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·21 de novembro de 2025
Filha de Eduardo Vinicius revela por que o Flamengo não ficou com o maior acervo da história do clube

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·21 de novembro de 2025

Em 27 de junho de 2024, o Flamengo perdeu um de seus torcedores mais ilustres: Eduardo Vinícius - dono da maior coleção de itens do Mais Querido da história. Mais de um ano após a perda de Dudu, parte do acervo rubro-negro está sendo vendida para colecionadores.
Por outro lado, sócios do Mengão decidiram organizar uma "vaquinha" para comprar parte da coleção de Eduardo, atualmente sob posse da família, com o objetivo de doá-la ao Patrimônio Histórico do clube.
Com isso, o MundoBola Flamengo decidiu entrevistar Débora Couto, filha de Dudu, e Roberto Sá Filho, um dos associados responsáveis pela campanha de arrecadação.
Com mais de 22 mil itens do Flamengo, Eduardo Vinícius ficou conhecido na Nação Rubro-Negra pelo cuidado e carinho dedicado à história do clube.
O Sócio Benemérito chegou a utilizar um imóvel exclusivamente para abrigar sua coleção, composta por itens como camisas, ingressos, documentos, flâmulas, fotos, e outros acessórios rubro-negros.
"Preservar o acervo do Eduardo é preservar a própria alma do Flamengo. Cada item guarda uma história, uma conquista, um símbolo de identidade. Esse acervo não pertence apenas ao passado: ele é um elo entre gerações, uma ponte que conecta o que fomos, o que somos e o que ainda seremos como nação rubro-negra. Quando uma lembrança se perde, um pouco da nossa identidade também se apaga. É manter acesa a chama que há mais de um século une milhões de corações", disse Roberto Sá.
Segundo Debora, seu pai se dedicou à preservação da história do Mais Querido - por conta própria - quando não havia, no clube, uma cultura de "cuidado" com os itens rubro-negros. "Hoje, que temos um Museu incrível, vemos tudo ser mais valorizado e cuidado e sei que muitos itens da coleção do meu pai precisam dessa mesma valorização e cuidado".
Inaugurado em agosto de 2023, o Museu Flamengo contempla diversos itens históricos do Rubro-Negro em um espaço moderno, tecnológico e interativo. Para Roberto, a adesão de mais peças do acervo de Eduardo Vinícius representaria um ganho estético, histórico, técnico e simbólico.
De acordo com o sócio, ampliar a exposição do museu seria "devolver" ao clube "pedaços" da sua própria história, com o intuito de enriquecer os registros dos períodos menos documentados do Mais Querido.
"É fortalecer a memória coletiva, ampliar o conteúdo histórico disponível e garantir que o passado continue iluminando o futuro. Cada objeto incorporado é uma forma de reafirmar quem somos - um clube que não apenas vence, mas que tem orgulho de lembrar como chegou até aqui", disse Roberto Sá.
A pergunta que ainda permeia entre os torcedores que acompanham com assiduidade o Flamengo fora de campo é: por que o clube não adquire o acervo de Dudu? De acordo com Debora, houve conversas com o Patrimônio Histórico do clube, contudo, outras prioridades fizeram com que não fosse possível tal movimento.
"Sabemos que o pessoal do Patrimônio Histórico gostaria que as peças fossem adquiridas, mas os responsáveis pelo dinheiro têm outras prioridades no momento. Acho compreensível. Da minha parte, não há mágoa. Eu apenas lamento que não tenhamos conseguido concluir. Mas tenho certeza de que, de uma forma ou de outra, tudo chegará ao melhor destino possível", revelou.
O Flamengo foi procurado pela reportagem do MundoBola, mas optou por não se posicionar sobre o tema.
Após um ano de tentativas para que o clube ficasse com parte do acervo, a família de Eduardo Vinícius decidiu vender alguns itens para colecionadores. A decisão foi motivada pelo estresse emocional e pelo alto custo de manter a enorme coleção.
Dessa forma, a família de Dudu escolheu peças especiais e significativas para manter sob sua posse. Outros artigos, segundo Debora, têm que ficar com o Rubro-Negro. "Tem itens que não conseguimos aceitar que não fiquem com o clube, mas ainda há a questão de como vai funcionar na prática que os recebam".
Diante do cenário, um grupo de sócios do Flamengo decidiu criar uma vaquinha online para adquirir parte do acervo e doá-lo ao clube. Após receber a notícia de que o Rubro-Negro não compraria parte da coleção, e entender a decisão do ponto de vista de gestão, Roberto Sá Filho, um dos responsáveis pela campanha, decidiu agir com um propósito claro.
"Fizemos com um único propósito: fazer a nossa parte pelo Flamengo. Não se tratava de apoiar ou criticar a diretoria atual ou a anterior, mas de preservar algo que consideramos essencial, a memória afetiva do clube. Estamos falando de emoções, de símbolos que carregam histórias e lembranças que formam a alma rubro-negra. Deixar esse acervo se dispersar seria como permitir que pedaços da nossa identidade se perdessem no tempo", explicou o sócio.
Para Debora, a ação dos sócios era tudo o que a família desejava: pessoas com o interesse, vontade e paixão de preservar, exibir e compartilhar a história do Mais Querido.
"Junto com os sócios, criamos um lote bem legal, também incluindo doações, como propusemos diretamente ao clube. Para mim e minha irmã, seria um sonho realizado", disse.
Roberto Sá afirma que o objetivo da campanha é garantir que os itens históricos do ex-curador do museu sejam preservados e integrem o patrimônio do Flamengo. Mais do que arrecadar fundos para a compra do acervo, a movimentação também busca unir a torcida em torno de uma causa que visa manter viva a memória rubro-negra.
"A mobilização tem sido muito positiva. Temos visto o engajamento de torcedores de todas as gerações, além de sócios, grandes-beneméritos e até presidentes de poder do clube participando ativamente da divulgação e do apoio à campanha. Isso mostra o quanto o tema ultrapassa fronteiras políticas e pessoais, é uma causa coletiva, de amor pelo Flamengo", afirmou o rubro-negro.
Até o momento (21/11/2025), a vaquinha online já arrecadou mais de R$ 9.900 de um total de R$ 51 mil - com cerca de 30 colaboradores. O primeiro lote a ser comprado contará com 70 itens da coleção de Dudu, que serão doados oficialmente ao Flamengo.
Para colaborar com a campanha, clique aqui.

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