Território MLS
·16 de fevereiro de 2024
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João Paulo, meia do Seattle Sounders, conversou com o Território MLS Brasil sobre suas projeções para 2024, Messi, futuro dentro da liga e, é claro, muito Seattle Sounders.
Reprodução: Seattle Sounders
Aos 32 anos, João Paulo vem para sua 5° temporada atuando pelo Seattle Sounders, sendo a temporada de aniversario de 50 anos do clube americano. Desde 2020 nos Estados Unidos, João jogou 112 jogos pelo Sounders, marcando 8 gols e dando 16 assistências pelo clube.
João Paulo passou por uma lesão muito séria, rompendo o ligamento cruzado anterior do joelho direito rompido durante a partida final da ConcaChampions, contra o Pumas, quando o Seattle Sounders se tornou campeão continental. Mesmo assim, João Paulo retornou e fez uma grande temporada em 2023, com 39 jogos, o maior número de jogos em um ano, desde que chegou nos Estados Unidos. Concorrendo, ao fim da temporada ao prémio de melhor volta por cima.
● Você teve uma recuperação muito grande em 2023 e concorreu ao prêmio de “comeback player of the year”, como foi essa recuperação?
Foi um ano bem longo, né. Com toda a recuperação que eu tive que fazer em 22, para poder voltar a tempo de jogar o Mundial de Clubes. Então o meu ano de 23 iniciou bem antes de Janeiro, né. Fiquei feliz, por estar entre os jogadores aí selecionados para o “Comeback Player of the Year”, mas isso é apenas um fator individual, que não marca muito o que eu busco. Sempre falo que meus objetivos são, primeiro com a equipe. De poder vencer jogos, vencer títulos. Com certeza estar entre esses jogadores aí, foi uma coisa importante, mas sempre colocando a equipe em primeiro lugar.
Foto: Steph Chambers/Getty Images
● Como você avalia a sua temporada de 2023? E a do Seattle Sounders?
Foi um ano de altos e baixos. Acho que a gente iniciou muito bem, depois deu uma caída na metade do ano. Acho que a gente sofreu um pouco também com questão de plantel, alguns jogadores que não tinha reposição ou que não se mantinham no mesmo nível dos jogadores que a gente perdeu por lesão ou por convocação para a seleção. Enfim, mas isso não é desculpa, a gente sabe que isso acontece todo ano. O importante foi que a gente conseguiu mesmo nessa diversidade chegar bem no final do ano e ficamos em segundo no Oeste. Nos playoffs, acho que a gente iniciou bem contra o Dallas nas três partidas e depois a eliminação para o Los Angeles, um jogo muito duro, um jogo único, onde a gente foi melhor, tivemos mais oportunidades, mais posse de bola, controle do jogo, mas no final do dia o que importa são os gols, a bola na rede, eles tiveram uma chance e foram felizes no contra-ataque. Vamos pegar isso como aprendizado para poder corrigir essas questões nessa próxima temporada.
Reprodução: Seattle Sounders
● O Seattle Sounders comemora 50 anos nessa temporada, uma das equipes mais tradicionais da MLS, sem dúvidas. E você vem para sua 5° temporada no clube. Como é a sua relação com o Seattle Sounders?
Eu estou muito feliz de estar aqui, nessa marca de 50 anos do clube. Um clube muito tradicional, realmente, que tem muita força, que chega pra brigar por títulos todo ano. E a nossa relação, minha e do Sounders, eu acho que é de confiança. Lá atrás quando eu escolhi o Sounders pra ser o meu primeiro clube fora do Brasil e eles também me escolheram pra ser um dos pilares do time. Então acho que é recíproco, uma relação de confiança, um casamento muito bom, Eu estou muito feliz aqui e espero manter esse legado aí que a gente vem tendo de estar brigando todo ano por títulos. É um time forte, competitivo e vamos atrás de mais conquistas.
● Você é um dos jogadores mais experientes do elenco e o Sounders adicionou alguns jogadores jovens recentemente. Você se enxerga como um dos líderes do time? Principalmente, com os brasileiros Léo Chu e Nathan?
Sim, eu me enxergo como um dos líderes, não só pela idade, mas muito por questões de comportamento. Às vezes a liderança não vem só dos mais velhos, mas quem dá o exemplo no diário de comportamento, de postura, eu acho que eu me encaixo muito nesse perfil. Então é isso, eu procuro estar dando exemplo para os mais novos, tentando ajudar todas as questões de posicionamento, tática, e, enfim, passar um pouco dessa minha experiência de catorze anos de profissional. Eu sou o capitão aí do time brasileiro, o Léo e o Nathan. Saiu o Heber e agora entrou o Nathan, a gente tem um grupo aí brazuca muito bom, a gente tem uma “panela” saudável aí dentro do plantel, é saudável né, pra gente ficar bem aqui morando fora do nosso país, ao mesmo tempo a gente tá junto e próximo para enfrentar os desafios.
Reprodução: Seattle Sounders
● O Sounders vem de uma temporada muito sólida e se reforçou bem para 2024, você acredita que o time vem para brigar por títulos?
O intuito do Sounders sempre vai ser entrar todo ano em busca de títulos. Acho que a história mostra isso e a gente vai em busca disso novamente. A gente teve um ano bom em 2023, mesmo com um gosto amargo no final, de não ter passado até a final. Mas a gente viu que era possível. Questões de detalhes, pequenos ajustes que podem nos colocar lá este ano. Acho que a gente se reforçou, tem alguns novos jogadores, que vão dar mais fôlego para a gente enfrentar uma temporada longa e chegar bem no final do ano.
● Houve um crescimento muito grande do interesse pela MLS no Brasil devido a chegada do Messi na liga. Você acredita que esse crescimento pode ajudar a tirar um pouco do preconceito que existe no Brasil com a MLS?
Com certeza. O Messi chama muita atenção, não só do Brasil, mas do mundo inteiro. Todas as ligas hoje olham para MLS, a gente que vive aqui há alguns anos já, o crescimento vem muito antes da chegada do Messi, ano após ano a liga cresce, formando jogadores, mas hoje muitos jogadores saem daqui para a Europa ou para outras ligas. O Messi é a cereja do bolo, com certeza, a gente está falando do melhor jogador do mundo, mas tem muita coisa sendo bem feita dentro da liga e o crescimento é ano após ano e eu acredito que isso vai continuar assim, agora com a Copa do Mundo vindo, enfim, muita coisa vai acontecer no país. E o futebol está ganhando muito espaço.
● Você vem para seu último ano de contrato e após tantos anos na liga, pensa em retornar ao futebol brasileiro no futuro?
Saiba mais sobre o veículoSobre questão contratual, é difícil falar em voltar pro Brasil. Hoje, sinceramente, não é meu desejo. A minha família tá muito bem adaptada aqui, mas a gente nunca vai dizer nunca. Termina o contrato em dezembro, eu ainda não tive nenhuma conversa para questões de renovação, então vou esperar mais um pouco pra começar a pensar o que vai ser pro próximo ano, se vai ser continuar aqui ou até mesmo num outro time da Liga, caso que não haja renovação. Claro que também tem a possibilidade de voltar pro Brasil, mas hoje a minha preferência seria continuar dentro da liga.