que o processo viria ao Brasil.
“Quando falaram de vir o processo para o Brasil, a gente teve um acalento. Caramba, é o nosso país, é o nosso povo. A Justiça brasileira vai ver isso daqui, vai analisar e ver o quanto a gente foi injustiçado na Itália. Não aconteceu. Não quiseram analisar o processo, não quiseram saber.”
Por fim, Vivian falou sobre como está sendo a nova realidade, com Robinho preso na Penitenciária II de Tremembé.
“Vou lá todas as semanas. Levo a comidinha dele, os produtos de higiene, os produtos de limpeza. Graças a Deus, ele tem uma cabeça muito boa. Eu, às vezes, vou para tentar acalmá-lo, e é ele quem me acalma”, afirma a esposa do ex-jogador.
“Eu converso muito com nossos filhos. O Robinho também. Eles vão em algumas visitas. Quando vamos todos, aí vira aquela bagunça. Ele entra naquele papel de pai total, eles brincam muito, conversam. Eu abri todo o processo para os meus filhos. Aconteceu isso, isso, isso. E eu falo para eles: vai ter um dia em que a gente vai ver a Justiça de fato.”
Relembre o caso Robinho
O crime aconteceu em 2013, em uma boate em Milão, na Itália, e foi confirmado pelos policiais que colocaram escutas no carro do ex-jogador, que estava no Milan. Em 2017, Robinho foi condenado em terceira e última instância a nove anos de prisão pela justiça italiana por estupro coletivo contra uma jovem albanesa.
Segundo a sentença, Robinho e mais cinco amigos (Fabio Cassis Galan, Clayton Florêncio dos Santos, Alexsandro da Silva, Rudney Gomes e Ricardo Falco) estupraram uma mulher albanesa, sendo que ele e Ricardo acabaram condenados. Os outros quatro homens deixaram a Itália durante as investigações e não foram processados.
Após a defesa recorrer, a decisão foi confirmada pela suprema corte da Itália em janeiro de 2022. Em fevereiro, foi expedido um mandado de prisão internacional. Porém, como os países não têm acordo de extradição, ele não voltou à Itália para cumprir a pena.