Jogada10
·15 de junho de 2025
Exclusivo! Paiva vê Mundial como chance incomparável para o Botafogo

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·15 de junho de 2025
Último dos 32 participantes a se classificar para a primeira edição do Super Mundial de Clubes da Fifa, o Botafogo está pronto para escrever mais um belo capítulo de sua história. Neste domingo (15), às 23h (horário de Brasília), no Lumen Field, em Seattle (EUA), pelo Grupo B, o atual campeão continental e brasileiro começa a escalar o Monte Everest. O Seattle Sounders, adversário da casa, é o primeiro obstáculo no caminho do Mais Tradicional. Em seguida, o time alvinegro enfrenta Paris Saint-Germain (FRA) e Atlético de Madrid (ESP) para chegar às oitavas de final. A estrada é longa, porém, repleta de simbolismos e oportunidades. Afinal, antes de tudo, o Planeta Bola conhecerá de perto a Estrela Solitária.
No formato do Mundial de Clubes de dezembro, uma equipe sul-americana tinha somente dois jogos (três em 2024) para definir o título. Agora são sete. A dificuldade, que já era grande, aumentou. Técnico do Botafogo, Renato Paiva prefere, no entanto, enxergar o outro lado da moeda, mesmo no chamado “Grupo da Morte”.
“Não desilude o formato do Mundial ter mudado. São 32 das melhores equipes do mundo. Queremos, então, estar entre os melhores do planeta. No outro formato, eram menos jogos, com caminho mais curto. Porém, a experiência e a visibilidade deste novo Mundial são incomparáveis ao anterior. Como disse, no Brasil, são duas montanhas que temos para subir. O Everest ninguém tinha escalado. Até que um dia alguém chegou ao topo. Não haverá jogos fáceis. Há, claro, na teoria, rivais mais acessíveis. Mas, em um Mundial, não há facilidade de nenhum lado. Este é o grupo mais difícil, vamos disputá-lo com orgulho e motivação.”, colocou o treinador português, ao Jogada10.
Paiva já sinalizou que, com os últimos reforços na janela extra para o Mundial de Clubes, o elenco do Botafogo caminha para uma nota 9. O clube trouxe o goleiro Loor, o zagueiro Kaio Pantaleão, o meia-atacante Montoro, o atacante Correa e o centroavante Arthur Cabral. Nenhum deles, contudo, ainda estreou, cenário que deixa o treinador com um pouquinho de dor de cabeça. Caberá ao comandante lusitano se virar com o quinteto.
“Não é o melhor dos mundos ter os jogadores em cima do Mundial. Arthur e Correa chegaram aos Estados Unidos. O Montoro, o Kaio e o Loor se apresentaram no Rio de Janeiro, mas não competiram. O ideal seria no início do ano, com três, quatro meses de trabalho. São cinco contratações que teremos que inserir no torneio. Mas o Arthur, o Kaio e o Correa, por exemplo, são jogadores muito experientes, com muitos jogos na Europa e habituados a este tipo de competição. Por isso, a integração às nossas ideias pode ser acelerada. Não é o contexto ideal, mas contamos com a experiência destes nomes”, espera o treinador.
“É verdade que a Europa reúne o maior número de equipes de qualidade, onde estão as melhores competições e os melhores jogadores. Por outro lado, é uma oportunidade multicultural do encontro entre times da África, Ásia, Europa e das Américas. O Mundial, portanto, é um exemplo de intercâmbio de diversas escolas de futebol. Vai ser muito interessante perceber se, de fato, a Europa confirmará a sua hegemonia, desta vez, diferente de um Mundial no qual os clubes só eram testados duas vezes. Sabemos que a América do Sul dá uma importância grande a estes torneios, mas acho que, no geral, todos olham com muito interesse e muita motivação para o Super Mundial de Clubes.”
“Sim, é um reencontro com Gonçalo Ramos e o João Neves, dois jogadores que conheço bem (dos tempos da base do Benfica) e extraterrestres que ajudei a criar. Mas essa não é a questão. O Paris Saint-Germain é a definição clara de equipe e não um grupo de jogadores. Luis Enrique conseguiu fazer do PSG a equipe mais temida da Europa. As individualidades, obviamente, são ótimas, mas só funcionam em conjunto. Isso que torna a equipe fortíssima e a mais difícil de bater. Estes extraterrestres estão inseridos em um coletivo muito forte. Já o Nuno Mendes eu enfrentei quando ele estava no Sporting. O Vitinha veio do Porto e era conhecido como o ‘Iniesta do Olival’. Era nada corpulento e tinha futebol para dar e vender. Sempre fui um grande fã. Mas, neste momento, não estou preocupado com jogador A, B ou C. Se focar em um jogador só, aparecerá outro para resolver do outro lado. O que me preocupa é anular o coletivo do PSG.”
“Você pode defender um estilo ou outro. Outra coisa é reconhecer que vários estilos podem ser admirados. Não sou um radical. Vou mudando algumas coisas ao longo da minha trajetória. Logo depois de estar em La Masia, com Pep Guardiola, nas inferiores do Barcelona, estive com Simeone no Atlético de Madrid. São dois treinadores completamente antagônicos. Mas ambos ganham e montam grandes equipes. Você pode ter êxito jogando futebol com diversas abordagens. Por isso, é um esporte tão fantástico. Tenho meus gostos, mas não deixo de conhecer outras realidades para abrir portas em questões metodológicas. Gostei muito do que vi no Atlético. É um time treinado por um homem que liderou uma revolução. Está há dez anos lá. Ele consegue, sem as mesmas armas de Barcelona e Real Madrid, ganhar campeonatos e chegar a finais europeias. Por isso, precisamos respeitá-los. Mas eles também vão enfrentar o Botafogo.”
“Trabalhamos sobre esta realidade de jogar a cada três dias no Brasil. Paramos um pouco para o Mundial e, depois, retornaremos. Após o jogo contra o Ceará, tivemos três dias de descanso, viajamos e fizemos uma semana de treino nos Estados Unidos. O calendário vem antes dos campeonatos e não terá influência sobre o desempenho.”
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