Golaço imortaliza Khazri e deixa o gostinho do que poderia ter feito se tivesse jogado mais pela Tunísia | OneFootball

Golaço imortaliza Khazri e deixa o gostinho do que poderia ter feito se tivesse jogado mais pela Tunísia | OneFootball

In partnership with

Yahoo sports
Icon: Trivela

Trivela

·30 de novembro de 2022

Golaço imortaliza Khazri e deixa o gostinho do que poderia ter feito se tivesse jogado mais pela Tunísia

Imagem do artigo:Golaço imortaliza Khazri e deixa o gostinho do que poderia ter feito se tivesse jogado mais pela Tunísia

Wahbi Khazri nasceu em Ajaccio, na ilha de Córsega. Um dos centenas de milhares de descendentes de tunisianos que moram na França. A diferença para os outros nove colegas de seleção tunisiana com a mesma situação de passaporte é que é bastante talentoso. Passou pelas categorias de base francesas antes de tomar a decisão de defender o país do norte da África. Nunca se arrependeu, menos ainda agora que é o herói de uma vitória emblemática e histórica sobre os colonizadores. Em seu primeiro jogo como titular no Catar, fez um golaço para definir o 1 a 0 sobre a França na última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo, infelizmente insuficiente para a Tunísia chegar às oitavas de final.

Khazri foi formado no Bastia, da França e começou a militar entre a segunda e a terceira divisão antes de se transferir para o Bordeaux, em 2014, pouco depois de se comprometer com a Tunísia ao ser convocado para a Copa Africa de Nações do ano anterior. Após duas temporadas, foi comprado pelo Sunderland. Fez apenas três gols em 35 jogos de Premier League, sem conseguir ajudar a evitar o rebaixamento em 2016/17. Trocou a Championship por um empréstimo ao Rennes e se destacou o bastante para ser contratado pelo Saint-Étienne, depois de também brilhar no Mundial da Rússia.


Vídeos OneFootball


A Tunísia ganhou apenas do Panamá na Copa de 2018, mas Khazri deixou dois gols e duas assistências. Participou diretamente de quatro dos cinco tentos marcados pelos africanos. Manteve a boa forma pelo seu clube, com 37 bolas na rede em 114 partidas pelo Saint-Étienne, com uma campanha especial de 14 gols e sete passes decisivos. Não conseguiu evitar a queda do múltiplo campeão francês também e se transferiu para o Montpellier, no qual passou os últimos meses, com 11 jogos antes de se apresentar à seleção tunisiana.

Capaz de jogar em todas as posições do ataque, ele foi uma ausência sentida nos jogos decisivos das Eliminatórias contra Mali porque estava machucado. Não foi convocado em junho, mas estava ganhando ritmo nos amistosos. Foi titular contra Comores, saiu do banco contra o Brasil e disputou todos os 90 minutos diante do Irã, a menos de uma semana da estreia da Copa do Mundo, o que indicava que estava em condições físicas pelo menos aceitáveis para ser uma peça importante da Tunísia.

No entanto, não saiu do banco de reservas no empate por 0 a 0 com a Dinamarca, na primeira rodada da fase de grupos. E mesmo no ataque contra defesa que foi o segundo tempo diante da Austrália, teve apenas 23 minutos. Fez algumas boas jogadas, também não parecia muito afiado. A chance de impressionar chegou contra a França e ele o fez. Ficou claro o quanto é tecnicamente superior aos companheiros no primeiro tempo, quando tentou encontrar os espaços para furar a defesa francesa. Principalmente no segundo, com um golaço em que partiu do meio-campo, deixou Raphaël Varane – um dos melhores zagueiros do mundo – na saudade e garantiu a vitória fantástica da Tunísia.

Saiu imediatamente, aparentemente sentindo dores, e estava mancando na comemoração da vitória.Ele levou uma entrada de Axel Disasi na hora do gol e estava mesmo perdendo um pouco de gás. O técnico Jalel Kadri preparava a entrada do centroavante Issam Jebali antes do seu golaço. Talvez não tivesse condições físicas, mesmo sem notícias de alguma lesão específica, de jogar todos os minutos da Copa do Mundo, mas fica à Tunísia a sensação de que sua campanha poderia ter sido ainda melhor se tivesse contado mais com ele.

Porque foi, no geral, uma apresentação honrosa. A Dinamarca decepcionou em todos os departamentos, mas a Tunisia dificultou bastante a sua vida na estreia, diante de um clima vibrante da torcida africana, que se mostrou presente em todos os três jogos. A segunda rodada foi frustrante. A Austrália travou tudo na defesa e encontrou um gol com um cabeceio de muita qualidade de Mitchell Duke. A Tunísia teve um segundo tempo inteiro no domínio para tentar a vitória e não conseguiu.

O ápice, naturalmente, seria a vitória sobre a França. Didier Deschamps deu de ombros para a partida e escalou um time inteiramente reserva, improvisando um zagueiro estreante na lateral direita, colocando um volante na lateral esquerda e um meia no ataque. Toda torta, a seleção francesa foi dominada pela Tunísia, que contou com Khazri para criar suas melhores oportunidades e, depois do intervalo, o golaço que garantiu uma vitória imensa.

O pecado da Tunísia foi contra a Austrália. Dava para ter feito mais ali, mas o seu ataque nunca fluiu. Não apenas pela ausência de Khazri, mas por uma Copa do Mundo fraca de Youssef Msakni, o segundo na lista de jogadores talentosos, que nem entrou em campo contra a França. Fica a decepção por uma campanha que poderia ter chegado mais longe, mas o orgulho pela postura ao longo da fase de grupos – ainda mais em contraste com a falta de vontade dinamarquesa – e, claro, pela vitória contra a França que reverberará por muitos anos.

Saiba mais sobre o veículo