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·08 de outubro de 2025

Estêvão e Palmer: complemento ou concorrência?

Imagem do artigo:Estêvão e Palmer: complemento ou concorrência?

Estêvão marcou no fim de semana, antes da parada para a Data Fifa, o primeiro gol dele com a camisa do Chelsea, decidindo o clássico contra o Liverpool no apagar das luzes. O brasileiro tem conquistado espaço no elenco do Chelsea, já foi titular (quatro vezes) na Premier League e recebeu elogios de Enzo Maresca, técnico do time. Seu papel na equipe, em médio e longo prazo, ainda é incerto. E o quanto Cole Palmer pode influenciar nisso, também.

Quem não lembra de Palmer conversando (ou tentando?) com Estêvão após a vitória do Chelsea sobre o Palmeiras, no Mundial de Clubes? Ali, o inglês já deu as boas-vindas ao novo clube, e se mostrou empolgado por receber um companheiro de tanta qualidade.


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Até o momento, porém, os dois só estiveram em campo simultaneamente em apenas 42 minutos. O que indica que ambos brigam por uma posição no ataque dos Blues. Algo que deve ficar ainda mais claro no futuro, segundo os planos de Maresca...

Palmer: um meia gelado

Cole Palmer trabalhou com Maresca no Manchester City, quando o hoje treinador do Chelsea era auxiliar de Guardiola. Sem espaço com Pep no Etihad, Cole foi negociado com o Chelsea no final de agosto de 2023. Foi titular no quarto jogo em Londres, para nunca mais sair do time.

Com Mauricio Pochettino, viveu a melhor temporada da carreira, com 40 participações diretas em gol (25 gols e 15 assistências). Palmer marcou um hat-trick e um póker na primeira temporada em Londres, onde atuou, majoritariamente, aberto na direita.

Com a chegada de Maresca, porém, sua função no time mudou um pouco. O ponta foi virando, aos poucos, meia, pois é centralizado que Maresca acredita que Palmer rende melhor.

O número de participações diretas caiu para 26 no primeiro ano com Maresca. No Mundial de Clubes, o italiano permitiu mais rotações posicionais de Palmer entre o meio e a direita, o jogador cresceu de rendimento e contribuiu com três gols e duas assistências na campanha que culminou no título.

Início como meia

O que Maresca pode não saber, e muitos podem esquecer, é que Estêvão começou a carreira, na base do Palmeiras, como meia. Aos poucos, foi aberto na ponta, o que gerou inclusive uma reflexão do coordenador da base do Verdão, João Paulo Sampaio, figura importante na formação de Estêvão.

"Hoje na base (do Palmeiras), está quase proibido pegar esse melhor jogador e colocar no campo. Eu quero que ele pegue mais na bola. Mas ele dribla, e erra, e o treinador quer colocar na ponta. E aí a gente vai na Argentina pegar esse jogador. Porque aqui, a gente pega esses jogadores, e coloca do lado", comentou, em entrevista ao podcast Denilson Show em 2024.

Com Abel Ferreira, Estêvão jogou como ponta majoritariamente, mas nos últimos meses, com uma formação de 3-2-2-3 na fase ofensiva, o jovem passou a cair mais por dentro, atrás do atacante.

Cobiçado no mercado pelos gigantes europeus, Estêvão escolheu o Chelsea, segundo seu empresário, André Cury, pelo clube o enxergar como um meia, e não um ponta.

"Foi o único clube que nos enxergou como camisa 10, para jogar no meio de campo. Pode ser que eu esteja errado, mas vamos ter a oportunidade. Acho que a gente vai estar certo, então isso também foi uma coisa que pesou muito", afirmou o agente na época da transferência para o GE.

Estêvão tem referência clara

Com a chegada de Estêvão em Stamford Bridge, Maresca ganhou mais uma peça importante no ataque. O treinador vê o brasileiro com uma trajetória similar a de Palmer, indo da ponta para o meio aos poucos.

"Eu penso que o Estêvão me lembra muito o Cole Palmer quando ele estava comigo no sub-23 do Manchester City. E quando ele esteve conosco na equipe principal. A trajetória de Cole é similar com a trajetória de Estêvão em termos de começar como um ponta. E devagar, devagar você o coloca mais por dentro", disse o comandante.

Maresca ainda acredita que Estêvão precisa encorpar fisicamente para buscar espaço mais centralizado. Sempre que foi titular na Premier League, contra Brighton, Fulham e West Ham, atuou aberto na direita, com Pedro Neto do outro lado.

Palmer, por sua vez, sempre que jogou como titular foi por dentro, com Pedro Neto ou Malo Gusto pela direita. Contra o Manchester United, Maresca esboçou ter os dois juntos pela primeira vez entre os titulares, com Estêvão na ponta, mas a expulsão de Robert Sánchez logo no começo do jogo fez o plano ir por água abaixo em cinco minutos.

Concorrente ou complemento?

Se Estêvão vai ser concorrente ou complemento de Palmer, só Maresca pode dizer. E o técnico já deu pistas que, em um primeiro momento, o brasileiro pode jogar com o inglês entre os titulares, mas aberto na direita. No futuro, a ideia é que Estêvão jogue por dentro e, teoricamente, lute por posição com Palmer.

Os melhores momentos de Palmer nos últimos meses, entretanto, abrem espaço para Estêvão, já que o meia-atacante cresceu de desempenho quando teve mais liberdade para inverter de posição com o ponta pela direita, gerando imprevisibilidade. O que pode favorecer também a Estêvão na busca por desequilibrar por dentro.

Cole e Estêvão têm tudo para se complementarem em campo, e não se excluírem. Cabe o tempo validar isso, se tiver o aval de Maresca...

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