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·15 de outubro de 2025
Guilherme Lazaroni completa 'trinca' de acessos e guia caçula da Série D ao primeiro título nacional

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Guilherme Lazaroni entrou nesta temporada para a galeria dos jogadores com acesso em todas as divisões do futebol brasileiro. Aos 32 anos, o lateral aceitou o desafio no estado que adotou por meio dos gramados e emprestou a sua experiência ao Barra-SC, caçula da Série D.
Antes de levar o clube catarinense ao primeiro título nacional, Lazaroni colecionou acessos no Brasileirão. O primeiro veio em 2019, com o retorno do Sport à elite. Dois anos depois, o lateral participou da campanha que levou o Grêmio Novorizontino da Série C para a B. Na temporada seguinte, o jogador repetiu o trajeto, desta vez, tirando o Vitória para a terceira divisão.
O currículo tarimbado colocou o defensor na mira do Barra para esta temporada. Após o iniciar nos estaduais no Água Santa, pelo Paulistão, Lazaroni recebeu o convite para retornar ao futebol catarinense.
"Logo após o estadual, eu recebi propostas de clubes de outras divisões. Analisei todas com muito cuidado, até que recebi um telefonema do professor Eduardo, treinador do Barra, que eu havia trabalhado junto no Hercílio Luz. Não foi uma decisão fácil de tomar por conta da divisão e pelas dificuldades que eu sei que a Série D tem, mas pesou muito esta relação e a estrutura que conheci do clube", relembrou Guilherme em conversa com a reportagem de oGol.
"Tive a certeza que tomei a decisão certa quando visitei o Barra para conversar sobre a proposta. Eu já havia recebido convites do clube em outros momentos e sabia a estrutura oferecida, mas quando conheci as pessoas que trabalham nos bastidores tive a certeza que era a escolha certa", completou.
O lateral, de 32 anos, foi titular em praticamente toda a campanha do acesso, com 17 jogos disputados, mas sofreu uma lesão nas oitavas de finais e ficou de fora dos últimos jogos. Do banco de reservas, assistiu à expectativa do início da temporada se concretizar com o acesso e o título da Série D, contra o Santa Cruz, na decisão.
Na sua segunda oportunidade na competição, o Barra se tornou o segundo clube mais jovem a conquistar o título, com apenas oito anos de existência.
"Todos os quatro acessos na minha carreira são muito importantes, mas este foi o mais especial. Mesmo sendo o único que não estive em campo no jogo do acesso, estar presente desde o início da competição e saber que você está fazendo parte da história do clube, conquistando o primeiro título nacional da história, o primeiro acesso, isso tem um valor gigantesco", destacou o lateral.
Com o vínculo ampliado para 2026, Lazaroni renova as expectativas do Barra na próxima temporada, mas reforça a mentalidade de crescimento gradual dentro do clube. Para o lateral, a equipe de Balneário Camboriú possui o potencial para sonhar com voos altos no futebol nacional.
"Hoje, o Barra tem uma das principais estruturas de centro de treinamento, fisioterapia, centro de reabilitação e estádio de todas as divisões de acesso. Eu vejo o clube com um grande futuro pela frente. Quando cheguei falei para o presidente 'eu vou com vocês até a Série A'. Sei que o futebol é dinâmico e não sou mais nenhum menino, já tenho 32 anos, mas se tornou um objetivo pessoal", revelou Lazaroni.
Com dois acessos consecutivos na Série C em 2021 e 2022, o defensor será novamente uma das peças principais do time catarinense na próxima temporada. Lazaroni afirma que, apesar da expectativa de seguir subindo de divisões, o Barra mantém os pés no chão internamente.
"Desde que cheguei aqui, eu percebi como o clube é muito bem preparado para cada objetivo. Nesta temporada, tínhamos o objetivo de conquistar o acesso para ter calendário nacional em 2026 e conseguimos. Para o próximo ano, a gente acaba criando uma expectativa alta pelo o que foi feito e por saber o que vem pela frente, mas o clube entende a sua realidade e busca o crescimento passo a passo", avaliou o jogador.
Para Lazaroni, cada divisão tem a sua singularidade bem definida. O lateral entende que o acesso para Série C beneficia o seu estilo de jogo, além do formato de disputa premiar o time mais estável em toda a competição.
"Em cada divisão do Brasileirão você acaba encontrando desafios diferentes. Na Série D, nós atuamos em gramados muito difíceis de jogar e precisamos adaptar nosso estilo de jogo. Na nossa casa, com um gramado melhor, tivemos melhores condições para propor a nossa forma. Faz parte da disputa", contou.
"Na Série C, a gente sente a diferença do nível técnico, dos gramados e do formato de disputa. Ainda tem alguns traços parecidos a Série D, principalmente na questão de ser dois campeonatos dentro de um, com pontos corridos e fase eliminatória no final, mas ainda acredito ser mais justo", completou.
Próximo da família e no estado que o acolheu no futebol, Guilherme Lazaroni retribui ao Barra a experiência conquistada. Em um momento especial na carreira, o lateral constrói a sua história no clube catarinense com o sentimento de estar em casa.
"Além de tudo que o Barra me ofereceu, eu poder estar em casa foi o fator determinante. Teve muitas temporadas em que eu vim apenas uma vez no ano para a minha casa. Hoje, eu moro em Florianópolis, e hoje tenho a chance de ir e voltar todos os dias de Balneário Camboriú. Meus filhos podem estudar na escolinha que gostam, estou perto de toda a minha família e esta felicidade eu consigo refletir dentro de campo", completou.