Calciopédia
·19 de dezembro de 2025
Esvaziada pela Supercopa Italiana, 16ª rodada da Serie A terá jogão entre Juve e Roma

In partnership with
Yahoo sportsCalciopédia
·19 de dezembro de 2025

Ao contrário do que é comum, este fim de semana não será de tanto futebol na Itália. A 16ª rodada da Serie A será disputada em dois blocos em formato reduzido, reflexo de uma realidade que já deixou de ser exceção no calendário local. Com Inter, Milan, Napoli e Bologna na Arábia Saudita para a disputa da Supercopa Italiana, apenas seis partidas ocorrerão entre sábado e domingo, enquanto os compromissos desta jornada envolvendo essas quatro equipes serão recuperados apenas em janeiro. Ainda assim, o campeonato segue normalmente para os demais times, que entram em campo já pensando na sequência imediata da temporada.
Dentro desse cenário, o grande foco recai sobre o confronto entre Juventus e Roma, que mexe diretamente com a parte alta da tabela. Uma vitória pode fazer os giallorossi igualarem a pontuação da líder Inter e aumentar a pressão sobre os nerazzurri, mesmo que estes ainda tenham um jogo a ser disputado. A rodada também traz duelos significativos em outras frentes: a Fiorentina, lanterna e sob enorme pressão, tenta finalmente conquistar seu primeiro triunfo diante de uma Udinese embalada pela vitória sobre o Napoli, enquanto o duelo entre Lazio e Cremonese coloca frente a frente uma equipe que busca se aproximar das vagas europeias e outra que, como grande surpresa do campeonato, pode começar a mirar voos mais altos do que a simples permanência na elite, já próxima, com menos de metade da Serie A disputada. Confira, a seguir, a prévia da jornada.
Juventus x Roma
Quinta colocada, com 26 pontos, a Juventus recebe a Roma, quarta, com 30, num confronto direto por vaga na Champions League. O duelo, aliás, tem sido marcado pelo equilíbrio recente, ainda que a história pese claramente a favor dos bianconeri. Os três últimos confrontos entre as equipes na Serie A terminaram empatados, algo pouco comum neste clássico, que só havia registrado uma única paridade nas seis partidas anteriores. Uma quarta igualdade consecutiva seria um evento raro, que não ocorre desde 1985. Ainda assim, a Loba venceu apenas uma das últimas dez pelejas contra a Juve no campeonato, em março de 2023, e, desde a temporada 2020-21, só apresenta percentual de triunfos pior diante de Milan e Napoli – 9%, contra 10% ante os bianconeri.
O Allianz Stadium, tradicionalmente, tem sido território hostil para os giallorossi. A Juventus venceu 11 dos últimos 14 jogos em casa contra a Roma na Serie A, mantendo a baliza inviolada em 10 dessas ocasiões. Por outro lado, há também sinais de maior equilíbrio: dois dos três confrontos mais recentes em Turim terminaram empatados, reflexo de uma Velha Senhora sólida, mas que tem dividido pontos com frequência. Apesar de estar invicta há 11 partidas como mandante, a equipe bianconera empatou três das últimas cinco partidas em casa, um dado que reforça a sensação de controle sem domínio absoluto.
A Roma chega sustentada por números defensivos impressionantes e por um desempenho externo de alto nível. Em 2025, os giallorossi venceram 12 das 17 partidas fora de casa na Serie A, um dos melhores anos da sua história nesse quesito. No campeonato atual, os adversários converteram apenas 5% das finalizações contra a equipe, que sofreu apenas oito gols em 15 rodadas, marca que não era alcançada há mais de uma década. Individualmente, o duelo também coloca frente a frente jovens protagonistas criativos como Soulé e Yildiz, ambos entre os jogadores mais completos da liga em volume de jogo, enquanto Wesley surge como surpresa ofensiva na defesa romanista. Em um confronto que vale muito na parte alta da tabela, a solidez da Loba e a força histórica da Vecchia Signora em casa prometem um embate de altíssima tensão.
Prováveis escalações
Juventus: Di Gregorio; Kalulu, Bremer, Kelly; McKennie, Locatelli, Thuram, Cambiaso; Conceição, Yildiz; Openda.
Roma: Svilar; Çelik, Mancini, Hermoso; Rensch, Cristante, Koné, Wesley; Soulé, Pellegrini; Ferguson.
Lazio x Cremonese
Lazio e Cremonese se enfrentam em um confronto direto que opõe ambições distintas, mas igualmente relevantes neste momento da Serie A. O histórico pesa claramente a favor dos biancocelesti, que visam entrar de vez na briga por vagas em torneios continentais: a Cremonese, que começou a temporada pensando em escapar do descenso, venceu apenas uma das últimas sete partidas contra a Lazio no campeonato, em 1996, e é justamente diante dos romanos que a equipe lombarda enfrenta sua pior taxa de derrotas como visitante na elite. Em jogos disputados no Olímpico, somando confrontos contra a dupla da capital, os grigiorossi jamais passaram ilesos defensivamente, sofrendo 27 gols em 12 partidas, um cenário que ajuda a explicar por que os aquilotti têm contra os violini sua melhor porcentagem de vitórias em casa no campeonato.
Apesar da vantagem histórica, o momento recente exige cautela dos donos da casa. A Lazio atravessa uma sequência incômoda contra times recém-promovidos e não venceu nenhuma das últimas seis partidas de Serie A diante desse tipo de adversário, incluindo todos os compromissos de 2025. Ainda assim, o desempenho no Olímpico tem sido sólido: a equipe perdeu apenas uma das sete partidas como mandante no campeonato, costuma começar forte – com a maioria de seus gols anotados nos primeiros tempos – e soma uma das melhores campanhas contra rivais da metade inferior da tabela; hoje, a Cremonese é 11ª, mas pode ultrapassar os próprios aquilotti em caso de triunfo. Grande parte dessa segurança passa pelas mãos de Provedel, líder absoluto em jogos sem sofrer gols na competição (oito).
Do outro lado, a Cremonese tenta recuperar o fôlego após um início surpreendentemente competitivo, que lhe fez encaminhar a permanência na primeira divisão bastante cedo e, quem sabe, pensar em algo mais. Invicta em oito das nove primeiras rodadas, a equipe perdeu consistência nas últimas semanas, com quatro derrotas nas seis partidas mais recentes, mas segue confortável em relação à zona de rebaixamento. A esperança ofensiva atende pelo nome de Vardy: aos 38 anos, o atacante já marcou quatro gols em 11 jogos e se aproxima de marcas históricas raríssimas para jogadores dessa idade na Serie A – entre os estrangeiros, só Ibrahimovic e Palacio anotaram mais vezes quando tão veteranos.
Sob imensa pressão, a Fiorentina precisa vencer a Udinese para não ver seu drama se intensificar (Getty)
Fiorentina x Udinese
Contra uma Udinese tão relaxada quanto competitiva, que vem de triunfo sobre o Napoli, a Fiorentina não joga só para superar uma adversária. A Viola enfrenta sua fase negativa, as estatísticas e a sensação de que o tempo, cada vez mais, é seu maior rival em 2025-26. Última colocada, ainda sem vitórias após 15 rodadas e já afundada numa distância preocupante em relação à zona de salvação, a equipe toscana entra em campo pressionada por um cenário que a história recente do campeonato trata como quase irreversível. Desde a adoção dos três pontos por vitória, em 1994, só o Crotone de 2016-17 e o Verona de 2022-23 conseguiram escapar do rebaixamento com uma pontuação tão baixa neste estágio, e apenas o Hellas sobreviveu mesmo estando a oito pontos da permanência após 15 partidas – exatamente a distância que hoje separa a trupe gigliata do Parma, 17º.
O quadro se agrava pelo rendimento no Artemio Franchi. A Fiorentina ainda não venceu em casa no campeonato, soma sete jogos sem triunfos como mandante e corre o risco de alcançar uma sequência negativa inédita desde 2019. No panorama europeu, a equipe toscana divide esse incômodo rótulo com poucos clubes dos cinco principais campeonatos (a rigor, Mainz, Levante e Wolverhampton), sinal claro da dimensão da crise. A fragilidade defensiva ajuda a explicar o colapso: são 26 gols sofridos, uma das piores marcas da Serie A, com especial vulnerabilidade nos segundos tempos, em que a Viola já foi vazada 14 vezes, número que não se via desde o início dos anos 2000.
O baixíssimo rendimento de estrelas da equipe – e do campeonato – na última temporada também são sintoma evidente da crise e referendam a análise. Um dos grandes goleiros de 2024-25, De Gea vive uma fase difícil, com uma das piores taxas de defesas do campeonato (64,9%, acima apenas de Leali, do Genoa, com 64,5%) e de participação direta em erros que já resultaram em chutes rivais (quatro) e custaram gols (três). Já Kean é o jogador que mais finaliza na Serie A, mas também o menos eficiente entre os grandes arrematadores do torneio – aqueles que concluíram pelo menos 30 vezes. Foram apenas duas bolas na rede apesar do volume altíssimo de finalizações: 58, produzindo a irrisória média de 3,45% de aproveitamento.
Ainda assim, o histórico recente contra a Udinese oferece um raro ponto de apoio emocional para o time do pressionado Paolo Vanoli, que chegou no início de novembro e pode já ser demitido, caso não vença. A Fiorentina venceu três dos últimos cinco confrontos diretos pelo campeonato, com média de dois gols por partida, depois de um período anterior marcado por derrotas e apagões ofensivos contra os friulanos. Do outro lado, porém, a equipe bianconera tem se mostrado confortável em Florença: venceu duas das últimas quatro visitas e, após o sucesso de dezembro de 2024, busca algo que não acontece desde o fim dos anos 1980 – duas vitórias consecutivas fora de casa contra a Viola.
Domingo, 21/12, 8h30 Cagliari x Pisa
Domingo, 21/12, 11h Sassuolo x Torino
Domingo, 21/12, 16h45 Genoa x Atalanta
Quarta, 14/1, 14h30 Napoli x Parma
Quarta, 14/1, 16h45 Inter x Lecce
Quinta, 15/1, 14h30 Verona x Bologna
Quinta, 15/1, 16h45 Milan x Como









































