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·11 de novembro de 2025

Fim da aventura: Volta Redonda sofre com limitações e retorna à Série C do Brasileiro

Imagem do artigo:Fim da aventura: Volta Redonda sofre com limitações e retorna à Série C do Brasileiro

O destino do Volta Redonda foi selado matematicamente nesta segunda-feira (10), após a vitória do Botafogo sobre o Amazonas por 2 a 0. O resultado confirmou o rebaixamento do Voltaço para a Série C do Campeonato Brasileiro em 2026, com duas rodadas de antecedência. O clube do Sul Fluminense acompanha o Paysandu, lanterna da competição, entre os que já têm presença garantida na terceira divisão.

A queda encerra uma temporada que, desde o início, carregou o peso da limitação financeira e de um elenco curto. Recém-promovido da Série C, o Volta Redonda entrou na Série B com expectativas moderadas, mas rapidamente percebeu que a diferença de nível técnico e de investimento entre as divisões era expressiva.


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Com uma das folhas salariais mais baixas da competição, estimada em cerca de R$ 600 mil mensais, bem abaixo da média da Série B, o clube não conseguiu reforçar adequadamente o elenco e terminou pagando caro pela falta de profundidade no grupo.

A constatação através dos números

Em 36 rodadas até aqui, o Voltaço somou 34 pontos, com apenas 8 vitórias, 10 empates e 18 derrotas. O aproveitamento de 31% traduz a dificuldade em manter competitividade ao longo do campeonato.

O ataque, o pior da Série B, marcou 23 gols, enquanto a defesa foi vazada 40 vezes (saldo negativo de 17). Até aqui, o Voltaço soma apenas uma vitória como visitante, justamente contra o lanterna Paysandu (outro com rebaixamento confirmado), e nenhuma sequência de duas vitórias consecutivas em toda a competição.

Números que refletem o distanciamento técnico e de desempenho do Volta Redonda para os seus adversários.

Elenco enxuto e desempenho oscilante

Já com dificuldades em condições normais, o Volta Redonda ainda sofreu ao longo do campeonato com lesões, suspensões e a ausência de peças de reposição à altura.

O setor ofensivo foi o retrato da ineficiência da equipe: poucos gols marcados e uma dependência excessiva de lampejos individuais de jogadores como MV e Matheus Lucas.

Na defesa, a instabilidade e os erros em momentos decisivos custaram pontos importantes, e, aos poucos, transformaram a luta pela permanência em um desafio quase impossível. E tudo só não foi ainda pior por conta de momentos de inspiração do goleiro Jean Drosny no primeiro turno. O goleiro acabou perdendo a vaga para Jefferson Paulino ao longo da competição. 

Disparidade financeira e fim de um ciclo

Além das limitações técnicas, o cenário fora de campo também foi determinante. Com uma das menores folhas salariais da Série B, em uma realidade muito distante das equipes que brigam pelo acesso, o Voltaço sucumbiu nas suas próprias dificuldades.

Sem condições de estruturar um elenco competitivo, o clube carioca precisou fazer malabarismo com um planejamento modesto e sentiu o peso da impossibilidade de buscar contratações mais ambiciosas. 

A falta de investimento não apenas comprometeu o nível do elenco, mas também impactou a estrutura de trabalho, muitas vezes exposta por seu treinador Rogério Corrêa, que chegou a desabafar em abril. 

"O clube não estava preparado para essa divisão. Falta dinheiro, estrutura e planejamento para aguentar a pressão da Série B", disse à época. 

O comandante do Voltaço, inclusive, que até então era o terceiro técnico mais longevo do futebol brasileiro, atrás apenas de Rogério Ceni e Abel Ferreira, anunciou que não seguirá no clube para próxima temporada.

“Por mais que eu tenha uma história no clube, chega um momento em que uma troca é importante também. Para o ano que vem, o clube tem seu planejamento. Eu não vou permanecer. O clube já está sabendo há muito tempo que eu não iria permanecer no ano que vem”, declarou Corrêa, após a confirmação do rebaixamento.

Momento de reflexão

A queda à Série C representa um ponto de inflexão para o Volta Redonda. O clube, que nos últimos se consolidou entre os principais do interior do Rio de Janeiro, agora precisa repensar seu modelo de gestão para ser uma marca expressiva também no cenário nacional.

Ao que tudo indica, o efeito gangorra marcado pelo título da Série C e o rebaixamento imediato com duas rodadas de antecedência vai fazer o clube virar a chave para um novo objetivo: evitar que o retorno à terceira divisão se transforme em um ciclo prolongado nas divisões inferiores do futebol brasileiro.

Com histórico de austeridade e bons projetos esportivos, o Voltaço precisará unir novamente suas forças para tentar reencontrar o caminho do acesso... e da estabilidade.

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