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·16 de agosto de 2024

Guia do Campeonato Italiano 2024-25

Imagem do artigo:Guia do Campeonato Italiano 2024-25

Agosto chegou ao meio e você já sabe: é época de a bola começar a rolar pelo Campeonato Italiano. E isso significa que tem novo guia da Calciopédia na área. A Serie A 2024-25 terá início às 13h30 de sábado, 17, com as partidas entre Genoa e Inter e Parma e Fiorentina, e você não vai assistir os jogos da rodada inaugural da competição sem saber o que esperar de cada time, não é mesmo? Vem com a gente!

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Campeã em 2023-24 e com duas estrelas acima de seu escudo a partir de então, a Inter é a equipe a ser batida na nova edição da Serie A. O sólido time treinado por Simone Inzaghi não teve nenhuma perda relevante nesta janela de mercado, fez reforços pontuais e, considerando o alto nível que demonstrou na temporada anterior, tem motivos de sobra para sonhar intensamente com o bicampeonato consecutivo do Italiano. Afinal, além de ter preservado sua estrutura, larga na frente das rivais, que ainda se ajustam e convivem com algumas incertezas.


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A Juventus é a principal oponente dos nerazzurri na corrida pelo scudetto. Conduzida agora por Thiago Motta, técnico sensação da última temporada, a Velha Senhora vem tendo uma postura agressiva no mercado e conseguiu bons reforços, mas ainda não satisfez todos os pedidos do treinador e só poderá preencher essas lacunas após sacramentar as saídas de atletas descartados pelo ítalo-brasileiro. O problema é que a diretoria precisará destravar muitas negociações e há pouco tempo hábil para concluí-las, o que pode prejudicar a campanha dos bianconeri.

Por sua vez, o Napoli foi buscar Antonio Conte e um clube que contrata o treinador só pode pensar em título. Entretanto, os azzurri vivem situação similar à da arquirrival Juventus e, como ainda não tem o elenco que deseja, o comandante já deixou transparecer os primeiros atritos com a diretoria – o que também pode minar a campanha dos partenopei. Outro grande que tem incógnitas é o Milan: o Diavolo não teve seu grupo revolucionado após o fim do ciclo de Stefano Pioli, mas entra em 2024-25 sob as ordens de Paulo Fonseca, que não é um técnico da primeira prateleira do futebol europeu.

Entre as equipes que brigam por vagas europeias, a Atalanta terá que remar para superar águas revoltas e retomar a perspectiva de competir por um inédito scudetto – o que foi ventilado após o título da Liga Europa. Porém, a Dea perdeu duas importantes peças por lesão e ainda não definiu o futuro de seu principal jogador, o que faz com que o cenário fique turvo para Gian Piero Gasperini e seus comandados. Já a Roma almeja voltar à Champions League, competição que não disputa há cinco temporadas, e fez boas contratações para alcançar tal objetivo. Por fim, Bologna, Fiorentina e Lazio terão de lidar com mudanças de comando e reformulações em seus elencos. A expectativa é de luta franca por classificação aos torneios continentais.

Pelos motivos que elencamos acima, dá para perceber que o Campeonato Italiano promete muito, como tem sido praxe nos últimos anos. Porém, os brasileiros têm um motivo para se lamentarem: a recente tendência de diminuição do número de jogadores verde e amarelos na competição se aprofundou. A cada ano, temos uma nova versão da Serie A menos brazuca do século, ainda que somente cinco clubes não contem com atletas do nosso país – Bologna, Empoli, Lecce, Torino e Verona.

Até o fechamento do nosso guia, 19 atletas brasileiros estão aptos para disputar esta edição do certame, sendo que quatro deles têm dupla nacionalidade e representam outros países. No cômputo geral, são incríveis 23 a menos que cinco temporadas atrás. Dentre os remanescentes, oito já atuaram pela Seleção: Carlos Augusto (Inter), Éderson (Atalanta), Emerson Royal (Milan), Juan Jesus (Napoli) e os juventinos Danilo, Bremer, Douglas Luiz e Arthur Melo. A Juventus, a propósito, segue como dona da maior colônia verde e amarela na primeira divisão da Itália.

E onde assistir ao Campeonato Italiano? No Brasil, a Serie A continua a ser exibida pelos canais ESPN, na TV fechada. No streaming, o amante do futebol da Bota poderá acompanhar a competição através do Disney+ e de sites de casas de apostas, como Bet365, Betano e Betfair. Voltadas para maiores de 18 anos, as plataformas de jogos de azar exigem que o usuário mantenha uma conta ativa com saldo para acompanhar as partidas por vídeo.

A seguir, confira as análises do nosso guia, em ordem alfabética. Você também pode navegar pelo menu abaixo e acessar as projeções de cada equipe.

Análise clube a clube

Atalanta

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De Ketelaere, da Atalanta (Arquivo/Atalanta BC)

Cidade: Bérgamo (Lombardia) Estádio: Gewiss Stadium (24.950 lugares) Fundação: 1907 Apelidos: Nerazzurri, Dea, Orobici Principais rivais: Brescia, Inter e Milan Participações na Serie A: 64 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 3ª colocação) Na última temporada: 4ª posição Objetivo: vaga na Liga dos Campeões Brasileiros no elenco: Rafael Toloi e Éderson Técnico: Gian Piero Gasperini (9ª temporada) Destaques: Teun Koopmeiners, Ademola Lookman e Charles De Ketelaere Fique de olho: Leonardo Mendicino Principais chegadas: Mateo Retegui (a, Genoa), Nicolò Zaniolo (mat, Aston Villa) e Ben Godfrey (z, Everton) Principais saídas: Emil Holm (ld, Bologna), Hans Hateboer (ld, Rennes) e Aleksei Miranchuk (mat, Atlanta United) Time-base (3-4-1-2): Carnesecchi (Musso); Djimsiti, Hien, Kolasinac; Zappacosta, De Roon,  Koopmeiners (Éderson), Ruggeri; De Ketelaere (Pasalic); Retegui, Lookman (Zaniolo).

Um excelente fim de 2023-24, com o título da Liga Europa e o quarto lugar da Serie A, deixaram na Atalanta a esperança de que a equipe poderia almejar uma inédita luta pelo scudetto – o que, de fato, impulsionou a permanência de Gasperini para a sua nona temporada à frente da Dea. Porém, as sérias lesões de Scalvini e de Scamacca, no último jogo do campeonato passado e num amistoso com o Parma, respectivamente, redimensionaram as expectativas em Bérgamo. A numerosa defesa até pode suprir a ausência do zagueiro por alguns meses, mas Retegui, ainda que seja ótima reposição ao atacante, ainda precisa se adaptar às exigências táticas de Gasperini.

Outro problema da Atalanta é o furacão em torno de Koopmeiners, que não está focado na agremiação porque quer ser negociado. O holandês foi afastado do grupo pelo treinador, que não está nada feliz com a situação, e os nerazzurri esperam uma oferta satisfatória, que ainda não chegou. Já estava no horizonte da Dea perder o seu principal jogador, só que a diretoria não contava com a demora para a viabilização da transferência – provavelmente para a Juventus. O resultado? Ainda não há um substituto confirmado para o camisa 7, que desempenha uma função sensível na equipe, e qualquer reforço precisará se adaptar às exigências táticas de Gasperini.

Não é por acaso que terminamos os dois parágrafos acima da mesma forma. O rigor do treinador é um dos motivos que fazem com que a Atalanta, em sua gestão, costume demorar para engrenar e faça segundas metades de temporadas superiores às primeiras. Neste caso, embora boa parte do elenco já conheça muito bem os ditames de Gasperini, não será nada trivial integrar o eventual substituto de Koopmeiners – ou lidar com a permanência de um jogador contrariado – e encaixar tanto Retegui, um centroavante mais fixo do o pretendido pelo técnico, quanto Zaniolo, de temperamento reconhecidamente difícil. A Dea dará trabalho, mas brigar pelo título da Serie A requer um ambiente mais estável e, dessa vez, a sorte não sorriu para os bergamascos.

Bologna

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Orsolini, do Bologna (Arquivo/Bologna FC)

Cidade: Bolonha (Emília-Romanha) Estádio: Renato Dall’Ara (31.070 lugares) Fundação: 1909 Apelidos: Rossoblù, Felsinei, Petroniani, Veltri Principais rivais: Cesena e Fiorentina Participações na Serie A: 78 Títulos: 7 Na última temporada: 5ª posição Objetivo: vaga na Liga Europa Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Vincenzo Italiano (1ª temporada) Destaques: Riccardo Orsolini, Giovanni Fabbian e Lewis Ferguson Fique de olho: Tommaso Ebone Principais chegadas: Thijs Dallinga (a, Toulouse), Juan Miranda (le, Betis) e Emil Holm (ld, Atalanta) Principais saídas: Joshua Zirkzee (a, Manchester United), Riccardo Calafiori (z, Arsenal) e Alexis Saelemaekers (mat, Milan) Time-base (4-2-3-1): Skorupski; Posch (Holm), Beukema, Lucumí (Erlic), Miranda; Freuler, Aebischer; Orsolini (Ndoye), Fabbian (Ferguson), Cambiaghi; Dallinga.

Em 2023-24, a mágica campanha produzida pela trupe de Thiago Motta aliviou a pressão em Bolonha. A torcida rossoblù, que há muito ansiava pela classificação a uma competição continental, ganhou de presente a inesperada vaga na Champions League e está ciente de que repetir o feito será muito complicado. Isso não significa, porém, que os torcedores não sejam exigentes. Italiano estará perdoado se o time não brigar novamente pelo acesso ao principal torneio da Europa, mas será cobrado para entregar um desempenho suficiente para colocar os felsinei na metade superior da tabela e na luta por um lugarzinho na Liga Europa.

A grande interrogação recai sobre a capacidade de Italiano montar um time tão competitivo quanto o de Motta. E a força daquela equipe residia, primordialmente, na competência de se proteger: o ítalo-brasileiro fez o Bologna ter uma das principais defesas do campeonato mesmo sem contar com tantos nomes consolidados na posição – e o badalado Calafiori, que ele moldou como zagueiro, já foi vendido. É verdade que a diretoria emiliana se movimentou bem para segurar os outros beques e que reforçou as laterais com peças interessantes, mas também é fato que, na Fiorentina, o atual treinador rossoblù pecou muito pelos desajustes na retaguarda. Esse é um obstáculo que ele precisará superar para que as dúvidas sobre suas qualidades como técnico sejam dirimidas.

Além de Calafiori, o Bologna não conta mais com Zirkzee, seu maior destaque em 2023-24, e com o muito útil Saelemaekers – ademais, o capitão Ferguson trata uma séria lesão e pode voltar aos gramados apenas em 2025. No comando de ataque, o holandês Dallinga é uma aposta interessante para substituição de seu compatriota, ainda que seja menos técnico e mais finalizador. Portanto, é de se imaginar que concentre os gols do time, aproveitando as assistências dos garçons Orsolini, Ndoye e Cambiaghi. Olho ainda no forte meio-campo rossoblù, que tende a ser o setor mais sólido da equipe, por conta da regularidade de Freuler, Aebischer e Fabbian.

Cagliari

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Luperto e Prati, do Cagliari (Arquivo/Cagliari Calcio)

Cidade: Cagliari (Sardenha) Estádio: Unipol Domus (16.416 lugares) Fundação: 1920 Apelidos: Rossoblù, Casteddu, Isolani Principais rivais: Torres Participações na Serie A: 44 Títulos: 1 Na última temporada: 16ª posição Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: Paulo Azzi Técnico: Davide Nicola (1ª temporada) Destaques: Matteo Prati, Razvan Marin e Zito Luvumbo Fique de olho: Alessandro Vinciguerra Principais chegadas: Razvan Marin (m, Empoli), Sebastiano Luperto (z, Empoli) e Nadir Zortea (ld, Frosinone) Principais saídas: Nahitan Nández (m, Al-Qadsiah), Alberto Dossena (z, Como) e Gianluca Gaetano (mat, Napoli) Time-base (3-5-2): Scuffet; Obert, Mina, Luperto; Zortea, Makoumbou, Prati, Marin, Augello; Luvumbo, Piccoli (Lapadula).

Vem mais um milagre por aí? Bem, evitar o descenso deste time do Cagliari talvez não represente uma salvação tão complicada quanto as outras que Nicola obteve em sua trajetória como técnico. Porém, não significa que será fácil. Afinal, assim como em sua passagem pelo Empoli, o treinador não terá à disposição um ataque dos mais goleadores.

Capaz de montar bons sistemas defensivos, Nicola mostrou que repetirá o seu habitual 3-5-2 ao levar Luperto para a Sardenha a tiracolo. Isso não deve ser problema para o treinador, que terá que dedicar atenção especial à fase ofensiva. Na elite, os veteranos Lapadula e Pavoletti não têm conseguido produzir os números de outrora e, também por isso, largam atrás do jovem Piccoli, que não se firma em lugar algum – tem apenas 23 anos e já está no sétimo clube da carreira. No Cagliari, o grandalhão busca superar a marca de cinco gols numa mesma temporada, que obteve somente no Spezia, em 2020-21, e em seu positivo campeonato de 2023-24, pelo Lecce. A tendência é que o treinador faça um rodízio regular na função de atacante de referência, mantendo o espevitado Luvumbo ao lado da bola da vez.

É evidente que os centroavantes do Cagliari, especialistas em jogadas aéreas, serão abastecidos primordialmente por Zortea e Augello, alas que têm o apoio ao ataque como principais características. Vale destacar ainda que os arremates de fora da área devem ser uma arma bastante utilizada pelos sardos, considerando que tanto Prati quanto Marin, vindo de ótima Euro pela Romênia e já treinado por Nicola no Empoli, são excelentes finalizadores de média e longa distância.

Como

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Varane, do Como (Getty)

Cidade: Como (Lombardia) Estádio: Giuseppe Sinigaglia (10.584 lugares) Fundação: 1907 Apelidos: Lariani, Azzurri, Biancoblù, Voltiani Principal rival: Lecco, Varese, Monza, Atalanta e Brescia Participações na Serie A: 14 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 6ª colocação) Na última temporada: vice-campeão da Serie B; promovido Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: Gabriel Strefezza Técnico: Cesc Fàbregas (1ª temporada) Destaques: Raphaël Varane, Andrea Belotti e Patrick Cutrone Fique de olho: Ali Jasim Principais chegadas: Raphaël Varane (z, Manchester United), Andrea Belotti (a, Fiorentina) e Emil Audero (g, Inter) Principais saídas: Alessandro Bellemo (m, Sampdoria), Nikolas Ioannou (le, Sampdoria) e Cas Odenthal (z, Sassuolo) Time-base (4-2-3-1): Audero (Reina); Iovine (Cassandro), Dossena, Varane, Moreno; Engelhardt (Braunöder), Mazzitelli; Gabriel Strefezza, Cutrone, Da Cunha (Fadera); Belotti.

Figurinha carimbada da Serie A nos anos 1980, o Como volta à elite após uma longa ausência: não disputava o campeonato desde 2002-03. Depois do rebaixamento mais recente à segundona, o time da Lombardia faliu duas vezes, perambulou pelo amadorismo e, em 2019, foi comprado pelos bilionários Robert Budi e Michael Bambang Hartono, proprietários do grupo Djarum, da indústria de tabaco. Além dos investidores indonésios de origem chinesa, o clube tem como sócios minoritários os ex-jogadores Thierry Henry e… Cesc Fàbregas, seu treinador.

Os donos do Como são os mais ricos do futebol italiano, mas isso não significa que o clube chega à elite para bater de frente com os gigantes locais. O projeto é similar ao do Monza: se manter na Serie A pelo máximo de tempo possível e, de maneira sustentável, galgar terreno. Inicialmente, os lariani têm atacado o mercado em várias frentes. Buscaram, por exemplo, nomes consolidados no campeonato, como Belotti, Audero e Mazzitelli, e fizeram apostas em peças vindas do exterior, como Fadera, Jasim e Engelhardt. Mas, principalmente, captaram veteranos que podem assimilar mais rapidamente as ideias de jogo de Fàbregas. Nesse caso, os espanhóis Reina e Moreno, além do francês Varane, que atuou por bastante tempo em La Liga e na Premier League.

A inexperiência de Fàbregas como treinador é uma das incógnitas que permearão a temporada comasca. O mesmo pode ser dito sobre as condições físicas de Varane: o campeão mundial se lesionou nos minutos iniciais da partida contra a Sampdoria, que marcou a eliminação do time biancoblù na primeira fase da Coppa Italia, e deve ficar de molho por cerca de 40 dias. Outro ponto de interrogação é a coexistência entre Belotti e Cutrone, considerando que o ex-milanista tem sido visto como um trequartista – ou camisa 10, se preferir. São questões importantes e que turvam as águas do paradisíaco Lago de Como, que margeia o estádio Sinigaglia.

Empoli

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D’Aversa, do Empoli (Getty)

Cidade: Empoli (Toscana) Estádio: Carlo Castellani – Computer Gross Arena (16.800 lugares) Fundação: 1920 Apelido: Azzurri Principais rivais: Fiorentina, Pisa, Siena, Pistoiese e Lucchese Participações na Serie A: 17 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 7ª colocação) Na última temporada: 17ª posição Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Roberto D’Aversa (1ª temporada) Destaques: Francesco Caputo, Sebastiano Esposito e Lorenzo Colombo Fique de olho: Gabriele Guarino Principais chegadas: Sebastiano Esposito (a, Sampdoria), Mattia Viti (z, Sassuolo) e Lorenzo Colombo (a, Monza) Principais saídas: Sebastiano Luperto (z, Cagliari), Razvan Marin (m, Cagliari) e M’Baye Niang (a, sem clube) Time-base (4-3-3): Vásquez; Ebuehi, Ismajli, Walukiewicz (Viti), Cacace (Pezzella); Fazzini, Maleh (Grassi), Zurkowski; Gyasi (Solbakken), Caputo (Colombo), Esposito.

Salvo do rebaixamento por um gol marcado nos acréscimos da última rodada da Serie A em 2023-24, o Empoli pode precisar de mais um milagre para escapar do descenso – e bem sabemos que o raio não costuma cair no mesmo lugar. Era de se imaginar que o panorama não seria favorável aos azzurri desde que os vários jogadores adquiridos por empréstimo não tiveram suas permanências confirmadas e que outras peças deixaram o clube em fim de contrato. E isso ficou mais evidente após a saída do técnico Nicola e a pobreza dos nomes contratados para preencherem essas lacunas.

Como Nicola demorou a rumar ao Cagliari, o Empoli atrasou a sua ida ao mercado de treinadores e teve que se contentar com D’Aversa – que, em seu trabalho mais recente, foi demitido do Lecce por justa causa, devido a uma cabeçada desferida em um atleta adversário. Para piorar, o contestado técnico assumiu um elenco bastante reformulado, que perdeu 10 peças importantes em relação à campanha de 2023-24 e manteve vários dos limitados reservas daquela inconvincente empreitada.

As ausências mais sentidas pela torcida do Empoli devem ser a de Luperto, líder da defesa, e a do regista Marin, fundamentais em 2023-24. Os azzurri também têm uma pulga atrás da orelha com o escolhido para substituir o goleiro Caprile. Afinal, o colombiano Vásquez foi reserva do Ascoli, rebaixado para a Serie C. O ataque, por outro lado, pode ganhar algum fôlego com os reforços. O que não é tão difícil, considerando a improdutividade dos remanescentes (o garoto Shpendi e o ídolo Caputo) e daqueles que deixaram a Toscana – Destro, Cancellieri, Cambiaghi e Niang, herói da salvação. Os italianos Esposito e Colombo são tratados como joias a serem lapidadas, enquanto Solbakken tenta recuperar o bom nível que o levou à seleção norueguesa. Apesar da esperança com os jovens, a trupe de D’Aversa terá que suar muito para evitar o retorno à segundona após quatro anos na elite.

Fiorentina

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Kean, da Fiorentina (Getty)

Cidade: Florença (Toscana) Estádio: Artemio Franchi (43.147 lugares) Fundação: 1926 Apelidos: Viola, Gigliati Principais rivais: Juventus, Roma e Bologna Participações na Serie A: 88 Títulos: 2 Na última temporada: 8ª posição Objetivo: vaga na Liga Europa Brasileiros no elenco: Dodô Técnico: Raffaele Palladino (1ª temporada) Destaques: Nicolás González, Lucas Beltrán e Andrea Colpani Fique de olho: Jonas Harder Principais chegadas: Andrea Colpani (mat, Monza), Moise Kean (a, Juventus) e Albert Gudmundsson (mat, Genoa) Principais saídas: Giacomo Bonaventura (m, Al-Shabab), Arthur Melo (m, Juventus) e Nikola Milenkovic (z, Nottingham Forest) Time-base (3-4-2-1): De Gea; Pongracic, Martínez Quarta, Ranieri; Dodô (Kayode), Richardson, Mandragora (Barák), Biraghi (Parisi); González (Gudmundsson), Colpani; Kean (Beltrán).

Ares de pequena revolução em Florença, terra das intrigas palacianas da família Medici e de Nicolau Maquiavel. Após três anos em que frequentemente vezes bateu na trave com Italiano nas copas e ficou no meio da tabela da Serie A, a Fiorentina foi buscar o emergente Palladino, que fez um trabalho consistente no Monza. De cara, o técnico deixou de lado o 4-3-3 de seu antecessor e não fez questão de manter peças pelas quais o colega tinha apreço. Não houve qualquer gesto no sentido de prosseguir com jogadores como Milenkovic, Arthur Melo, Bonaventura, Lopez, Castrovilli e Nzola.

Por outro lado, Palladino fez a diretoria se esforçar para fechar com nomes de sua predileção. A começar pelo meia-atacante Colpani, seu artilheiro no Monza, que chega para ser titular e dar um salto na carreira. Outra peça que o técnico pediu foi – acredite – Kean: o comandante já desejava contar com o centroavante desde os tempos de biancorosso porque acredita na recuperação do atleta, que passou em branco na última temporada. A propósito, o italiano deve brigar com Beltrán pelo comando de um ataque violeta ainda indefinido. González, grande destaque da equipe, permanece? Onde jogará o recém-chegado Gudmundsson?

A Fiorentina tem potencial de brigar fortemente por vaga na Liga Europa, mas os seus limites passam por situações em aberto que não se relacionam apenas com as incógnitas do setor ofensivo, citadas acima. Devemos considerar que a mudança para o esquema 3-4-2-1 tende a contribuir para que os ótimos alas da equipe, que têm a precisão no apoio como uma de suas principais valências, sejam influentes no jogo e ajudem Kean a se livrar de seu jejum. Por outro lado, De Gea é uma aposta arriscada. Apesar de sua qualidade e de sua experiência, o espanhol vinha sendo contestado no Manchester United e – não por acaso – ficou um ano sem entrar em campo. O irregular Terracciano, que já desbancou outros favoritos à titularidade, acabou de renovar contrato e tem mais um rival em sua mira, o que não é lá muito alvissareiro para os toscanos.

Genoa

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Vitinha e Junior Messias, do Genoa (Getty)

Cidade: Gênova (Ligúria) Estádio: Luigi Ferraris (33.205 lugares) Fundação: 1893 Apelidos: Grifone, Grifo, Rossoblù, Vecchio Balordo Principal rival: Sampdoria Participações na Serie A: 57 Títulos: 9 Na última temporada: 11ª posição Objetivo: meio da tabela Brasileiros no elenco: Junior Messias Técnico: Alberto Gilardino (3ª temporada) Destaques: Morten Frendrup, Johan Vásquez e Ruslan Malinovskyi Fique de olho: Seydou Fini Principais chegadas: Andrea Pinamonti (a, Sassuolo), Pierluigi Gollini (g, Napoli) e Alessandro Zanoli (ld, Salernitana) Principais saídas: Mateo Retegui (a, Atalanta), Albert Gudmundsson (mat, Fiorentina) e Josep Martínez (g, Inter) Time-base (3-4-1-2): Gollini; Vogliacco (Bani), De Winter, Vásquez; Sabelli (Zanoli), Frendrup, Badelj (Thorsby), Martín; Malinovskyi; Junior Messias (Vitinha), Pinamonti.

As perdas de Retegui e de Gudmundsson, ainda não supridas totalmente, condicionam o início de temporada do Genoa. O sólido time de Gilardino dificilmente correrá riscos de cair para a segunda divisão e também não deve entrar na briga por vaga em competições europeias, mas a avaliação de quão grande será a folga dos grifoni no meio da tabela está comprometida pelas questões citadas. No frigir dos ovos, isso não deverá influir no resultado final, mas nos meandros dos processos que levarão ao mesmo desfecho.

Esse panorama não deve mudar porque o Genoa, ainda que tenha visto seus maiores destaques partirem, conta com várias experientes e boas peças do meio para frente – apesar de muitas delas não viverem os seus melhores momentos em termos de condicionamento físico. Junior Messias e Malinovskyi são atletas que rodaram por clubes de ponta da Serie A e já se mostraram decisivos, enquanto Badelj e Thorsby são meio-campistas de “qualidade e quantidade”, como se diz na Itália: podem articular o jogo e também contribuem com a fase defensiva. Nesse sentido, o fiel da balança é Frendrup, o mais constante dos atletas do Vecchio Balordo. Por fim, o retorno de Pinamonti, definido nas últimas horas, é um capolavoro: era uma oportunidade de mercado e foi aproveitada.

O Genoa também conseguiu manter quase todos os principais nomes de sua sólida defesa, que foi a base do trabalho de Gilardino em 2023-24 – foi negociado somente o regular goleiro Martínez e, para seu lugar, chegou Gollini, que busca voltar ao radar da seleção italiana. De resto, a retaguarda seguirá com a ótima parceria entre De Winter e Vásquez, dois zagueiros de boa técnica e capacitados em todos os atributos necessários para desempenharem a posição. Caso chegasse alguém para a vaga disputada pelos voluntariosos Bani e Vogliacco, os rossoblù teriam, com sobras, a melhor linha defensiva dentre as escaladas pelos times de médio porte da Itália.

Inter

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Çalhanoglu, da Inter (Getty)

Cidade: Milão (Lombardia) Estádio: Giuseppe Meazza (75.817 lugares) Fundação: 1908 Apelidos: Nerazzurri, Beneamata, Biscione, Bauscia Principais rivais: Milan e Juventus Participações na Serie A: 93 Títulos: 19 Na última temporada: campeã Objetivo: título Brasileiros no elenco: Carlos Augusto Técnico: Simone Inzaghi (4ª temporada) Destaques: Lautaro Martínez, Hakan Çalhanoglu e Nicolò Barella Fique de olho: Luka Topalovic Principais chegadas: Mehdi Taremi (a, Porto), Piotr Zielinski (m, Napoli) e Josep Martínez (g, Genoa) Principais saídas: Alexis Sánchez (a, Udinese), Emil Audero (g, Como) e Juan Cuadrado (m, sem clube) Time-base (3-5-2): Sommer; Pavard, Acerbi (De Vrij), Bastoni; Dumfries (Darmian), Barella, Çalhanoglu, Mkhitaryan (Frattesi), Dimarco; Martínez, Thuram (Taremi).

Não há como negar: a Inter é a principal candidata ao título da Serie A. Defendendo o scudetto conquistado em 2023-24, a equipe de Inzaghi não perdeu nenhuma peça relevante e ainda fez reforços pontuais, que deixam mais robusto o já forte elenco à disposição do treinador. Na visão do comandante, porém, faltam ainda um atacante de movimentação e uma peça para o flanco esquerdo – preferencialmente, um zagueiro.

Juventus, Napoli e Milan são rivais perigosos para a Inter, mas as suas incógnitas os deixam atrás da Beneamata na largada do Campeonato Italiano. Porém, os nerazzurri terão de lidar com um outro adversário bastante perigoso: a longa temporada, que pode implicar em muito cansaço. Além de brigar por mais um título da Serie A, a equipe de Milão tentará competir forte na Champions League, de acordo com o presidente Giuseppe Marotta, e, no verão europeu de 2025, ainda terá o Mundial de Clubes para disputar. Essa estafante maratona de compromissos que estão por vir é o principal motivo para que Lautaro, de vínculo renovado, sequer tenha participado dos amistosos preparatórios para 2024-25.

O fato é que não há grandes mistérios nesta Inter. Quasse todos os jogadores já conhecem de cor e salteado os ditames de Inzaghi e mostram um entrosamento invejável – o que facilita, inclusive, a ambientação de Zielinski e Taremi, as peças de linha contratadas a custo zero nesta janela. Os oponentes também sabem como a equipe joga. Difícil, porém, é combatê-la, considerando a miríade de alternativas que a trupe de Milão tem capacidade de produzir. Alguém pode parar os nerazzurri?

Juventus

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Yildiz, Locatelli, Danilo, Douglas Luiz e Vlahovic, da Juventus (Getty)

Cidade: Turim (Piemonte) Estádio: Allianz Stadium (41.507 lugares) Fundação: 1897 Apelidos: Bianconeri, Zebras e Velha Senhora Principais rivais: Torino e Inter Participações na Serie A: 92 Títulos: 36 Na última temporada: 3ª posição Objetivo: título Brasileiros no elenco: Danilo, Bremer, Douglas Luiz e Arthur Melo Técnico: Thiago Motta (1ª temporada) Destaques: Dusan Vlahovic, Bremer e Danilo Fique de olho: Vasilije Adzic Principais chegadas: Michele Di Gregorio (g, Monza), Douglas Luiz (m, Aston Villa) e Khéphren Thuram (m, Nice) Principais saídas: Adrien Rabiot (m, sem clube), Wojciech Szczesny (g, sem clube) e Moise Kean (a, Fiorentina) Time-base (4-2-3-1): Di Gregorio; Danilo, Bremer, Gatti, Cambiaso; Douglas Luiz, Thuram; Chiesa, Fagioli (Locatelli), Yildiz; Vlahovic.

A torcida da Juventus teve motivos de sobra para ficar confiante durante a pré-temporada, visto que o desgastado trabalho de Massimiliano Allegri deu lugar à esperança de um futebol mais vistoso e competitivo sob as ordens do ex-interista Thiago Motta, que conseguiu classificar o Bologna para a Champions League. Entretanto, o otimismo tem convivido com alguma tensão há pelo menos 45 dias.

Sem meias palavras, o ítalo-brasileiro deixou evidente que não contava com várias peças do elenco e não escondeu do público quais eram. A estratégia, porém, parece ter dado errado: os clubes têm esperado o tempo passar para obterem melhores condições de contratar os refugos dos bianconeri e isso impede que a Juventus contrate novos jogadores, o que atrasa a chegada dos reforços pedidos pelo comandante – Koopmeiners, principalmente. Portanto, além de ainda não ter em mãos o grupo que deseja, Motta precisa trabalhar com atletas que estão de malas prontas, como o antes intocável Chiesa.

Considerando a força da Inter, essa situação pode comprometer a busca do título para a Juventus nesta temporada. Afinal, qualquer detalhe importa contra uma equipe que costuma perder poucos pontos e atrapalhar a preparação não é o melhor cartão de visitas que os bianconeri poderiam entregar. Fica em suspenso a capacidade de a gigante do Piemonte manter uma corrida em patamar de igualdade com a arquirrival já em 2024-25, mas obviamente, o seu futuro é alvissareiro. A renovação que a Velha Senhora atravessa é fulgurante e, mais cedo ou mais tarde, os garotos irão dar grandes alegrias à torcida.

Lazio

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Zaccagni, da Lazio (Getty)

Cidade: Roma (Lácio) Estádio: Olímpico (70.634 lugares) Fundação: 1900 Apelidos: Capitolinos, Biancocelesti, Biancazzurri, Aquile, Aquilotti Principal rival: Roma Participações na Serie A: 82 Títulos: 2 Na última temporada: 6ª posição Objetivo: vaga na Liga Europa Brasileiros no elenco: André Anderson Técnico: Marco Baroni (1ª temporada) Destaques: Mattia Zaccagni, Mattéo Guendouzi e Ivan Provedel Fique de olho: Alessandro Milani Principais chegadas: Tijjani Noslin (a, Verona), Boulaye Dia (a, Salernitana) e Nuno Tavares (le, Nottingham Forest) Principais saídas: Ciro Immobile (a, Besiktas), Felipe Anderson (mat, Palmeiras) e Luis Alberto (mat, Al-Duhail) Time-base (4-2-3-1): Provedel; Marusic (Lazzari), Gila (Casale), Romagnoli, Nuno Tavares; Guendouzi, Rovella (Vecino); Noslin (Tchaouna), Castrovilli (Dele-Bashiru), Zaccagni; Castellanos (Dia).

Por etapas: o mais recente ciclo vitorioso da Lazio começou a terminar – não repare o oxímoro – no mercado de verão europeu de 2023-24, quando Milinkovic-Savic rumou ao Al-Hilal. Aquela transferência afetou o coração do time e mostrou que os tempos de Luis Alberto e Immobile na capital italiana também se aproximavam do fim. Aproveitando o embalo, Felipe Anderson também zarpou. Em 2024-25, chegou, então, o momento de uma outra geração assumir o protagonismo e conduzir um elenco mais modesto.

Sob a liderança de Provedel, Marusic, Romagnoli, Cataldi, Guendouzi e do novo capitão Zaccagni, a Lazio tentará surpreender a sua própria torcida, cética com os rumos que o presidente Claudio Lotito tem dado à agremiação. A começar pela escolha de Baroni como treinador, em substituição a Igor Tudor, que saiu brigado com vários jogadores. O novo comandante tem 61 anos, mas só agora, após trabalhos louváveis por Lecce e Verona, debuta num time grande. Evidentemente, não convence a tifoseria laziale, que ainda tem o vice-campeonato italiano de 2023 fresco na memória. O mesmo vale para as contratações: Noslin, de bons meses no Verona; Tchaouna, da rebaixada Salernitana; Nuno Tavares e Castrovilli, em baixa e com problemas físicoa; e o desconhecido Dele-Bashiru.

Apesar dos olhares tortos, a Lazio tem boas chances de surpreender e produzir um desempenho bem aceitável. Ainda que tenha que se desfazer de muitas peças que não serão utilizadas e congestionam um plantel que pode ser reforçado com Dia e Folorunsho, a equipe certamente será bem organizada, principalmente na fase defensiva, como todas as já treinadas por Baroni, e terá eficiência no ataque. Zaccagni, Noslin e Tchaouna são hábeis finalizadores e costumam cortar para dentro para arrematar. O trio também tem competência para, frequentemente, acionar Castellanos ou Dia em profundidade, com passes verticais e em diagonal. Pode não ser suficiente para elevar o patamar dos aquilotti, já acostumados a disputar a Liga Europa? Sim. Mas certamente não será o desastre que trombeteiros do apocalipse têm anunciado.

Lecce

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Krstovic, do Lecce (imago/Nordphoto)

Cidade: Lecce (Apúlia) Estádio: Via del Mare (31.461 lugares) Fundação: 1908 Apelidos: Giallorossi, Salentini, Lupi Principal rival: Bari Participações na Serie A: 19 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 9ª colocação) Na última temporada: 14ª posição Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Luca Gotti (2ª temporada) Destaques: Wladimiro Falcone, Federico Baschirotto e Nikola Krstovic Fique de olho: Marco Delle Monache Principais chegadas: Kialonda Gaspar (z, Estrela da Amadora), Balthazar Pierret (v, Quevilly-Rouen) e Filip Marchwinski (mat, Lech Poznan) Principais saídas: Marin Pongracic (z, Fiorentina), Pontus Almqvist (a, Parma) e Roberto Piccoli (a, Cagliari) Time-base (4-2-3-1): Falcone; Gendrey, Baschirotto, Gaspar, Gallo; Ramadani, Pierret; Morente (Pierotti), Oudin (Marchwinski), Banda (Dorgu); Krstovic.

O Lecce sempre começa a Serie A pensando apenas na permanência. Dessa vez não será diferente, mas a correlação de forças entre o seu elenco e o dos seus concorrentes, considerando ainda que o trabalho de Gotti já dura alguns meses, é favorável a seus propósitos. Se tudo correr nos conformes, dificilmente os salentinos flertarão com a zona de rebaixamento.

Nesta janela de transferências, o time da Apúlia perdeu alguns nomes importantes, como o titular Pongracic, e Almqvist e Piccoli, que eram bastante utilizados. O diretor Pantaleo Corvino, como é de praxe, não foi buscar reposições óbvias: pensando fora da caixa, assegurou chegadas inesperadas e até garantiu dois selecionáveis. Primeiro, o angolano Gaspar, que se destacou no ascendente Estrela da Amadora e até já fez gol na Coppa Italia; depois, o meia-atacante polonês Marchwinski, titularíssimo do Lech Poznan. A intuição do cartola em sua atividade de prospecção de talentos costuma dar certo.

Além disso, o Lecce conseguiu segurar vários de seus destaques, a começar pelo regularíssimo goleiro Falcone, um dos melhores do campeonato. E, se Baschirotto voltar a apresentar o ótimo nível de duas temporadas atrás, os giallorossi terão praticamente um novo reforço para a sua zaga. O mesmo vale para o volante Ramadani, que não mostrou o seu melhor desde que aportou na Itália. E também para Krstovic: com um pouquinho mais de regularidade, pode transformar sua potência física em dígito duplo em gols. A tranquilidade dos apulianos depende de um desempenho mais prolífico do montenegrino.

Milan

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Pulisic e Rafael Leão, do Milan (Getty)

Cidade: Milão (Lombardia) Estádio: Giuseppe Meazza (75.817 lugares) Fundação: 1899 Apelidos: Rossoneri, Diavolo, Casciavìt Principais rivais: Inter e Juventus Participações na Serie A: 91 Títulos: 19 Na última temporada: vice-campeão Objetivo: vaga na Liga dos Campeões Brasileiros no elenco: Emerson Royal Técnico: Paulo Fonseca (1ª temporada) Destaques: Rafael Leão, Théo Hernandez e Christian Pulisic Fique de olho: Mattia Liberali Principais chegadas: Álvaro Morata (a, Atlético de Madrid), Strahinja Pavlovic (z, Red Bull Salzburg) e Emerson Royal (ld, Tottenham) Principais saídas: Olivier Giroud (a, Los Angeles FC), Simon Kjaer (z, sem clube) e Jan-Carlo Simic (z, Anderlecht) Time-base (4-3-3): Maignan; Emerson Royal (Calabria), Pavlovic (Thiaw), Tomori, Hernandez; Loftus-Cheek, Bennacer (Adli), Reijnders; Pulisic, Morata, Rafael Leão.

Para muitos torcedores rossoneri, o desgaste da fase final do trabalho de Pioli foi um dos principais motivos para que o Milan não tenha brigado pelo scudetto na última temporada. Em tese, então, a saída do treinador e as poucas alterações no elenco – que, entre nomes importantes, perdeu apenas Giroud e Kjaer, sendo reforçado com Morata, Pavlovic e Emerson Royal – seriam suficientes para voltar à luta por títulos, certo? Bom, não é bem assim. Ao escolher Paulo Fonseca, que não é um técnico da primeira prateleira do futebol europeu, a diretoria do clube colocou um obstáculo em suas possibilidades de sonhar mais alto.

Fonseca não é um técnico ruim. Porém, já mostrou limitações em times grandes e médios: foi demitido do Porto; não classificou a Roma para a Champions League e, com os giallorossi, levou uma sacolada do Manchester United na semifinal da Liga Europa; além disso, não passou de um quarto lugar na Ligue 1, com o Lille. Seus melhores trabalhos foram um quarto posto com o Braga, em Portugal, e três dobradinhas seguidas de campeonato e copa, pelo Shakhtar Donetsk. Na Ucrânia, onde atuou entre 2016 e 2019, se destacou por um estilo de futebol ofensivo, estético e eficiente, mas não foi capaz de manter esses ditames de forma regular na Serie A.

Por que focamos a análise em Fonseca? Bem, porque o tamanho do sonho do Milan vai depender diretamente do sucesso do português em implantar sua filosofia. Se der muito certo, os rossoneri podem até chegar a se inserir na luta pelo scudetto, já que o elenco é bom e tem alguns craques, como Maignan, Hernandez e Rafael Leão, além de outros ótimos nomes, a exemplo de Pulisic, Reijnders, Tomori e do recém-chegado Morata. Vale destacar, porém, que as condições físicas do arqueiro francês, o momento técnico do beque inglês e a inconsistência na lateral direita – onde Emerson chega para rivalizar com o capitão Calabria – são incógnitas que arrepiam a torcida milanista. Olho nesses fatores.

Monza

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Nesta, do Monza (Getty)

Cidade: Monza (Lombardia) Estádio: Brianteo – U-Power Stadium (17.102 lugares) Fundação: 1912 Apelidos: Brianzoli, Biancorossi, Bagai Principal rival: Como Participações na Serie A: 3 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 11ª colocação) Na última temporada: 12ª posição Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: Samuele Vignato Técnico: Alessandro Nesta (1ª temporada) Destaques: Matteo Pessina, Milan Djuric e Pablo Marí Fique de olho: Semuel Pizzignacco Principais chegadas: Alessio Cragno (g, Sassuolo), Omari Forson (mat, Manchester United) e Stefano Sensi (m, Inter) Principais saídas: Michele Di Gregorio (g, Juventus), Andrea Colpani (mat, Fiorentina) e Valentín Carboni (mat, Marseille) Time-base (3-4-2-1): Cragno (Pizzignacco); Izzo, (D’Ambrosio) Pablo Marí, Carboni; Birindelli, Gagliardini (Bondo), Pessina, Kyriakopoulos; Mota (Forson), Caprari (Maldini); Djuric.

Em 2024-25, cravamos: o Monza fará a sua pior campanha na elite italiana e dificilmente repetirá o 11º ou o 12º lugares que obteve em suas outras participações na Serie A. É a primeira temporada projetada integralmente após a morte de Silvio Berlusconi – ex-proprietário do clube, que faleceu em junho de 2023, quando as bases para 2023-24 já estavam planificadas – e fica evidente que o time biancorosso passa por uma desaceleração de investimentos. Dentre as cinco chegadas para o elenco principal, os bagai gastaram apenas em duas, sendo que outros dois nomes retornaram de empréstimo.

Este perfil de reforços já não seria o ideal e se torna ainda mais alarmante se considerarmos que o Monza perdeu Di Gregorio e Colpani, seus dois principais jogadores, e também viu algumas peças deixarem a Lombardia – a exemplo de Carboni, Colombo, Zerbin e Akpa Akpro. Some-se a isso a troca no comando técnico, com o fim do trabalho consolidado de Palladino e a chegada de Nesta. O tetracampeão mundial foi um zagueiraço, mas pena na carreira como treinador e estreará na Serie A mesmo sem ter empreitadas relevantes na segundona.

O que remedia parcialmente esse cenário pouco animador é o fato de o Monza já ter um time razoável, que – não à toa – produziu duas campanhas de meio de tabela, sem flerte com o rebaixamento. Um elenco que, sem sombra de dúvidas, é superior pelo menos ao do pelotão que deve brigar mais intensamente contra o descenso. Entretanto, os bagai devem ficar atentos a duas lições, sendo que uma delas foi dada ao próprio clube, em 2022. Naquele ano, uma equipe biancorossa de nível bastante similar ao da atual chegou a ser lanterna da Serie A em cinco das seis primeiras rodadas porque era mal treinada por Giovanni Stroppa, que terminaria demitido e substituído por Palladino. Além disso, o Sassuolo caiu no campeonato passado mesmo tendo um plantel que poderia brigar por um lugar na parte central da tábua de classificação. Será que os brianzoli aprenderam com esses acontecimentos?

Napoli

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Kvaratskhelia, Ngonge e Meret, do Napoli (Getty)

Cidade: Nápoles (Campânia) Estádio: Diego Armando Maradona (54.726 lugares) Fundação: 1926 Apelidos: Azzurri, Partenopei Principais rivais: Verona, Juventus, Inter e Milan Participações na Serie A: 79 Títulos: 3 Na última temporada: 10ª posição Objetivo: título Brasileiros no elenco: Juan Jesus Técnico: Antonio Conte (1ª temporada) Destaques: Victor Osimhen, Khvicha Kvaratskhelia e Stanislav Lobotka Fique de olho: Coli Saco Principais chegadas: Alessandro Buongiorno (z, Torino), Leonardo Spinazzola (le, Roma) e Rafa Marín (z, Alavés) Principais saídas: Piotr Zielinski (m, Inter), Leo Ostigard (z, Rennes) e Natan (z, Betis) Time-base (3-4-3): Meret; Rrahmani, Buongiorno, Olivera (Marín); Di Lorenzo, Anguissa, Lobotka, Spinazzola; Politano (Ngonge), Osimhen, Kvaratskhelia.

A contratação de Conte sinaliza que o seu empregador almeja brigar por títulos, mas carrega consigo efeitos colaterais. A competência inegável do treinador e a sua capacidade de transformar rapidamente um time contestado numa máquina de combater andam lado a lado com seu temperamento forte, sua exigência renitente por soluções céleres e o atendimento total de suas demandas – muitas delas, caprichosas. Não é uma equação simples e nem mesmo tem um custo irrisório, mas o Napoli decidiu encarar a bronca. Até agora, não parece que o desfecho será muito feliz.

Muita coisa pode mudar até o encerramento da janela de transferências, mas Conte já demonstrou levemente o seu descontentamento. O Napoli está atado no mercado porque a cláusula rescisória colocada no contrato de Osimhen no momento da renovação do vínculo é irreal e nenhum clube se moveu de forma decisiva pelo nigeriano. A principal implicação disso é que Lukaku, pupilo do treinador, não aportará na Campânia até a saída do atual camisa 9. A demora na realocação de refugos, como Cajuste, também paralisa ações dos partenopei em outros setores – o meia Brescianini, por exemplo, chegou a ser aprovado nos exames médicos, mas terminou na Atalanta porque os azzurri não podem finalizar a transação antes de se livrarem de atletas excluídos do seu projeto esportivo.

Esse atraso na formação do elenco incomoda Conte de maneira profunda e, nesse caso, o técnico tem razão em reclamar. Afinal, a preparação para a temporada fica comprometida e as chances de competir pelo título com a Inter também – em suma, o Napoli tem o mesmo problema que afeta a Juventus, como citamos anteriormente. Quando pode se antecipar, o clube mandou bem, entretanto. Que o diga a contratação de Buongiorno, um zagueiro para ser pilar do time pelo menos até o fim da década. O que aflige a torcida azzurra, porém, é o tempo presente.

Parma

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Man, do Parma (Arquivo/Parma Calcio)

Cidade: Parma (Emília-Romanha) Estádio: Ennio Tardini (22.352 lugares) Fundação: 1913 Apelidos: Gialloblù, Crociati e Ducali Principais rivais: Bologna e Reggiana Participações na Serie A: 28 Títulos da Serie A: nenhum (melhor desempenho: 2ª colocação) Na última temporada: campeão da Serie B; promovido Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: Hernani Técnico: Fabio Pecchia (3ª temporada) Destaques: Dennis Man, Valentin Mihaila e Adrián Bernabé Fique de olho: Anas Haj Mohamed Principais chegadas: Zion Suzuki (g, Sint-Truiden), Pontus Almqvist (a, Lecce) e Matteo Cancellieri (a, Empoli) Principais saídas: Cristian Ansaldi (le, sem clube), Martin Turk (g, Ruch Chorzow) e Tjas Begic (a, Frosinone) Time-base (4-2-3-1): Suzuki; Delprato, Osorio, Circati, Valeri; Estévez, Hernani; Man (Almqvist), Bernabé, Mihaila (Benedyczak); Bonny (Cancellieri).

Após três anos na Serie B, o Parma faturou o seu primeiro título da segundona e voltou à elite com a intenção de ficar. E o seu comandante, mais do que ninguém, quer a permanência. Pecchia é um especialista em acessos, com três já conquistados. Por outro lado, é figurinha carimbada em rebaixamentos: tem uma queda no currículo como técnico e, como atleta, é recordista no quesito, somando cinco descensos por times diferentes. Apesar do histórico pouco entusiasmante, o treinador tem um trabalho consistente e totais condições de atingir o objetivo.

Não dá para dizer que os crociati tinham um elenco de Serie A na segundona e que, por isso, optaram por pouco se mexerem no mercado até o momento. Há bons e jovens nomes no plantel, mas lacunas que poderiam ser preenchidas para dar mais segurança à campanha – sobretudo na defesa e no meio-campo. Pensando num campeonato longo, a escassez de peças tarimbadas em ambos os setores pode pesar negativamente.

As peças que contribuem mais diretamente com a fase ofensiva são as mais interessantes do Parma. Na segunda linha de meio-campo e no ataque, os ducali contam com dois jogadores que fizeram uma ótima Euro pela Romênia (Man e Mihaila), além de um medalhista de ouro em Paris, pela Espanha (Bernabé), e reforços apropriados para sua faixa na tabela (Almqvist e Cancellieri). Dentre os promovidos, é o time mais insinuante no quesito. Vale destacar ainda a aposta em Suzuki, primeiro goleiro asiático da história da Serie A, que chega à Itália para enterrar os questionamentos que tem sofrido na seleção japonesa.

Roma

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Dybala, da Roma (Arquivo/AS Roma)

Cidade: Roma (Lácio) Estádio: Olímpico (70.634 lugares) Fundação: 1927 Apelidos: Capitolinos, Giallorossi, Lupi, A Maggica Principais rivais: Lazio e Juventus Participações na Serie A: 92 Títulos: 3 Na última temporada: 6ª posição Objetivo: vaga na Liga dos Campeões Brasileiros no elenco: João Costa Técnico: Daniele De Rossi (2ª temporada) Destaques: Paulo Dybala, Lorenzo Pellegrini e Leandro Paredes Fique de olho: Cristian Cama Principais chegadas: Artem Dovbyk (a, Girona), Matías Soulé (mat, Frosinone) e Enzo Le Fée (m, Rennes) Principais saídas: Romelu Lukaku (a, Chelsea), Rui Patrício (g, sem clube) e Dean Huijsen (z, Bournemouth) Time-base (4-3-3): Svilar; Çelik, Mancini, Ndicka (Smalling), Angeliño; Cristante (Le Fée), Paredes, Pellegrini; Soulé, Dovbyk, Dybala (El Shaarawy).

Ausente da Champions League há cinco temporadas, a Roma começou a pré-temporada com movimentos interessantes para batalhar pelo retorno à competição. Le Fée dá mais opções a De Rossi no meio-campo, enquanto Soulé e Dovbyk, cobiçados no mercado, são reforços de peso para suprir saídas como as de Lukaku, cuja permanência não podia ser assegurada devido a questões financeiras. Se imaginava que essas chegadas poderiam diminuir a dependência de Dybala, que seguiria central no projeto giallorosso. Porém, com o passar das semanas, nem a continuidade do craque argentino é dada como certa.

A torcida da Roma está acostumada ao drama, mas não esperava viver, neste momento, uma situação que pode condicionar o andamento da temporada. Mantendo Dybala, a Loba teria um jogador decisivo e capaz de lances de genialidade – ainda que, por conta de seu físico frágil, nem sempre esteja à disposição. Sem ele, as chances de brigar pela Liga dos Campeões diminuem e o tão aguardado salto da Roma ficaria mais distante. Afinal, mesmo com o argentino, a equipe capitolina já começa a Serie A na condição de quinta força e precisando ganhar terreno sobre tropeços de rivais.

Num cenário sem Dybala, Soulé seria obrigado a colher a herança do seu compatriota muito rapidamente, sem tempo de adaptação a uma realidade bem mais exigente que a de Frosinone. O mesmo valeria para o goleador Dovbyk, proveniente de uma liga que, em termos táticos, é muito diferente da Serie A. Ademais, Pellegrini receberia maiores responsabilidades criativas e El Shaarawy teria de ser mais agudo em seu flanco. Ademais, os giallorossi não poderiam ficar parados e precisariam repor a saída do camisa 21. Não exatamente com um atleta para desempenhar a sua função, já que há quem a execute no elenco. Porém, um nome que pudesse reanimar a torcida, ao menos parcialmente.

Torino

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Zapata e Karamoh, do Torino (Getty)

Cidade: Turim (Piemonte) Estádio: Olímpico Grande Torino (28.177 lugares) Fundação: 1906 Apelidos: Toro, Granata Principal rival: Juventus Participações na Serie A: 81 Títulos: 7 Na última temporada: 9ª posição Objetivo: meio da tabela Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Paolo Vanoli (1ª temporada) Destaques: Duván Zapata, Raoul Bellanova e Samuele Ricci Fique de olho: Alessandro Dellavalle Principais chegadas: Saúl Coco (z, Las Palmas), Ché Adams (a, Southampton) e Krisztofer Horváth (mat, Kecskemét) Principais saídas: Alessandro Buongiorno (z, Napoli), Ricardo Rodríguez (le, Betis) e Matteo Lovato (z, Sassuolo) Time-base (3-5-2): Milinkovic-Savic; Sazonov, Coco, Masina; Bellanova, Tameze, Ricci, Ilic, Lazaro (Vojvoda); Vlasic (Adams, Sanabria), Zapata.

O Torino começa a campanha renovado no comando técnico, mas a sua situação na Serie A não deve mudar. Ivan Juric estava cansado de não brigar por objetivos maiores, se desgastou com a diretoria e acabou dando lugar ao emergente Vanoli, que subiu para a máxima categoria com o Venezia e não se importará de debutar na elite com um desempenho similar ao do antecessor: um lugar no meio da tabela, sem sustos. É o que deve ocorrer na temporada em que Urbano Cairo irá superar Orfeo Pianelli como presidente mais longevo da história grená, com mais de 19 anos de casa.

Sob o comando do técnico croata, o Toro se destacou por sua sólida defesa. Porém, o setor acabou reformulado para 2024-25, com as importantes saídas de Rodríguez e Buongiorno, capitão e suplente da braçadeira, respectivamente – o jovem Lovato, que não se firmou, e o utilitário Djidji também deixaram o Piemonte. Entretanto, os granata não se repuseram essas saídas com a mesma quantidade de reforços: buscaram apenas o equato-guineense Coco, que se destacou pelos Las Palmas. De resto, se virou com peças que já tinha à disposição. Na verdade, isso se estendeu a outros departamentos, visto que cinco atletas que voltaram de empréstimo devem ser aproveitados por Vanoli.

Pouco deve mudar no funcionamento do time, que seguirá forte nos apoios pelas laterais, com Bellanova e Lazaro, e organizado no centro do gramado, onde Ricci, Ilic, Tameze e Linetty devem ditar o ritmo. Mais à frente, Vlasic é o acelerador de jogadas e o tanque Zapata, agora capitão, é o principal finalizador da equipe. A novidade é que os piemonteses se fortalecem no ataque, que não tem mais apenas Sanabria e Pellegri como parceiros do colombiano – ou como alternativas a ele. O escocês Adams, vice-artilheiro do Southampton na campanha de acesso dos Saints à Premier League, é um bem-vindo reforço e pode contribuir para que os granata sigam sua rotina de tranquilidade na Serie A.

Udinese

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Sánchez, da Udinese (Arquivo/Udinese Calcio)

Cidade: Údine (Friul-Veneza Júlia) Estádio: Friuli – Bluenergy Stadium (25.144 lugares) Fundação: 1896 Apelidos: Bianconeri, Friulani e Zebrette Principais rivais: Venezia e Triestina Participações na Serie A: 52 Títulos: nenhum (melhor desempenho: vice-campeã) Na última temporada: 15ª posição Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: Brenner Técnico: Kosta Runjaic (1ª temporada) Destaques: Alexis Sánchez, Lorenzo Lucca e Lazar Samardzic Fique de olho: David Pejicic Principais chegadas: Alexis Sánchez (a, Inter), Jesper Karlström (v, Lech Poznan) e Jurgen Ekkelenkamp (mat, Royal Antwerp) Principais saídas: Roberto Pereyra (m, AEK Atenas), Walace (v, Cruzeiro) e João Ferreira (ld, Watford) Time-base (3-4-2-1): Okoye; Pérez, Bijol, Kristensen (Giannetti); Ebosele (Esteves), Lovric, Karlström, Zemura (Kamara); Thauvin (Samardzic), Sánchez; Lucca.

A Udinese tem gostado de flertar com o perigo. Após se salvar do rebaixamento na bacia das almas em 2023-24, graças a um empate obtido nos minutos finais da última rodada da Serie A, a equipe friulana faz uma aposta arriscadíssima para o comando técnico: buscou Runjaic, alemão de origem croata, que tem bons trabalhos por Kaiserslautern, semifinalista da Copa da Alemanha e duas vezes quarto lugar na segundona germânica, e por Pogon Szczecin e Legia Varsóvia, no Campeonato Polonês. Esse tipo de jogada raramente dá certo na Itália, por mais que existam ótimas intenções como pano de fundo.

Runjaic propõe um futebol ofensivo e calcado na posse de bola. Para conseguir impor seu estilo, pediu a contratação do volante Karlström, que atuava pelo Lech Poznan, da Polônia, e também ganhou o reforço de Ekkelenkamp, formado na base do Ajax. Ainda no meio-campo, ganham mais responsabilidades Lovric e Samardzic (se permanecer), devido às saídas de Pereyra e Walace, líderes do elenco bianconero. O elenco da Udinese também ganhou em qualidade técnica com o retorno do veterano Sánchez, ainda que ele não venha a ser, por questões físicas, figura certa no onze inicial.

A Udinese ainda conta com nomes interessantes na defesa e no ataque, mas muito ainda pode mudar até o fechamento da janela. A diretoria ainda precisa se desfazer de diversas peças, já que o elenco está congestionado no setor ofensivo, por exemplo, e há aqueles titulares que despertam o interesse de outros clubes – a exemplo de Okoye, Pérez, Bijol e Samardzic. No fim das contas, apesar da aposta arriscada num treinador menos renomado, que até pode se pagar, contar com atletas do calibre de Sánchez, Thauvin e Lucca significa ter, na largada, vantagem sobre a maior parte dos rivais pela permanência na elite. E isso pode ser o bastante para terminar na frente deles.

Venezia

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Di Francesco, do Venezia (Arquivo/Venezia FC)

Cidade: Veneza (Vêneto) Estádio: Pier Luigi Penzo (11.150 lugares) Fundação: 1907 Apelidos: Arancioneroverdi, Lagunari, Leoni Alati Principais rivais: Vicenza, Verona e Padova Participações na Serie A: 14 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 3ª colocação) Na última temporada: 3ª posição da Serie B; promovido após playoffs Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: Bruno Bertinato Técnico: Eusebio Di Francesco (1ª temporada) Destaques: Joel Pohjanpalo, Jesse Joronen e Gianluca Busio Fique de olho: Antonio Raimondo Principais chegadas: Alfred Duncan (m, Fiorentina), Gaetano Oristanio (mat, Cagliari) e Richie Sagrado (ld, Oud-Heverlee Leuven) Principais saídas: Ali Dembélé (ld, Torino), Marco Modolo (z, encerrou carreira) e Denis Cheryshev (mat, sem clube) Time-base (3-4-2-1): Joronen; Idzes, Svoboda, Sverko; Sagrado (Candela), Busio, Duncan, Zampano; Oristanio, Pierini (Gytkjaer); Pohjanpalo.

Assim como em sua última participação na Serie A, em 2021-22, o Venezia não se reforçou de forma robusta para a disputa do campeonato – na verdade, apenas três dos previstos titulares do time-base vêneto não estavam na campanha do acesso. Di Francesco, que recuperou parte de seu prestígio com uma trajetória digna à frente do Frosinone, na temporada passada, terá bastante trabalho para fazer os lagunari competirem com seus adversários.

Sem dúvidas, o maior destaque do Venezia é o finlandês Pohjanpalo, goleador da última Serie B e vice-artilheiro da antepassada. Em sua carreira, porém, o centroavante ainda não brilhou em campeonatos de maior nível: foi bem na segundona alemã e na Süper Lig turca, mas teve desempenho opaco na Bundesliga. Sua sombra, o experiente Gytkjaer, ex-Monza, tem trajetória similar. O garoto Oristanio, por sua vez, tentará aproveitar a oportunidade para deslanchar, após ter mostrado bons momentos no Cagliari.

Em sua linha de defesa, o Venezia não conta com nenhum jogador tarimbado e isso tende a fazer o bom goleiro Joronen ser exigido com muita frequência. A não ser que os esforçados Busio e Duncan, responsáveis por resguardarem a entrada da área, emendem constantemente atuações de altíssimo nível. Evidentemente, não são grandes as perspectivas de que os leões alados tenham condições de voarem muito alto nesta temporada.

Verona

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Suslov, do Verona (Arquivo/Hellas Verona FC)

Cidade: Verona (Vêneto) Estádio: Marcantonio Bentegodi (31.045 lugares) Fundação: 1903 Apelidos: Mastini, Scaligeri, Butei, Gialloblù Principais rivais: Vicenza, Napoli e Milan Participações na Serie A: 34 Títulos: 1 Na última temporada: 13ª posição Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Paolo Zanetti (1ª temporada) Destaques: Tomás Suslov, Ondrej Duda e Diego Coppola Fique de olho: Daniele Ghilardi Principais chegadas: Abdou Harroui (m, Frosinone), Martin Frese (le, Nordsjaelland) e Grigoris Kastanos (m, Salernitana) Principais saídas: Michael Folorunsho (m, Napoli), Tijjani Noslin (a, Lazio) e Juan Cabal (z, Juventus) Time-base (4-2-3-1): Montipò; Tchatchoua (Faraoni), Coppola (Magnani), Dawidowicz, Frese; Duda, Serdar; Suslov, Harroui (Kastanos), Lazovic (Mitrovic); Mosquera (Livramento, Tengstedt).

Nos últimos anos, o Verona teve que conviver com muitas e robustas reformulações. Em 2024-25, não será diferente. Apesar de ter conseguido segurar (ao menos até agora) peças importantes, como Coppola, Duda e Suslov, o Hellas perdeu o treinador e alguns destaques da campanha de salvação na derradeira Serie A. Sob a batuta de Zanetti, que não deve mudar muito os mecanismos de jogo do time, os vênetos buscarão chegar a seis temporadas consecutivas na elite, ampliando a sua segunda maior sequência de participações na máxima categoria italiana – abaixo apenas daquela vigente entre 1982 e 1990, na qual também faturaram seu único scudetto.

O Verona deve ter a defesa como seu setor mais produtivo. Zanetti não é um técnico conhecido por ser retranqueiro, mas sabe montar times organizados e adotar contragolpes como arma principal. Assim, devem ser muito acionados os pontas Lazovic e Suslov, que se destacam pela eficiência na tomada de decisões nesse tipo de situação. Harroui e Duda, bons circuladores de bola, também serão úteis nesse cenário.

O ataque, contudo, está cercado de incógnitas. Todos os centroavantes que o Hellas tem no elenco são estrangeiros e só dois deles, Tavsan e Cruz, já atuaram no campeonato – por parcas sete vezes, somando as aparições de ambos. Não é um bom presságio para o Verona, ainda que os reforços contratados sejam apostas que façam sentido. A aquisição de Livramento vem a calhar, pensando em sua força nominal: é exatamente isso que os mastini desejam.

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