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·11 de setembro de 2025

Fluminense tem Alma Copeira, alia vigor e técnica para avançar na Copa do Brasil

Imagem do artigo:Fluminense tem Alma Copeira, alia vigor e técnica para avançar na Copa do Brasil

A mística do Fluminense em competições de mata-mata se fez presente novamente, e da forma mais característica possível. Era sabido que reverter a desvantagem contra o Bahia, atual 4º colocado do Campeonato Brasileiro, não seria uma missão simples, especialmente após o revés de 1 a 0 na partida de ida. Contudo, a classificação foi obtida com a marca dos torneios eliminatórios, bem ao estilo que Renato Gaúcho preza: mesclando bravura com qualidade técnica. O placar de 2 a 0, construído nesta quarta-feira no Maracanã, fez jus a uma equipe que provou seu merecimento de estar entre os quatro melhores.

A classificação se mostra justa ao se analisar o confronto completo de 180 minutos. Em Salvador, o resultado adverso não refletiu o desempenho em campo. Já no Rio de Janeiro, o Bahia demonstrou pouquíssimos recursos para assegurar a vaga, enquanto o Tricolor impôs uma supremacia incontestável, sobretudo no segundo tempo. Dentro das quatro linhas, três figuras foram essenciais: Thiago Silva, Canobbio e Lucho Acosta. Fora delas, Renato Gaúcho foi o grande arquiteto da vitória.


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A percepção da maestria do treinador foi compartilhada pela torcida, como resumiu o influenciador Phill, do canal “A Voz da Torcida”: “Um massacre de futebol do Renato”.

É possível analisar o duelo no Maracanã em dois atos distintos. No primeiro, o vigor prevaleceu, potencializado pela tão celebrada semana de descanso e preparação. O Fluminense, com sua formação de três meio-campistas de marcação, foi aguerrido como de costume, porém carecia de criatividade. No intervalo, Renato operou a mudança que selou o destino do jogo e da vaga, ao abrir espaço para o talento. A substituição de Nonato, que não fazia uma apresentação ruim, pela entrada de Lucho Acosta, que alterou completamente a dinâmica da partida, é o ponto de inflexão para compreender a avassaladora superioridade que se seguiu.

A batalha pela vaga foi decidida no setor nevrálgico do campo. Ao destravar seu próprio meio-campo, o Fluminense conseguiu sobrepujar o do Bahia, que ficou sem respostas para a nova configuração tática. No momento em que a equipe somou inspiração à transpiração, a classificação se tornou uma consequência natural. O time baiano, desnorteado ao longo de toda a partida, sucumbiu diante da pressão de aproximadamente 50 mil tricolores. O Tricolor, agora semifinalista, reafirmou sua vocação para competições eliminatórias.

Ao optar pela manutenção do esquema com três volantes, Renato Gaúcho enfrentava um quebra-cabeça estratégico. A derrota por um gol de diferença exigia uma postura ofensiva, mas, ao mesmo tempo, era imperativo não se desguarnecer e sofrer um gol que complicaria fatalmente a eliminatória. A decisão de iniciar com Nonato representou uma escolha prudente, de risco calculado.

Na primeira metade do jogo, o Fluminense concentrou seus esforços na predominância da força física, e obteve sucesso em grande parte dos embates individuais. A equipe asfixiava o adversário em seu campo de defesa, controlava a posse de bola e concedia poucos espaços. A questão era que, superado o desafio físico, a equipe esbarrava na própria limitação criativa quando precisava construir as jogadas. A ausência de um organizador mais refinado era evidente.

De pouco valiam as excelentes iniciativas de Martinelli e Thiago Silva, que rompiam as linhas de marcação baianas, se a bola chegava aos pés de um isolado Nonato ou se os pontas, Serna e Canobbio, invariavelmente optavam pelas piores decisões no um contra um. O dilema se repetia: um time com fôlego de sobra, mas que pecava pela falta de um pensamento mais aguçado. A estatística de apenas dois arremates a gol no primeiro tempo, ambos de fora da área, ilustra bem esse cenário.

É neste ponto que os méritos de Renato Gaúcho se tornam indiscutíveis. No retorno para a etapa final, a entrada de Lucho Acosta provou ser precisa e fundamental, justamente por adicionar o ingrediente que faltava: a qualidade técnica aliada à verticalidade. Com um Fluminense mais incisivo e direto, a abertura do placar tornou-se questão de tempo.

O argentino deu início à jogada que culminou no cruzamento de Renê. Dentro da área, o pênalti sofrido por Michel Araújo foi friamente convertido por Canobbio. A partir daí, o Fluminense não apenas manteve a intensidade para encurralar o Bahia, como passou a ter o repertório necessário para criar múltiplas oportunidades. O segundo gol, aliás, poderia ter acontecido muito antes. O Bahia, por sua vez, mal conseguiu ameaçar, especialmente após as alterações promovidas por Rogério Ceni, que não surtiram efeito.

Essa pressão incessante frutificou no gol da classificação. Em cobrança de falta de Canobbio, Thiago Silva apareceu para desviar para o fundo das redes. Segundo o próprio técnico Renato Gaúcho, tratava-se de uma jogada ensaiada, fruto direto da semana de treinos. Além do mérito tricolor, continuou a surpreender a incapacidade do Bahia de reagir, sendo dominado em todos os setores do campo. Uma vitória justa para a equipe que foi amplamente superior.

Nos momentos finais, foi preciso apenas administrar a vantagem e esperar o tempo passar. O Fluminense avançou não apenas por sua tradição em copas, mas por ter sido a equipe superior em todos os aspectos ao longo dos 180 minutos. Mereceu vencer na Fonte Nova e foi soberano no Maracanã. A vaga na semifinal está em excelentes mãos.

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