Gazeta Esportiva.com
·28 de novembro de 2025
Filipe Luís, um discípulo de Simeone que revalorizou os técnicos brasileiros

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Em tempos de crescente protagonismo de treinadores estrangeiros no Brasil, Filipe Luís surge como a grande esperança local, comandando o Flamengo que disputará a final da Copa Libertadores contra o Palmeiras de Abel Ferreira.
No sábado, em Lima, buscará conquistar pela primeira vez como técnico a Libertadores, torneio que venceu duas vezes como jogador rubro-negro, em 2019 e 2022. Seu Mengão, além disso, está prestes a levar a coroa do Brasileirão após meses de disputa intensa contra o Palmeiras.
“Estou mais feliz que nunca, fazendo o que amo. Quanto mais pressão, quanto mais difícil, mais eu aproveito meu trabalho”, comentou o ex-jogador de 40 anos, após empate em 1 a 1 contra o Atlético-MG, resultado que deixou o Fla a um passo do título nacional.
Embora sua carreira como técnico esteja apenas começando, Filipe Luís ganhou destaque desde que assumiu o comando do Flamengo em setembro do ano passado, substituindo o ex-técnico da Seleção Tite. Suas únicas experiências anteriores haviam sido nas categorias Sub-17 e Sub-20 do clube, após encerrar a carreira de jogador em 2023.
A aposta foi arriscada, mas o sucesso acompanhou este discípulo de Diego Simeone e Jorge Jesus. Seu primeiro troféu como treinador, a Copa do Brasil, chegou apenas 41 dias após ser nomeado. Em 2024, já conquistou a Supercopa do Brasil e o Campeonato Carioca.
A presença crescente de técnicos estrangeiros gera críticas no Brasil, cuja seleção conquistou cinco Copas do Mundo com treinadores locais. Filipe Luís, no entanto, valoriza a abertura.
“O melhor futebol está na Europa, com os melhores jogadores, competições e treinadores. Temos muito a aprender”, disse quando Carlo Ancelotti foi escolhido como técnico da Seleção rumo ao Mundial de 2026.
Apesar da rivalidade, Filipe Luís considera Abel Ferreira, bicampeão da Libertadores com o Palmeiras, como “o melhor técnico do futebol brasileiro”. Nos últimos seis anos, Jorge Jesus, Abel Ferreira (duas vezes) e Artur Jorge conquistaram quatro títulos do Brasileirão.

Foto: DAN MULLAN / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
Recentemente, o ex-goleiro Emerson Leão criticou a “invasão de gringos” no futebol brasileiro, durante evento com a presença de Ancelotti. “Não gosto de treinadores estrangeiros, mas temos que admitir que a culpa é nossa, pela falta de preparo dos técnicos locais”, disse Leão. O presidente da CBF, Samir Xaud, respondeu: “Não vamos permitir xenofobia. Julgamos os profissionais por suas competências”.
Formado na escola europeia, Filipe Luís jogou por clubes como Deportivo La Coruña, Atlético de Madrid e Chelsea. Sua maior influência foi Diego Simeone, a quem considera “um pai”.
“Se estou aqui é porque ele me inspirou. Mudou minha vida”, disse Filipe Luís, às vésperas da final da Libertadores. Se vencer, será o segundo brasileiro a conquistar a Libertadores como jogador e treinador, juntando-se a Renato Gaúcho, campeão com o Grêmio em 1983 (jogador) e 2017 (técnico). Uruguaios como Luis Cubilla e Juan Martín Mujica, além de argentinos como Marcelo Gallardo, também figuram na lista de campeões da Libertadores em ambos os papéis.









































