Zerozero
·19 de novembro de 2024
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·19 de novembro de 2024
O '4 Cantos do Mundo' é um podcast do jornalista Diogo Matos ao qual o zerozero se uniu. O conceito é relativamente simples: entrevistas a jogadores/ex-jogadores portugueses que tenham passado por pelo menos quatro países no estrangeiro. Mais do que o lado desportivo, queremos conhecer a vertente social/cultural destas experiências. Assim, para além de poder contar com uma entrevista nova nos canais do podcast nos dias 10 e 26 de cada mês, pode também ler excertos das conversas no nosso portal.
Ainda que Cristiano Ronaldo e Luís Figo sejam os portugueses de maior renome a ter jogado no Real Madrid, a verdade é que houve outros jogadores lusos a escrever a sua história no clube da capital espanhol. Pedro Mendes representou os merengues durante uma temporada e, ainda que tenha jogado maioritariamente no Real Madrid Castilla, teve a oportunidade de se estrear pela equipa principal. No '4 Cantos do Mundo', o defesa central explicou o que distingue os blancos e o que torna o clube um dos melhores do mundo.
«Em primeiro lugar as infraestruturas, não falta nada lá. No ano em que estive lá estavam a construir dormitório, portanto acredito que neste momento não falta nada. Depois, aquilo é construído por patamares. Imagina uma montanha com pouco declive: em baixo tinhas o parque de estacionamento; depois tinhas os campos e os balneários dos sub-13, dos sub-15 e por aí até chegares à equipa principal. É quase uma analogia à vida, tens de passar por todos os patamares. Para ires para as instalações da equipa B- o ponto máximo da formação-, tens de passar por todos os escalões», começou por contar, partilhando depois um episódio que o marcou:
«A estrutura e a direção também são diferentes... Passados oito ou dez anos de ter jogado lá, eu lesionei-me no joelho ao serviço do Montpellier. Nessa altura recebi uma mensagem do Emilio Butragueño [ex-jogador e atual diretor de relações internacionais/administrador da SAD do clube]. Ele disse-me "Pedro, soube da tua infelicidade. Tudo o que precisares de nós estás à vontade".»
O internacional português foi ainda mais longe na explicação. «Isto para dizer o quê? Eu passei um ano no Real Madrid Castilla- ainda que me tenha estreado pela equipa principal-, portanto não deixei uma grande marca no clube. Fiz parte da subida do Castilla da Segunda B para a Segunda, mas não marquei um golo decisivo nem fiz corte que salvou a equipa. Marquei a história como outro qualquer, mas, passados oito/dez anos, recebi essa mensagem. Podiam ter perdido o rasto da minha existência, mas fizeram questão de me desejar as melhoras, ainda para mais uma lenda do futebol. Ali nada falha, foram coisas que me deixaram surpreendido pela positiva. No dia em que um clube como o Real Madrid estiver a passar dificuldades, o futebol estará todo a passar dificuldades», rematou.