Alemanha FC
·19 de agosto de 2025
Hamburgo e Colônia: tradicionais, mas na condição de recém promovidos à Bundesliga

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·19 de agosto de 2025
Por Guilherme Costa
Um dos assuntos que mais gera discussão no futebol é como se constrói tradição ou o que torna um time grande. O primeiro passo é as conquistas. Sem elas, é bem difícil entender que uma equipe possa ser grande. Porém a construção de uma tradição não é tão "preto no branco", assim; as relações com a sua torcida, com o seu povo, questões como revelar vários jogadores e ter um padrão definido de jogo (a chamada escola), são alguns dos fatores que entram na equação que resulta numa equipe tradicional.
Na Alemanha, mesmo que o Bayern de Munique seja o único gigante, há diversas equipes grandes e tradicionais. Dois deles estão de volta à elite alemã: Hamburgo e Colônia!
O Hamburgo tem em seu currículo seis títulos alemães (três na era Bundesliga), três Copa da Alemanha, uma Recopa Europeia e uma Champions League. Um bom currículo para uma torcida que se orgulhava de nunca ter visto o seu time fora da elite alemã... até a temporada 17/18.
Sete temporadas depois, os Dinos estão de volta à elite alemã numa condição inédita: como um time recém promovido. E é importante essa consciência, uma vez que o nível da Bundesliga é superior ao nível da 2. Bundesliga. Ou seja, mesmo mantendo a base que conquistou o acesso em 24/25, é importante ter jogadores habituados ao nível da Bundes. Para isso, o Hamburgo contratou o experiente atacante dinamarquês, Yussuf Poulsen.
Manter a base do time é outro fator importante para a permanência na primeira divisão (vide o Heidenheim, mesmo que em outra circunstância). Além do treinador Merlin Polzin, o Hamburgo conseguiu manter a maioria dos seus destaques, como Heuer Fernandes, Elfadi, Königsdörffer, Dompé, Sahati e Glatzel.
Com o mercado bastante agitado, tendo baixas importantes, como as saídas dos meias Reis e Karabec, e do atacante Selke, a equipe olhou para o mercado intermediário para conseguir os seus principais reforços. O principal foi a aquisição do meia Nicolás Capaldo, um dos destaques do Red Bull Salzburg; além dele, Rayan Philippe (destaque do Braunschweig), Remberg, Torunarigha e Giorgi Gocholeishvili.
A maioria dos reforços estrearam oficialmente contra o Pirmasens, atualmente na quinta divisão alemã, na primeira rodada da Copa da Alemanha. A impressão não poderia ser pior. Os comandados de Polzin viram a modesta equipe ter as melhores chances da partida e conseguiram o empate já nos acréscimos (com o gol do defensor Guilherme Ramos, que retorna à equipe após empréstimo) e virar na prorrogação (com o gol de Königsdörffer).
A (re) estreia na Bundesliga será no próximo domingo, 24, contra o Borussia Mönchengladbach — um bom adversário para testar o nível dos novos e antigos jogadores, nessa nova realidade do Hamburgo.
Igualmente tradicional ao Hamburgo, o Colônia também tem as suas grandes glórias restritas ao passado; são três títulos alemães (dois na era Bundesliga) e quatro Copas da Alemanha. Porém, a torcida — ao menos — sorriu com os recentes títulos da 2. Bundesliga em 18/19 e 24/25. Com as alegrias direcionadas aos títulos da segunda divisão, a expectativa do Colônia para esta temporada é algo mais corriqueiro para os seus torcedores: permanecer na primeira divisão.
Igualmente ao Hamburgo, o Colônia também foi bastante ativo no mercado e — também — visando o mercado da segunda divisão para se reforçar. O primeiro passo foi o comando, com a contratação do técnico Lukas Kwasniok (oponente dos Bodes na temporada passada, enquanto o treinador esteve no Paderborn). O time também contratou o experiente (e ótimo) goleiro Ron-Robert Zieler (um dos poucos jogadores em atividade que conquistaram a Copa do Mundo pela Alemanha em 2014), o meia Ísak Jóhannesson e o atacante, Ragnar Ache.
Olhando para a primeira divisão, ao contrário do Hamburgo, os Bodes conseguiram aquisições mais significativas para conseguir permanecer na Bundesliga, contratando o atacante Marius Butler (ex-Hoffenheim), Jakub Kaminski e Tom Krauss.
Igualmente (novamente) ao Hamburgo, o Colônia também sofreu para conseguir vencer na Copa da Alemanha, virando o jogo contra o Jahn Regensburg nos acréscimos (gols de Martel e Jóhannesson). Mas no caso do atual campeão da 2.Bundesliga, o sentimento de conseguir se provar numa divisão superior deverá ser menor, já que a maioria dos jogadores estiveram (seja com o Colônia ou em outros times) na elite alemã num período recente.
A partir do próximo final de semana, começaremos a acompanhar a construção das histórias de duas tradicionais equipes no seu retorno à Bundesliga.