Zerozero
·01 de novembro de 2024
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O presidente do Sporting reagiu, em público, pela primeira vez à saída do seu treinador. Depois de ter perfilado ao lado de Rúben Amorim na chegada a Alvalade esta noite [veja o vídeo abaixo], o dirigente pronunciou-se no final do encontro frente ao Estrela da Amadora.
«O nosso treinador quis explicar de viva voz o que se passou. Confirmo que, no final da época passada, ele considerou que o final desta, com cinco anos, o natural desgaste e a conquista do bicampeonato, seria a sua saída. Os adeptos vivem o presente, nós temos de preparar o futuro. E já o estávamos a fazer. Este aparecimento do Manchester United não era o que queríamos, a decisão do treinador foi outra, a de ir.
«Respeitámos e respeitamos e apenas antecipámos em sete meses tudo o que estava preparado», começou por dizer. Conheço bem a indústria do futebol e toda a emoção que envolve este desporto, que é único. Nós, Sporting, entendemos muito bem todas as reações quando se fala de paixão. O nosso treinador criou uma grande ligação com os adeptos, quando há paixão há irracionalidade e quando há separação há dor, desgaste, desânimo. Faz parte. Nós tentamos sempre ter a visão mais racional possível e, quando olho para Rúben Amorim, vejo o segundo treinador com mais jogos na história do Sporting, um treinador brilhante. O Sporting é grande e nobre de valores. Que sejamos grandes e, nesta casa, trataremos sempre bem quem nos fez bem», vincou o dirigente, numa demonstração de que pacificação com o técnico.
A conferência de imprensa não deixou dúvidas: não há atritos visíveis entre os leões e o técnico, mas sim uma garantia de reconhecimento e de importância de parte a parte.
«Reconhecemos-lhe muita dedicação, trabalho, muitas batalhas. Com todo o respeito pela carreira do Rúben Amorim como jogador, tenho a certeza que ele será recordado, daqui a muitas décadas, como treinador. Foi o Sporting que arriscou num jovem treinador, que tinha apenas oito jogos na primeira Liga. O que vai ficar para a história é que ele tem e terá sempre um selo de Sporting na sua vida, tal como o Sporting terá sempre um selo de Rúben Amorim, um dos melhores treinadores da nossa história. Enquanto presidente do Sporting, desejo as maiores felicidades ao Rúben a partir de 11 de novembro. Obviamente, as cores não vão ajudar [risos], mas estamos muito gratos pelo que nos deu».
Durante as perguntas, tentou-se perceber qual será o novo timoneiro, numa altura em que João Pereira tem sido fortemente associado à sucessão. O presidente não abriu o jogo, mas deixou pistas, tal como a garantia de que não será uma solução transitória.
«Disse recentemente que o treinador é sempre a peça-chave do nosso projeto desportivo. Continuo a dizê-lo. Novo treinador? Vai ser anunciado no dia 11 de novembro. É a solução que já estava preparada para o verão de 2025. É considerada a peça-chave para o Sporting seguir em frente», assegurou.
Por fim, uma indireta ao Benfica, numa época em que Roger Schmidt foi despedido e indemnizado: «Pela primeira vez na história do clube, o Sporting mete um treinador num dos chamados colossos europeus e sai por um valor acima da cláusula de rescisão. Se foi mal vendido, a mim preocupava-me era se eu tivesse de pagar dez milhões de euros para mandar um treinador embora.»