Glorioso 1904
·26 de novembro de 2024
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·26 de novembro de 2024
O génio de Ángel Di Maria não conhece o que é envelhecimento, mantém-se igual, seja agora aos 36 anos de idade, ou há 20 anos atrás, quando era um jovem de 16 anos, dar os primeiros pontapés numa carreira profissional que prometia ser brilhante e tem sido. Depois de mais uma prestação repleta de magia, diante o Estrela Amadora, onde o camisola 11 do Benfica concretizou o hat-trick mais rápido da carreira, o que não faltam são elogios para quantificar a qualidade do argentino.
Vasco Mendonça, conhecido adepto do Glorioso, partilhou esta semana, na habitual coluna ‘Selvagem e Sentimental’, publicada no jornal A Bola, a opinião que tem sobre o astro argentino, tendo começado por afirmar que é um privilégio poder ver ‘Fideo’ a jogar. “Ver Ángel Di Maria fazer o que quer num relvado em 2024 é um privilégio ainda maior do que parece à primeira vista. Não se trata apenas da oportunidade ver um intérprete extremamente eficaz e útil aos objetivos da equipa, que puxa pelos colegas e pelos adeptos puxando, antes de mais, por si mesmo, quando a maioria dos atletas da sua idade já estaria em casa descansada e contente com uma carreira observada no retrovisor. Visto assim parece muito, e é, mas é ainda mais valioso do que isso, pela escassez crescente de intérpretes como ele”, começou por escrever.
Atendendo à falta de talento que possa vir a suprimir as ausências de jogadores como Di Maria, Vasco Mendonça afirma que, as dificuldade não afetam apenas só o Clube da Luz: “Não é só o Benfica que tem dificuldade em apresentar jogadores com a qualidade artística de Di Maria. São mesmo todos os clubes, seja porque já não se fazem destes ou porque o treinador tem uma ideia de jogo que parece uma Autoeuropa futebolística, em que os líricos acabam a apertar parafusos ou são substituídos pela inteligência artificial”.
Vasco Mendonça aproveitou também para criticar o estado atual da modalidade, defendendo que a cada ano que passa, mais longe fica das origens. “Ainda assim, devo teimar. Tenho andado atento e não vejo o que é que a evolução desta modalidade irá voltar a coincidir com a origem cultural das colheitas de décadas anteriores. Talvez lá cheguemos, por força de circunstâncias ou porque toda a gente se fartou de ver robôs, mas parece-me que estamos muito longe de ver chegar esse dia. Esta constatação torna jogadores como Di Maria, aos 36 anos, uma verdadeira espécie em vias de extinção. Pode até haver quem pareça uma promessa de Di Maria, mas rapidamente se verá esmagado pelas instruções do diretor de linha de montagem”.
Por fim, o Benfiquista deixou um desafio aos leitores: “Entretanto, podem continuar à procura. Avisem-me quando encontrarem um jovem jogador que se aproxime da combinação de personalidade, desobediência, talento e ética de trabalho que define este génio argentino há quase 20 anos”, desafiou. Vasco Mendonça deixou uma última reflexão: “Hoje há Di Maria, amanhã não sabemos. Celebremos enquanto assim for!”.