Calciopédia
·11 de dezembro de 2025
Ferguson brilha e lidera vitória impactante da Roma sobre o Celtic pela Liga Europa

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·11 de dezembro de 2025

A Roma venceu o Celtic por 3 a 0 na Escócia, pela quinta rodada da Liga Europa, com atuação dominante desde o primeiro minuto, um Ferguson em noite magistral e um plano de jogo executado à risca por Gian Piero Gasperini. Com a vitória, construída com gol contra de Scales e a doppietta do centroavante irlandês, os giallorossi ficaram perto da vaga no mata-mata da competição e poderão até garantir lugar direto nas oitavas com um triunfo contra Stuttgart ou Panathinaikos, nas jornadas finais.
A noite escocesa começara carregada dos discursos da véspera. Gasperini, pressionado por dois tropeços seguidos contra Napoli e Cagliari, cobrara publicamente mais foco e competitividade, e também deixou claro que não tinha simpatia ou antipatia por quaisquer jogadores, que observava apenas suas atuações. A frase funcionou como provocação interna e era direcionada a Ferguson, que teve na volta à Grã-Bretanha, onde atuara por Brighton e West Ham, sua exibição mais completa desde a chegada à capital italiana – e possivelmente a melhor dos dois últimos anos de sua carreira.
Para dosar energias dos titulares e dar chances a quem tem jogado menos, Gasperini promoveu mudanças pesadas no onze inicial: tivemos Rensch e Çelik nas alas, Pisilli e El Aynaoui no meio, El Shaarawy de volta ao flanco canhoto e Ferguson liderando o ataque. A rotação, que poderia significar perda de entrosamento, foi justamente a força da Roma no primeiro tempo.
Desde o pontapé inicial, o Celtic percebeu que a noite seria longa. A Roma pressionava alto, ocupava o campo adversário com agressividade e recuperava bolas em zonas adiantadas como se estivesse jogando no Olímpico. A diferença técnica saltava aos olhos, mas foi a discrepância tática que decidiu a dinâmica: Gasperini montou encaixes individuais que desconstruíram a saída escocesa, forçaram erros em sequência e deixaram a equipe de Wilfried Nancy, recém-chegado à Escócia após bom trabalho pelo Columbus Crew, da Major League Soccer, sufocada logo nos primeiros minutos.
Logo no início, Mancini forçou Scales a marcar contra, dando a partida na vitória giallorossa (Arquivo/AS Roma)
Aos 6, veio a primeira recompensa: escanteio cobrado por Soulé, disputa embolada na área e Scales, tentando afastar, foi atrapalhado por Mancini e acabou desviando de cabeça para o próprio gol. Era o 1 a 0 que consolidava em números aquilo que já estava evidente no gramado.
Nem mesmo a vantagem fez a Roma tirar o pé. Os giallorossi dobraram intensidade e criaram chances contínuas. El Shaarawy chegou com perigo duas vezes; Soulé, por dentro, trouxe combinações rápidas com Çelik e Pisilli, que fazia um primeiro tempo de grande maturidade, aparecia tanto na pressão quanto como elemento surpresa na área. Mas o protagonista da noite ainda estava para aparecer. Ferguson, que já dava sinais de confiança com sua imponência física, quase marcou aos 27, quando aproveitou recuperação de El Aynaoui, avançou com força e acertou o lado externo da trave.
A jogada foi aviso claro do que estava por vir – e abriu uma sequência de ações que escancarariam o melhor nível do centroavante. O 2 a 0 saiu aos 36, num movimento que só existiu porque Ferguson leu o espaço meio segundo antes do marcador. Çelik recebeu aberto, esperou a infiltração do irlandês e cruzou rasteiro: o atacante, escorregando ao cindir a linha defensiva, empurrou para as redes e venceu Schmeichel. A defesa escocesa, que já sofria com a diferença de velocidade e força, foi aberta como manteiga. E o Celtic, que até então não tinha criado nada, passou a flertar com o colapso emocional.
O golpe final do primeiro tempo veio aos 42, num lance de pura classe. Lançado na entrada da área, Ferguson dominou girando o corpo, trouxe a bola para o pé bom e bateu de primeira, combinando frieza e técnica. A bola morreu no canto e decretou o 3 a 0, um resultado que fazia jus à superioridade – e que poderia ter sido ainda maior antes do intervalo. No apagar das luzes, porém, a Roma deu seu único vacilo na etapa inicial: Hermoso agarrou Engels dentro da área e o árbitro István Kovács, que vinha deixando passar lances parecidos, confirmou o pênalti. O Celtic teve a chance de recolocar alguma tensão no jogo, mas o belga foi hipnotizado por Svilar, que pulou no canto certo, e desferiu um arremate muito aberto, que bateu no poste e saiu.
Ferguson desencantou, marcou dois gols e comandou a vitória da Roma sobre o Celtic (Getty)
Na volta do intervalo, Nancy tentou reacender sua equipe. Entraram Paulo Bernardo, Iheanacho, Donovan e, depois, Ralston. Assim, o Celtic ganhou ao menos mobilidade e coragem para explorar espaços. A Roma, confortável demais com os três gols de vantagem, reduziu a frequência das pressões e diminuiu o ritmo das alas. Rensch e El Shaarawy deixaram de avançar com a mesma sincronia; Çelik e Soulé, tão participativos na primeira etapa, rarearam nas conexões; e o bloco romano encolheu de maneira perigosa.
Pisilli até balançou as redes de cabeça num lance anulado por impedimento, mas quem cresceu foi o Celtic. Iheanacho finalizou para fora em boa condição e depois chegou a marcar, impedido. McGregor também recebeu no entrelinhas e bateu por cima, mostrando que havia jogo a ser tratado com seriedade.
A resposta romanista só veio depois da metade do segundo tempo, quando o time voltou a recuperar o controle emocional e técnico da partida. Gasperini reorganizou a pressão e reativou circulação pelos lados, possibilitando que os giallorossi voltassem a pisar na área rival. Bailey teve golaço anulado por um impedimento milimétrico em transição e, depois, finalizou com perigo novamente. Dali em diante, a Roma apenas geriu a vantagem e ainda comemorou o retorno aos campos de Angeliño, que – lesionado – não jogava desde o fim de setembro.
O apito final mostrou um Celtic humilhado em casa – e vaiado pela torcida remanescente nas arquibancadas do Celtic Park, já meio vazias com a saída antecipada de milhares de pessoas – e uma Roma com sensação de trabalho bem feito. Não se tratou apenas de uma vitória larga e de pontos fundamentais, mas de uma atuação que recuperou princípios, intensidade e identidade, justamente os elementos que haviam desaparecido nas derrotas recentes para Napoli e Cagliari. Além disso, a noite magnífica de Ferguson pode ter dado ao time a referência ofensiva que lhe faltava, já que pode servir de motivação ao irlandês. Com a classificação ao mata-mata praticamente encaminhada e a possibilidade real de terminar entre os oito primeiros da Liga Europa, a Roma sai de Glasgow com muito mais que um resultado: sai com uma bússola. Já os escoceses, em afã, terão vida dura na sétima rodada, pois viajam à Itália para encararem o Bologna.









































