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Calciopédia

·17 de setembro de 2020

Guia da Serie A 2020-21, parte 1

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Ué, já tem guia da Serie A 2020-21? Pois é, a temporada 2019-20 terminou menos de um mês atrás e uma nova edição do Campeonato Italiano já está começando. Isso sim é o que podemos chamar de “novo normal”.

O mundo pandêmico afetou o futebol de forma frontal e, dessa vez, tivemos uma pré-temporada absolutamente atípica, como quase tudo o que vem acontecendo em 2020. Neste cenário, os clubes estão precisando lidar com um mercado de transferências curto, aberto de 1º de setembro a 5 de outubro, e com pouca margem – inclusive financeira – para os negócios. Como há menos dinheiro em circulação e nem sempre a criatividade e a boa vontade resolvem pendências econômicas, os elencos sofreram poucas alterações, de maneira geral. Ao menos em comparação a anos anteriores.


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A extensão da temporada 2019-20 para além do que estava previsto, devido à pandemia de covid-19, também afetou a preparação das equipes italianas. A escassez de amistosos preparatórios é notória e não será estranho se os times da Velha Bota sofrerem com falta de ritmo de jogo nas primeiras rodadas.

Com técnico estreante, a Juventus continua como a grande favorita ao scudetto, embora uma Inter mais cascuda tente aproveitar a inexperiência de Pirlo para dar o bote. Milan, Atalanta e Lazio também iniciam a temporada com boas expectativas, ao passo que Napoli e Roma correm por fora na tentativa de retornar à Champions League.

Até o fechamento do nosso guia, 37 brasileiros estão aptos para disputar esta edição do Campeonato Italiano, considerando também aqueles que têm dupla nacionalidade. São cinco a menos do que no início da temporada 2019-20. Os jogadores do nosso país estão distribuídos em 14 times, já que Benevento, Genoa, Napoli e Sampdoria não contam com atletas canarinhos. A Udinese é a equipe com mais representantes verde e amarelos, com cinco, seguida por Juventus e Lazio (ambas com quatro).

A Serie A terá transmissão da Band, na TV aberta, e dos canais por assinatura Bandsports e SporTV. O italiano Rai International, disponível apenas para os assinantes de algumas operadoras de TV fechada, também exibe alguns jogos. No streaming, o amante do futebol da Bota poderá acompanhar o campeonato através de sites de apostas, como o Bet365 – saiba todos os detalhes sobre transmissões aqui. Agora, sem mais delongas, confira o nosso guia!

Publicado também na Trivela.

Atalanta

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Cidade: Bérgamo (Lombardia) Estádio: Gewiss Stadium (22.512 lugares) Fundação: 1907 Apelidos: Nerazzurri, La Dea, Orobici Principais rivais: Brescia, Inter e Milan Participações na Serie A: 60 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 3ª colocação) Na última temporada: 3ª posição Objetivo: vaga na Liga dos Campeões Brasileiros no elenco: Rafael Toloi e Rodrigo Guth Técnico: Gian Piero Gasperini (5ª temporada) Destaque: Alejandro Gómez Fique de olho: Rodrigo Guth Principais chegadas: Aleksei Miranchuk (mat, Lokomotiv Moscou), Cristian Romero (z, Genoa) e Cristiano Piccini (ld, Valencia) Principais saídas: Timothy Castagne (ld, Leicester), Adrien Tameze (v, Verona) e Lennart Czyborra (le, Genoa) Time-base (3-4-2-1): Gollini; Rafael Toloi, Caldara, Djimsiti (Romero); Hateboer, De Roon, Freuler, Gosens; Pasalic (Ilicic, Miranchuk), Gómez; Zapata.

A Atalanta mudou muito pouco para continuar encantando a Itália e o mundo com seu futebol ofensivo. Por tudo o que já mostrou em outras temporadas e por viver o melhor momento de sua história, o time de Bérgamo não pode mais ser considerado um outsider. Sobretudo agora, pelo fato de Gasperini ter um elenco mais equilibrado à disposição em 2020-21.

Os nerazzurri mantiveram seus principais jogadores, só tiveram uma perda relevante – a do ala Castagne, que costumava revezar com Hateboer e Gosens, mas já foi substituído por Piccini – e fizeram ajustes pontuais para preencherem algumas lacunas. Gómez, Ilicic, Gosens, Rafael Toloi, Malinovskyi, Zapata e Muriel continuam sendo centrais para a Dea, mas agora a equipe tem outras soluções eficazes, que podem reduzir o peso nas costas dos citados.

A defesa recebeu o aporte do promissor Romero, um daqueles zagueiros que Gasp gosta de ter: é um jogador que sabe sair para o ataque e colabora no início das jogadas. Após uma boa Serie A pelo Verona, Pessina é uma sombra interessante para Freuler e Pasalic, ao passo que o ótimo – e já testado – Miranchuk oferece uma alternativa a Ilicic, às voltas com problemas físicos e pessoais, e também possibilita maior descanso a Papu. A Atalanta continuará sendo uma pedra no sapato dos maiores times da Bota.

Benevento

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Cidade: Benevento (Campânia) Estádio: Ciro Vigorito (16.867 lugares) Fundação: 1929 Apelidos: Stregoni, Streghe, Giallorossi, Sanniti Principais rivais: Avellino, Casertana e Juve Stabia Participações na Serie A: 1 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 20ª colocação) Na última temporada: campeão da Serie B; promovido Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Filippo Inzaghi (2ª temporada) Destaque: Nicolas Viola Fique de olho: Daam Foulon Principais chegadas: Kamil Glik (z, Monaco), Gianluca Lapadula (a, Lecce) e Gianluca Caprari (a, Parma) Principais saídas: Massimo Coda (a, Lecce) e Bright Gyamfi (ld, Reggiana) Time-base (4-3-2-1): Montipò; Maggio, Glik, Caldirola, Letizia (Barba); Hetemaj, Viola (Schiattarella), Ionita; Insigne, Caprari; Lapadula.

Lembra daquele Benevento que apareceu na Serie A pela primeira vez em 2017 e foi um saco de pancadas na elite? Esqueça, pois aquele time não existe mais. Pippo Inzaghi chegou para transformar os bruxos em bichos-papões da segundona, competição que lideraram de ponta a ponta e que venceram com direito a recorde de pontos, melhor defesa e melhor ataque.

O elenco manteve quase todas as peças da campanha vitoriosa e ainda ganhou reforços de alto nível, com experiência no futebol italiano. Glik, Ionita, Caprari e Lapadula podem ajudar bastante uma formação que conta com outros nomes bem rodados, como Maggio, Caldirola, Hetemaj, Viola, Schiattarella e Sau.

A aliança entre qualidade e experiência pode ser a grande aposta dos sanniti para a sua permanência, mas vale ficar de olho em dois jogadores que não têm história na elite e podem fazer a diferença na campanha. O bom goleiro Montipò, com passagem pela seleção sub-21 italiana, estreia na primeira divisão, enquanto o ponta Roberto Insigne – irmão do napolitano Lorenzo – terá chances reais de honrar o nome da família na Serie A. Se eles irão concluir a competição entre os melhores em suas posições é uma incógnita, mas é certo que o Benevento dará trabalho e será o time oriundo da segundona que mais tem condições de se salvar da degola.

Bologna

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Cidade: Bolonha (Emília-Romanha) Estádio: Renato Dall’Ara (36.462 lugares) Fundação: 1909 Apelidos: Rossoblù, Felsinei, Petroniani, Veltri Principais rivais: Cesena e Fiorentina Participações na Serie A: 74 Títulos: 7 Na última temporada: 12ª posição Objetivo: meio da tabela Brasileiros no elenco: Angelo da Costa, Danilo e Emanuel Vignato Técnico: Sinisa Mihajlovic (3ª temporada) Destaque: Musa Barrow Fique de olho: Aaron Hickey Principais chegadas: Arturo Calabresi (z, Amiens), Lorenzo De Silvestri (ld, Torino) e Emanuel Vignato (mat, Chievo) Principais saídas: Ladislav Krejci (mat, Sparta Praga) Time-base (4-2-3-1): Skorupski; De Silvestri, Tomiyasu, Danilo, Dijks; Medel, Domínguez (Poli); Orsolini, Soriano, Barrow; Palacio.

Com elenco praticamente inalterado de uma temporada para a outra, o Bologna mantém os mesmos objetivos e, provavelmente, os cumprirá. Bem treinada por Mihajlovic, a formação rossoblù não deve encontrar dificuldades para se manter distante da briga contra o rebaixamento e pode até incomodar os favoritos a vagas europeias. Contudo, como a concorrência é grande, obter a classificação para um torneio continental é algo bem improvável para os bolonheses.

Ter Barrow e Domínguez durante toda a temporada será o maior trunfo do Bologna. Os dois jogadores chegaram em janeiro, se adaptaram bem ao time – o atacante gambiano, inclusive, terminou 2019-20 como artilheiro dos veltri – e tendem a impactar de forma mais forte na campanha que está para começar. Por sua vez, Orsolini e Soriano continuam tendo um grande peso ofensivo para a equipe e ganharam um grande aliado na missão: o habilidoso ítalo-brasileiro Vignato, revelado pelo Chievo há dois anos.

Além disso, a diretoria foi inteligente ao buscar, sem custos, o experiente De Silvestri para tentar sanar o maior defeito do Bologna: a inconsistência defensiva mostrada pelos rossoblù no último campeonato. Embora Tomiyasu tenha sido um dos melhores laterais-direitos do certame passado, é possível que o japonês acabe sendo frequentemente deslocado para atuar como zagueiro, de modo a colocar o inconsistente Denswil no banco.

Cagliari

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Cidade: Cagliari (Sardenha) Estádio: Sardegna Arena (16.416 lugares) Fundação: 1920 Apelidos: Rossoblù, Casteddu, Isolani Principais rivais: Torres Participações na Serie A: 41 Títulos: 1 Na última temporada: 14ª posição Objetivo: meio da tabela Brasileiros no elenco: João Pedro e Diego Farias Técnico: Eusebio Di Francesco (1ª temporada) Destaque: João Pedro Fique de olho: Riccardo Ladinetti Principais chegadas: Razvan Marin (m, Ajax), Gabriele Zappa (ld, Pescara) e Zito Luvumbo (a, Primeiro de Agosto) Principais saídas: Luca Pellegrini (le, Juventus), Radja Nainggolan (m, Inter) e Robin Olsen (g, Roma) Time-base (4-3-3): Cragno; Faragò, Walukiewicz (Ceppitelli), Pisacane (Klavan), Lykogiannis; Nández, Marin, Rog; Pereiro, Simeone (Pavoletti), João Pedro.

Dentre os participantes da última Serie A que permaneceram na categoria, o Cagliari foi um dos que mais mudou de uma temporada para a outra, tanto em termos de peças quanto de filosofia de jogo. De um lado, ficaram para trás os métodos reativos de Maran e Zenga, que deram lugar ao futebol ofensivo e veloz de Di Francesco; de outro, o time se ressente da perda de quatro titulares – incluindo Nainggolan e Pellegrini – e de quatro jogadores da rotação do elenco. Para seus lugares, chegam nomes promissores, como Marin, Zappa, Luvumbo e Sottil, que podem apresentar oscilações comuns para jovens atletas.

As dúvidas sobre a capacidade de o treinador conseguir dar sua cara à equipe sarda são mais do que genuínas, devido às características das peças à disposição. Afinal, os defensores centrais não são hábeis para jogarem em linha alta e os meio-campistas são mais dotados de intensidade do que, necessariamente, de um passe qualificado. Os pivôs, Simeone e Pavoletti, também têm uma baixa taxa de participação fora da área – o italiano, principalmente.

Além disso, as projeções indicam que João Pedro, artilheiro dos casteddu em 2019-20, deverá voltar a ser utilizado como um atacante de suporte, menos próximo da meta adversária, o que pode comprometer a fase ofensiva dos rossoblù. As incógnitas são abundantes, mas apesar disso os rossoblù não devem correr risco de rebaixamento.

Crotone

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Cidade: Crotone (Calábria) Estádio: Ezio Scida (16.640 lugares) Fundação: 1910 Apelidos: Rossoblù, Pitagorici, Squali Principais rivais: Catanzaro e Reggina Participações na Serie A: 2 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 17ª colocação) Na última temporada: vice-campeão da Serie B; promovido Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: Eduardo Henrique e Junior Messias Técnico: Giovanni Stroppa (3ª temporada) Destaque: Simy Fique de olho: Luis Rojas Principais chegadas: Lisandro Magallán (z, Alavés), Luca Cigarini (v, Cagliari) e Eduardo Henrique (v, Sporting) Principais saídas: Alberto Gerbo (m, Ascoli), Andrea Barberis (m, Monza) e Maxi López (a, Sambenedettese) Time-base (3-5-2): Cordaz; Magallán, Marrone, Golemic; Rispoli, Eduardo Henrique, Cigarini, Benali, Molina; Rivière, Simy.

Repetir o milagre da permanência na elite, como ocorreu em 2017, consistirá numa árdua tarefa para os pitagóricos. O Crotone de Stroppa já tinha um grupo modesto para os padrões da Serie B e surpreendeu ao ser vice-campeão, conquistando o acesso. Para se ter uma noção do feito, um dos principais nomes na campanha dos squali na segundona foi o meia-atacante brasileiro Junior Messias, que atuava na várzea italiana até 2015, quando dividia seu tempo entre os gramados e o emprego de entregador numa loja de eletrodomésticos. Atualmente com 29 anos, o mineiro passou pela Serie D e só em 2018 – quando disputou a terceira categoria – teve sua primeira experiência entre os profissionais.

Ao se reforçar nesta janela de transferências, o clube realizou algumas movimentações interessantes. Os rossoblù buscaram atletas em mercados estrangeiros (Magallán, na Espanha; Eduardo Henrique, em Portugal; Vulic, na Sérvia; Rojas, no Chile; Dragus, na Bélgica) e adquiriram peças experientes e já adaptadas à Itália, como Rispoli, Cigarini e Rivière (ex-Monaco, Newcastle e Osasuna). Uma montagem de elenco deveras criativa.

Apesar disso, a grande esperança reside no grandalhão Simy, bem conhecido da torcida. O nigeriano de 1,98m é ídolo na Calábria: marcou dez gols na primeira divisão pelo clube, em 2017-18 (incluindo um de bicicleta contra a Juventus) e foi o goleador da última Serie B, com 20 tentos. Ao liderar o quesito na segundona, passou a carregar consigo a honra de ter sido o primeiro artilheiro africano de um torneio profissional na Itália. O Crotone pode até não se salvar, mas os feitos e a casca grossa de alguns de seus principais jogadores antecipam que o time irá lutar bastante para decidir o seu destino.

Fiorentina

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Cidade: Florença (Toscana) Estádio: Artemio Franchi (43.147 lugares) Fundação: 1926 Apelidos: Viola, Gigliati Principais rivais: Juventus, Roma e Bologna Participações na Serie A: 84 Títulos: 2 Na última temporada: 10ª posição Objetivo: vaga na Liga Europa Brasileiros no elenco: Igor Júlio Técnico: Giuseppe Iachini (2ª temporada) Destaque: Franck Ribéry Fique de olho: Tòfol Montiel Principais chegadas: Sofyan Amrabat (v, Verona), Giacomo Bonaventura (m, Milan) e Borja Valero (m, Inter) Principais saídas: Dalbert (le, Inter), Rachid Ghezzal (mat, Leicester) e Milan Badelj (v, Genoa) Time-base (3-5-2): Dragowski; Milenkovic, Pezzella, Cáceres; Chiesa, Amrabat, Pulgar, Castrovilli, Lirola; Ribéry, Vlahovic.

A animação da torcida violeta com o projeto iniciado pelo presidente Commisso em 2019 já foi maior. Acontecimentos como a permanência de Iachini no comando da equipe a despeito de resultados pouco expressivos e o adiamento de investimentos vultosos sugerem que a temporada 2020-21 será de transição em Florença.

A mudança de patamar só será atingida se o clube conseguir um interessado na aquisição de Chiesa por 70 milhões de euros – cifra que a irregularidade do talentoso ponta italiano e a cautelosa janela pandêmica tornam muito difícil de ser alcançada. Sem verba para reforçar o time com muitos jogadores de alto nível e parte dos orçamento destinado à aquisição em definitivo de Lirola, Duncan e Kouamé, a Fiorentina aproveitou oportunidades de mercado.

Primeiro, ainda antes da pandemia chegar, conseguiu acrescentar o ótimo volante Amrabat ao setor por um preço bem camarada. Depois, buscou dois reforços a custo zero para o meio-campo: Bonaventura e o ídolo Valero, que dão ainda mais experiência a um elenco que conta com Cáceres, Pezzella e Ribéry. Os gigliati têm potencial para concluírem o campeonato mais uma vez entre os 10 primeiros colocados e, se as condições físicas do craque francês colaborarem e Chiesa voltar a ser decisivo, como em 2017-18, podem brigar por uma vaga na Liga Europa.

Genoa

Cidade: Gênova (Ligúria) Estádio: Luigi Ferraris (36.599 lugares) Fundação: 1893 Apelidos: Grifone, Grifo, Rossoblù, Vecchio Balordo Principal rival: Sampdoria Participações na Serie A: 54 Títulos: 9 Na última temporada: 17ª posição Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Rolando Maran (1ª temporada) Destaque: Goran Pandev Fique de olho: Nicolò Rovella Principais chegadas: Miha Zajc (mat, Fenerbahçe), Milan Badelj (v, Fiorentina) e Filippo Melegoni (m, Pescara) Principais saídas: Antonio Sanabria (a, Betis), Andrea Pinamonti (a, Inter) e Cristian Romero (z, Atalanta) Time-base (3-5-2): Perin; Biraschi, Zapata, Masiello; Ankersen (Ghiglione), Lerager, Schöne, Badelj (Sturaro), Criscito; Zajc, Pandev.

O torcedor do Genoa já está preparado para mais uma briga contra o rebaixamento. Ao contrário de anos anteriores, nos quais a equipe rossoblù até sonhava com voos maiores, mas acabava se contentando com a salvação na bacia das almas, dessa vez as expectativas são honestas: basta se salvar da degola.

Para isso, o presidente Preziosi buscou Maran, especialista obter permanências na elite com uma fórmula simples, baseada em defesas muito bem postadas e meio-campo de intensidade física. Em todas as ocasiões que garantiu a salvezza, em Catania, Chievo e Cagliari, o treinador teve um grupo experiente à disposição. Não será diferente em Gênova.

A aposta dos grifoni em veteranos continua: Zapata, Masiello, Schöne, Badelj, Criscito e Pandev têm vaga cativa no time titular, enquanto Radovanovic, Behrami e Destro (a princípio, opções de banco) estão prontos para contribuir com o que for preciso na rotação do elenco, que é um dos que têm maior média de idade do campeonato – número que deve aumentar depois do empréstimo de alguns jovens. Para contrabalancear a quantidade de “vovôs”, o fôlego de Ghiglione, Zajc, Jagiello e Pinamonti serão fundamentais para que a equipe não canse na fase final da campanha.

Inter

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Cidade: Milão (Lombardia) Estádio: Giuseppe Meazza (78.275 lugares) Fundação: 1908 Apelidos: Nerazzurri, Beneamata, Biscione Principais rivais: Milan e Juventus Participações na Serie A: 89 Títulos: 18 Na última temporada: 2ª posição Objetivo: título Brasileiros no elenco: Dalbert Técnico: Antonio Conte (2ª temporada) Destaque: Romelu Lukaku Fique de olho: Lorenzo Pirola Principais chegadas: Achraf Hakimi (ld, Borussia Dortmund), Radja Nainggolan (m, Cagliari) e Aleksandar Kolarov (le, Roma) Principais saídas: Cristiano Biraghi (le, Fiorentina), Victor Moses (m, Chelsea) e Borja Valero (m, Fiorentina) Time-base (3-4-1-2): Handanovic; Skriniar, De Vrij, Bastoni; Hakimi, Brozovic, Barella, Young; Eriksen; Lukaku, Martínez.

Inter e Conte se colocaram numa situação em que apenas um resultado será bem-vindo ao fim da temporada: a vitória, de preferência na Serie A. O treinador ensaiou saída no fim de 2019-20 e acabou convencido a permanecer em troca de ter suas exigências atendidas, o que vem acontecendo. O apuliano pediu jogadores vencedores e experientes, prontos para competir em alto nível, e a diretoria acolheu o seu clamor, abrindo mão de negócios muito bem encaminhados por revelações – Kumbulla e Tonali – para voltar sua atenção a nomes como Kolarov (já contratado) e Vidal (próximo). O prazo de validade dos dois é curtíssimo, seus salários são altos e apenas um título faz com que este investimento valha a pena.

Na ânsia por jogadores rodados, até mesmo Perisic e Nainggolan, anteriormente descartados por Conte, voltaram ao seu radar e podem acabar ganhando espaço em 2020-21. A opção por mais gente casca grossa no grupo parte de um diagnóstico feito pelo técnico: segundo sua avaliação, faltou malícia para garantir triunfos em momentos importantes da campanha anterior, principalmente nos jogos grandes.

Essa mentalidade está garantida com os aportes feitos a um elenco que também foi fortalecido por Hakimi e que continua a ter alguns dos melhores do mundo em seus setores – a exemplo de Skriniar, De Vrij, Brozovic, Barella, Lukaku e Martínez. A Beneamata tem um time mais forte e preparado do que na última temporada, mas também está mais pressionada a atingir seus objetivos. Qual dos dois contextos irá se impor?

Juventus

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Cidade: Turim (Piemonte) Estádio: Allianz Stadium (41.507 lugares) Fundação: 1897 Apelidos: Bianconeri, Zebras e Velha Senhora Principais rivais: Torino e Inter Participações na Serie A: 88 Títulos: 36 Na última temporada: campeã Objetivo: título Brasileiros no elenco: Alex Sandro, Danilo, Arthur e Douglas Costa Técnico: Andrea Pirlo (1ª temporada) Destaque: Cristiano Ronaldo Fique de olho: Manolo Portanova Principais chegadas: Dejan Kulusevski (mat, Parma), Arthur (m, Barcelona) e Weston McKennie (m, Schalke 04) Principais saídas: Miralem Pjanic (m, Barcelona), Blaise Matuidi (m, Inter Miami) e Gonzalo Higuaín (a, Inter Miami) Time-base (4-3-3): Szczesny; Cuadrado, De Ligt, Bonucci (Chiellini), Alex Sandro; Bentancur, Arthur, Rabiot; Kulusevski, Dybala, Ronaldo.

Quem imaginava que a Juventus entraria em 2020-21 como uma incógnita? Sem dúvidas, pela qualidade de seus craques e extensão do seu plantel, a Velha Senhora é favorita ao scudetto mais uma vez, embora ninguém saiba direito como ela irá jogar. O que se sabe é que Pirlo, estreante na função de técnico, irá manter o 4-3-3 de Sarri e privilegiará um jogo de posse de bola. Seu antecessor chegou com as mesmas promessas e, apesar do título italiano, representou um verdadeiro tiro n’água da diretoria. Só que, diferentemente do que ocorria com o napolitano, o ex-craque conta com o apoio dos senadores do elenco e o respeito de todos em Turim.

Nesta janela pandêmica, a Juventus se esforçou para cortar gastos, ao se livrar de Matuidi, Higuaín e seus altos salários – a opção por Pirlo, que ganha quatro vezes menos do que Douglas Costa, também tem o pano de fundo econômico. Comedida, a equipe de Turim se mexeu pouco no mercado e teve como principais reforços dois nomes acertados na última temporada: Kulusevski, revelação da Serie A 2019-20, e Arthur, envolvido no negócio que levou Pjanic a Barcelona.

O brasileiro era estimado por Sarri, que pretendia utilizá-lo “à Jorginho”, mas deve receber tratamento similar por Pirlo. O sucesso do volante determinará se a Juve jogará um bom futebol ou se, mais uma vez, Dybala e Ronaldo precisarão decidir quase todas as partidas. Não que isso seja um problema para os craques, evidentemente.

Lazio

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Cidade: Roma (Lácio) Estádio: Olímpico (70.634 lugares) Fundação: 1900 Apelidos: Capitolinos, Biancocelesti, Biancazzurri, Aquile, Aquilotti Principal rival: Roma Participações na Serie A: 78 Títulos: 2 Na última temporada: 4ª posição Objetivo: vaga na Liga dos Campeões Brasileiros no elenco: Wallace, Luiz Felipe, Lucas Leiva e André Anderson Técnico: Simone Inzaghi (6ª temporada) Destaque: Ciro Immobile Fique de olho: Luca Falbo Principais chegadas: Pepe Reina (g, Aston Villa), Mohamed Fares (m, Spal) e Vedat Muriqi (a, Fenerbahçe) Principais saídas: Guido Guerrieri (g, Salernitana) Time-base (3-5-2): Strakosha; Luiz Felipe, Acerbi, Radu; Lazzari, Milinkovic-Savic, Lucas Leiva (Parolo), Luis Alberto, Lulic (Fares); Immobile, Muriqi (Correa).

O grande empecilho para a Lazio na última temporada foi o seu próprio elenco. O time de Simone Inzaghi chegou a brigar seriamente pelo scudetto, teve o Chuteira de Ouro da Europa (Immobile, com 35 gols), o líder de assistências da Serie A (Luis Alberto, com 15) e outros atletas, como Acerbi e Milinkovic-Savic, entre os melhores do campeonato. Porém, o futebol não se faz de individualidades e, hoje em dia, nem mesmo de 11 contra 11. Planteis equilibrados e extensos ganham títulos e os celestes não tinham um conjunto com tais características.

A diretoria aposta na correção dessa deficiência e até abusa nesse sentido. Até o fechamento do nosso guia, o plantel da Lazio tem nove peças a mais do que em 2019-20. Certamente, o grupo robusto terá importância para que o clube possa competir em todas as frentes, se equilibrando entre Champions League, que não disputava desde 2007-08, e o Italianão.

De resto, os aquilotti não têm segredo: Inzaghi é o treinador com mais tempo de casa no país e mantém suas ideias em prática. O 3-5-2 segue calcado na solidez defensiva de Acerbi e nas acelerações pelas pontas (principalmente com Lazzari). Pelo centro, Milinkovic-Savic e Luis Alberto continuarão a buscar Immobile em profundidade. Contudo, algumas novidades no estilo de jogo da Lazio podem surgir com a contratação de Fares, que dará uma alternativa de apoio aguda pelo lado esquerdo, e sobretudo pela chegada do grandalhão Muriqi. O kosovar é uma opção viável para a ligação direta e também acrescenta poder de fogo à já eficiente bola parada laziale.

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