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·01 de setembro de 2018
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Joãozinho é pouco conhecido no futebol brasileiro, afinal de contas deixou a Portuguesa em 2007, quando representantes do Levski Sofia, uma das potências do futebol búlgaro ao lado do CSKA local.
Após três anos, e o mesmo número de taças (um campeonato e duas supercopas), o lateral/ponta aceitou a proposta para defender o Krasnodar, da Rússia, e mudou completamente a sua vida: não apenas pelas sete temporadas no clube, mas por ter encontrado a mulher que seria a sua esposa e mãe de seu filho.
A convivência com Valeria, sua esposa, lhe ajudou a falar o idioma praticamente como um russo, e depois de ter feito história no modesto clube ganhou uma oportunidade de ouro. Depois de sete temporadas, Joãozinho (que atuava como lateral-esquerdo, mas passou a jogar como ponta) assinou por um ano com o tradicional Dínamo de Moscou.
Na capital russa, sonha em ajudar o clube a voltar a conviver com as conquistas. Casa de jogadores históricos, como o eterno goleiro Lev Yashin, o Dínamo moscovita foi uma das maiores potências futebolísticas da antiga União Soviética, conquistando 11 títulos. Entretanto, após a perestroika jamais demonstrou a força do passado, inclusive amargando um rebaixamento.
“A história do time é muito grande. Todo mundo conhece, da União Soviética, uma história belíssima. Há quatro ou cinco anos montaram uma equipe forte, pra ser campeão, mas não conseguiram. Caíram pra segunda (em 2016), infelizmente. Hoje, de volta à elite, está ressurgindo e espero estar neste plano de, num ano, surpreender e brigar pelo título”, afirmou para a Goal Brasil.
Em sua nova casa, Joãozinho disputou cinco jogos e já fez um gol. Neste início de campeonato, o Dínamo ainda busca se ajustar e ocupa a nona posição. Mas o que impressionou o brasileiro, que está há oito anos na Rússia é o ânimo dos torcedores locais após a realização da Copa do Mundo.
“As coisas melhoraram bastante em termos de infraestrutura. Aqui melhorou muito o futebol, o pessoal está indo mais para o estádio, está com outra visão pelo futebol, já que aqui o primeiro esporte é o hockey. Hoje as pessoas estão falando mais do futebol. Na Copa as pessoas falavam muito comigo sobre as viagens, me chamavam. Eu não fui em nenhum jogo, mas acompanhei tudo pela TV com o pessoal da Espanha e saíamos pra jantar”.
Esta última parte, aliás, vale uma observação especial. Pois se levantar títulos pelo Krasnodar é tarefa quase impossível, por causa de outras forças no futebol local, os seus últimos meses no Krasnodar lhe deram uma experiência única de vida. Como o local foi escolhido para receber a seleção espanhola, Joãozinho aproveitou para fazer contato com grandes jogadores. Um deles, por ironia do destino, nascido no Sergipe, assim como ele próprio e que se transformou em um grande amigo.
“Eu falo com o Diego Costa às vezes, ele me manda mensagem, recado para o pessoal do nosso estado. Mas a gente nunca tinha tido contato pessoal. E ele chegou aqui e me convidou pra jantar com o pessoal... chegando lá estava todo mundo, Iniesta, Thiago, Iniesta. Antes a gente tinha contato por causa dos amigos. Ele mandava sempre um abraço... aqui na Copa começamos a ter contato e normalmente nos comunicamos direto”, relembrou, entre risos.
Apenas mais um exemplo, dentre tantos, de que a Copa do Mundo deixou definitivamente a sua marca na Rússia.