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·06 de setembro de 2025

Jorge Sampaoli é apresentado pelo Atlético

Imagem do artigo:Jorge Sampaoli é apresentado pelo Atlético

O técnico Jorge Sampaoli foi oficialmente apresentado pelo Atlético com uma entrevista coletiva na Sala de Imprensa da Arena MRV, com transmissão ao vivo da Galotv H2bet. O evento aconteceu na manhã deste sábado, 6 de setembro, antes de um treinamento do elenco principal na Casa do Galo.

Por cerca de 30 minutos, Sampaoli recebeu as boas-vindas do CSO Paulo Bracks e do Diretor de Futebol Victor Bagy. Logo em seguida, respondeu as perguntas dos jornalistas presentes na Arena MRV. Inclusive, o novo técnico do Galo teceu elogios para o estádio:


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“Esse estádio compete com os melhores estádios de qualquer lugar do mundo. Isso me deixa feliz, pelo Clube, pela cidade, pelo torcedor. É um estádio que, seguramente, irá nos empurrar para que possamos dar o melhor de cada um de nós”.

“Analisando as características dos jogadores do Atlético, é um perfil que se aproxima da minha maneira de sentir o futebol. Tenho boas lembranças desse Clube. Além disso, o torcedor do Galo tem um sentimento de futebol similar ao meu. Esses foram fatores decisivos (para eu estar aqui)”, afirmou.

O técnico argentino foi anunciado pelo Atlético na noite da última terça-feira. Ele assinou contrato com o Galo até dezembro de 2027. Paulo Bracks destacou que o projeto é de longo prazo para o comandante. Veja o que disseram os dirigentes alvinegros:

Paulo Bracks:

“Que a gente tenha muito sucesso nessa sua passagem pelo Atlético. Ela não é de curto prazo, é de curto, médio e longo prazo. A casa é sua Sampaoli, seja bem-vindo”.

Victor Bagy

“É com imenso orgulho e prazer que venho na manhã de hoje fazer a apresentação do nosso novo treinador. A quantidade de pessoas nessa sala demonstra o tamanho da importância do Sampaoli. Treinador que chega com toda a nossa convicção, porque entendemos que é um treinador muito aderente do que se espera do futebol o Galo: protagonista, ofensivo, agressivo, com intensidade”.

“Ele já demonstrou isso tudo na primeira passagem em 2020, infelizmente sem a presença da Massa. Ele chega agora nessa casa nova, estádio lindo, para poder encontrar a torcida do Galo e faço o convite para a Massa Atleticana para que, a cada jogo que o Sampaoli e sua equipe pisarem na nossa Arena, que lotemos a nossa Arena”.


Confira a entrevista coletiva de Sampaoli, na íntegra:

Pergunta: Um treinador aqui no Brasil que você conhece, o Filipe Luís, disse que quando os jogadores estão em momento de baixa, funcionam como esponja, recebem as ideias do novo treinador com mais facilidade. Você acredita que isso irá acontecer no Atlético, principalmente tendo em vista o próximo jogo contra o Cruzeiro na Copa do Brasil?

Sampaoli: “Para nós é importante implementar rapidamente a mudança de atitude, de ambição. Percebemos que o grupo nos recebeu com muita expectativa, trabalhamos poucos dias, mas muito tempo. Iremos tentar mudar essa dinâmica negativa atual do Atlético. Por conta da esperança da torcida, principalmente. Temos essa expectativa de mudança rápida da realidade. Bem, queremos que seja rápido e que possamos gerar, em curto prazo, a possibilidade de que o Atlético esteja, por sua torcida, o mais alto possível”.

Pergunta: Muito se falou do seu desejo de estar de volta ao Atlético. Você teve uma proposta do Santos… Queria que você falasse dessa vontade de voltar ao Atlético…

Sampaoli: “Basicamente, analisando o plantel, a característica e o perfil dos jogadores, isso se aproxima muito mais da minha maneira de sentir o futebol. Então, tenho um grande carinho pelo Santos, também boas lembranças aqui desse Clube. Em 2020, o time jogou como eu queria, alguns jogadores que estavam aqui comigo, e resultou decisiva a escolha de vir ao Atlético. Como já disse, os momentos difíceis podem mudar rapidamente ou não rapidamente. Mas o que vamos mudar é a forma, a ideia, para que o jogador tenha presente a história desse Clube, a forma de defender essa camisa, que é muito importante para nós. Bem, porque também o torcedor do Galo tem um sentimento muito similar ao meu. Então, esses fatores foram decisivos”.

Pergunta: O elenco do Atlético tem dois jogadores da base, que é o Iseppe e o Veneno. Você tem a expectativa de usar a base?

Sampaoli: “Estamos analisando muito. Quando viemos em 2020, estava Savinho, Calebe, Rubens, tínhamos jogadores jovens que acabaram, depois, sendo utilizados. Vamos tentar usufruir do melhor do Clube. A promoção de jogadores jovens é fundamental para nós. Se tivermos essa capacidade, seguramente, primeiro temos que conhecer bem e eleger bem o momento para que, quem sabe, esses jovens jogadores com muita capacidade possam entrar no grupo. Eu confio muito na capacidade dos jovens. Estaremos muito atentos a essa questão”.

Pergunta: Queria que você falasse de alguns jogadores que chegaram com expectativa ao Atlético, como Bernard e Júnior Santos, mas não corresponderam. E com a sua chegada, pode ser que ganhem motivação extra. Como trabalhar na recuperação desses jogadores?

Sampaoli: “Em todos os aspectos – psicológico, futebolístico, físico. Vamos trabalhar para recuperar jogadores que têm capacidade e, hoje, estão abaixo do nível. Meu trabalho é também potencializar as peças que o time tem, para sermos competitivos. Teremos oito partidas em 24 dias, não há muito tempo de trabalho. Temos que saber que iremos contar com todos os jogadores, porque em 24 dias, oito jogos… Seguramente, usaremos todo o plantel. Caso contrário, com certeza o rendimento irá cair. Assim, temos que estar atentos a todos os jogadores, para que eles possam dar o melhor de si”.

Pergunta: Você conhece muito bem o Atlético, mas tem novidades no seu retorno. Essa casa nova que você vai comandar o primeiro treino por aqui. Qual é sua impressão do estádio? A outra novidade é enfrentar o Cruzeiro, pois você não comandou o Atlético em um clássico…

Sampaoli: “Em relação à casa nova, eu não conhecia, estou surpreso. É um estádio… Eu tive a sorte de, com o futebol, conhecer estádios de todo o mundo. E esse estádio compete com os melhores estádios de qualquer lugar do mundo. Isso me deixa feliz, pelo Clube, pela cidade, pelo torcedor. É um estádio que, seguramente, irá nos empurrar para dar o melhor de cada um”.

“A respeito da partida contra o Cruzeiro, a vantagem é grande, jogar sem a nossa torcida é algo que iremos sentir. Mas trataremos que, futebolisticamente, tentar mudar o rumo dessa história, ainda que seja difícil e complicado. Sempre teremos a expectativa de que aconteça o melhor para nós”.

Pergunta: Você costuma comandar equipes de alta intensidade. Como você encontra o Atlético hoje em relação à parte física? E em quanto tempo você acha que precisará para colocar os jogadores no seu eixo na sua intensidade de jogo?

Sampaoli: “Depende muito. Agora, estamos treinando em dois períodos todos os dias. Vamos tentar otimizar todo tipo de capacidades. Quando o treinador chega no time diante de uma crise, há que dar um golpe de efeito muito rápido. A ideia é que esse golpe de efeito tenha a possibilidade de continuidade. Tenho que conquistar modificações de forma progressiva. Chegar para competir da melhor forma. Também depende muito do estado de forma dos jogadores. Eleger quem está melhor para cada competição. E recuperar aqueles jogadores que tem história de excelência e hoje estão passando por um momento negativo”.

Pergunta: Nos últimos anos, o debate sobre o jogo de posição ganhou força e criou-se um consenso que deixa os jogadores engessados, com pouca mobilidade. Como você explica o jogo de posição? Quais os fundamentos? E como você pretende aplicar no Atlético.

Sampaoli: “O jogo de posição, não é de possessão, é de posição. Gera alternâncias. A equipe tem que ter…. É o único livro de futebol que existe. Os outros são histórias. Alguns utilizam o regulamento para a distribuição do time no campo, que tem possibilidade de ter altura, os jogadores vindo e não estando em algum momento. Ter a possibilidade de saber que no momento de rotação, ter a equipe colocada em todos os espaços para que o rival se complique, e que no último terço, tenhamos a possibilidade de composição para atacar a última linha. O desenvolvimento do jogo de posição, que depois passa a ser de posse de bola, a ideia é dar pouco passo no campo próprio e muito passo no campo do adversário. Esse é o trabalho que temos que conquistar para podermos ser protagonistas. O regulamento diz que para ganhar, tem que fazer um gol a mais do que o rival. Para mim, estando mais perto do arco rival, estaremos mais perto da vitória. Muitas equipes não precisam disso, precisam de transição. É válido, mas não é meu sentimento. Meu sentimento é de ser protagonista no Atlético”.

Pergunta: Você chega ao Atlético em condição diferente em relação à primeira passagem. Você conseguiu reformular o elenco em 2020. Agora, a janela de transferências está fechada. O que muda para você essa diferença?

Sampaoli: “Quando chegamos em 2020, a maioria dos jogadores foram escolhidos por nós. A adaptação dos jogadores ao que nós queríamos era mais fácil. Agora, nós temos que nos adaptar às capacidades dos jogadores nessa última etapa do ano. E avaliar o que os jogadores possam, no futuro, desenvolver como nós sentimos de ideias futebolísticas. Mas a gente considera que há jogadores com capacidade de conseguir enfrentar três competições com uma ideia diferente de jogo, atletas que tem inteligência, velocidade, valentia. Iremos analisar e avaliar nesses jogos e podemos corrigir, na próxima janela de transferências, o que nos faz falta”.

Pergunta: O Atlético tem a esperança de fazer um projeto de longo prazo. Você assinou até o fim de 2027. O que você conversou com a diretoria de que, agora, teremos um trabalho de longo prazo no Galo…

Sampaoli: “É a única forma de fazer um projeto sério hoje, em temos do atual futebol, é a longo prazo. A criação de um time que esteja à altura do Clube. É responsabilidade nossa, da diretoria, dos dirigentes, de estarmos à altura do torcedor. Hoje começa uma nova esperança. Para mim, um projeto de longo prazo me gera possibilidade de planejar melhor. Sabendo que, progressivamente, ao final do prazo, iremos deixar um time… Como passou em 2020. Deixamos um time preparado para competir e para ganhar coisas. Aqui, essa torcida merece ganhar coisas. Para isso, precisamos um pouco de tempo”.

Pergunta: Você chega com a janela de transferências fechada. Qual a sua avaliação do elenco do Atlético? Como achar soluções em posições que, eventualmente, você avalie como carentes? E a questão de utilização de jogadores da base…

Sampaoli: “Analisando a situação, sinceramente, mágica não existe nisso. A realidade é isso. Mudar a realidade é, seguramente, está na inteligência de poder colocar o time em se comprometer a melhorar. Depois, os jogadores irão melhorar individualmente com o passar do tempo. Creio que, neste primeiro momento, a organização é fundamental. Quem ganha as partidas são os jogadores, sempre. Assim, temos que buscar melhorar a capacidade individual dos atletas. O que vamos fazer é tratar de organizar o time da melhor maneira para que isso aconteça”.

Pergunta: Você volta e encontra jogadores que você já tinha trabalhado. Como foi esse reencontro?

Sampaoli: “Tenho sempre boa relação e grande recordação daqui. Inclusive, Hulk chegou quando estávamos aqui, na reta final. Contente de reencontrar com Arana, Alan Franco, com Alonso, com Everson. Jogadores que nós tivemos aqui. Que também ajudam a transferir o conhecimento e a ideia com os demais, dentro do campo. Ter jogadores referentes, que conhecem a ideia, é uma ajuda ao projeto esportivo”.

Pergunta: Você citou com o Hulk, mas não conseguiu trabalhar tanto com ele. Qual sua visão do Hulk? Como poderá utilizá-lo?

Sampaoli: “Ele chegou no início de 2021. Fizemos esse trabalho, com a diretoria esportiva da época, para que ele pudesse chegar. O Atlético ganhou muitas partidas graças aos gols do Hulk. Agora, iremos tentar otimizar sua capacidade, desde a melhor posição que lhe acomode, para que volte a aparecer os gols que realmente nos darão a possibilidade de ganhar partidas. Jogadores como Hulk, que tem experiência e capacidade, isso dentro do campo nos dará hierarquia e ajuda aos demais, aos mais jovens…”

Pergunta: Na primeira passagem, se falou muito do seu comportamento fora do campo aqui no Atlético. Qual Sampaoli chega para a segunda passagem por aqui?

Sampaoli: “De qual comportamento você se refere?”

Repórter: Atitudes do dia a dia. Algumas reclamações de jogadores que passaram com você, ex-funcionários…

Sampaoli: “Eu sinto o futebol de maneira muito exigente, sou muito exigente comigo e com o resto. Então, a melhor maneira de sentir é que eu represento um escudo, uma camiseta. Isso pode não ser igual ao que sente um jogador ou um funcionário. Alguns gostam, alguns não gostam. Isso não tem a ver com educação, tem a ver com sentimento. Há jogadores que são relaxados, não gostam da exigência, o mesmo com alguns funcionários. Por conta da exigência e a imediatez de ganhar, as pessoas precisam estar com todos os sentidos posto nisso. Quem não tiver, seguramente terá diferenças comigo. É a maneira de viver a realidade. Hoje, o futebol não te permite distrações. A exigência é muito grande. Então, seguramente, a pessoa que acreditar que o futebol é um esporte sem nenhum tipo de consequência, isso me lastima”.

Pergunta: Sobre o clássico, o Atlético precisa buscar dois gols no Mineirão. Naturalmente, irá atacar mais. Na outra medida, o Cruzeiro gosta de jogar no contra-ataque. Como você pretende encontrar esse ponto de equilíbrio?

Sampaoli: “Você desenvolveu bem. Nas únicas quatro partidas que o Cruzeiro perdeu (no Brasileiro), teve mais a posse de bola. Quando não tem a bola, ganha a partida. Então, estrategicamente, temos que saber que é uma equipe que conhece bem a transição, evitar um tanto de fatores, saber que é uma equipe de bom trabalho, tem claro o que quer. E que chega com vantagem bem grande, não só em resultado, mas em tempo de preparação do treinador com o seu time. Mas, bem, é o que teremos pela frente. Temos que ser inteligentes para minimizar as capacidades do rival, e otimizar as nossas estratégias da partida, pois se a gente não acertar, com certeza iremos pagar as consequências”.

Pergunta: Você chega ao Atlético com ataque com muitas opções. Mas queria falar do Hulk, jogador experiente, e protagonista. Como você enxerga o Hulk dentro do elenco do Atlético e como utilizá-lo em temporadas com mais jogos e ele com idade mais avançada?

Sampaoli: “Iremos ver partida atrás de partida. Não podemos perder de olho cada competição. Normalmente, não só para Hulk, mas para todos os jogadores, irá acontecer rotações, pois o rendimento a cada três dias, seguramente, há queda de intensidade. Iremos preferir ter sempre jogadores descansados para cada partida. Teremos um jogo depois do Santos, na altitude, algo bem complicado, e temos que ter jogadores descansados, sem carga física. Analisar quais jogadores utilizar. Se chegarmos cansados na Bolívia, seguramente, iremos ter complicações. Vamos planejar bem essas oito partidas, utilizando o plantel, com todos tendo a possibilidade de jogar”.

Pergunta: Depois que você saiu do Atlético, treinou várias equipes e evoluiu sua ideia de jogo, por ser treinador exigente. Podemos dizer que teremos um Sampaoli ainda melhor do que em 2020?

Sampaoli: “Não sei, creio que a experiência de traz coisas que te fazem melhorar. Eu creio que meus últimos passos em equipes com… Eu cheguei em equipes que estavam brigando na categoria, e isso é uma condição complicada. Mas, eu creio que sigo com o mesmo entusiasmo, com a mesma ideia e estilo. A experiência te traz a sabedoria de saber administrar os jogadores, pois o ser humano é diferente do que era em 2020. Então, gerir pessoas hoje não é a mesma coisa do que há cinco anos. Estar à altura dessa realidade é o desafio. Armar uma equipe de futebol com o individualismo que existe hoje na humanidade é ainda mais complicado. Mas são desafios que temos para avançar”.

Pergunta: Muitos falam que o Atlético de 2020 era ofensivamente produtivo, mas com desequilíbrio defensivo. Você concorda com isso?

Sampaoli: “Eu creio que o time de 2020 não conquistou o Brasileiro porque coincidiu justo com a pandemia, em quatro jogos que não pontuamos. Mas tivemos alguns inconvenientes, e acertos, em um jogo que era transversal. Tem a ver com a efetividade. Para mim, o jogador é mais importante que o treinador. A gente quase sempre dominávamos o jogo, mas nem sempre éramos contundentes. O futebol, às vezes, é muito complicado de analisar. O único esporte que o time que domina ainda pode perder. Podem ver o Man City e o Arsenal, que estão construídos com os melhores futebolistas, e podem perder para equipes inferiores. Trataremos de minimizar essa possibilidade. Ainda mais contra equipes que estão preparados para fazer o jogo de transição, que não querem a bola. Há muitas equipes que querem apenas jogar no seu erro. Trabalharemos que isso não se suceda”.

Fotos: Pedro Souza/Atlético


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