MundoBola
·11 de dezembro de 2025
Lima de Janeiro, do épico ao histórico

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·11 de dezembro de 2025

Caros leitores rubro-negros e simpatizantes, esse ano eu estava em Lima e vi a história ser escrita diante dos meus olhos.
Tem uma frase bastante conhecida no futebol que diz o seguinte: “Uma final não se joga, se vence!”. Esse foi o espírito do time do Flamengo do Filipe Luís em Lima na final da Copa Conmebol Libertadores 2025. O Flamengo mostrou mais vontade e mais bola, e ganhou a partida por 1 x 0 com gol do zagueiro Danilo.
O futebol é um esporte cativante e apaixonante porque, ao mesmo tempo que você quer ser surpreendido, você também quer reviver aquelas emoções de vitórias épicas e jogos históricos.
O torcedor evoca santos, orixás, faz mandingas, se agarra nas superstições, jura crenças e métodos que jamais foram testados e comprovados pela ciência para pedir apenas uma coisa: a vitória do seu time.
Desde o apito final do empate com o Racing, na Argentina, no segundo jogo da semifinal da Libertadores que nos deu a vaga para a final, todo rubro-negro no mundo só pensava em uma coisa: chegou a hora de jogar mais uma final de Liberta! No dia seguinte, o Palmeiras jogou contra a LDU e garantiu a outra vaga. E a final ganhou contornos de uma revanche histórica.
Cheguei em Lima na quarta-feira, 26/11/25, três dias antes da final, para ter aquele tempo necessário para se aclimatar com o ambiente. Fui com dois amigos de infância e a filha mais velha de um deles. Vários outros amigos rubro-negros também foram e marcamos de nos encontrar por lá para assistir ao jogo juntos.
O jogo, que era no sábado, 29 de novembro de 2025. Data que a torcida do Flamengo jamais irá esquecer. Eu viajei para Lima no mesmo dia que os jogadores: saí de casa para o Aeroporto Internacional Tom Jobim às 14h.
Os jogadores e a comissão técnica do Flamengo saíram do Ninho do Urubu também em direção ao aeroporto nesse mesmo horário. Por muita sorte, não fiquei preso no enorme engarrafamento que aconteceu na cidade do Rio de Janeiro nesse dia por conta do AeroFla.
E que AeroFla foi esse! A torcida literalmente levou os dois ônibus com a delegação do Flamengo nos braços — você comprova isso em fotos e vídeos. Foi uma das demonstrações de carinho e paixão mais incríveis vistas recentemente no futebol brasileiro.
Só a torcida do Flamengo é capaz de fazer algo assim. Alguns torcedores mais emocionados invadiram o ônibus do time pelo teto e fizeram fotos e vídeos com os seus ídolos antes de partirem para a grande final.
Nos aclimatamos em Lima e iniciamos aquela concentração máxima para a partida final. A final não era apenas mais uma final qualquer de Libertadores, era a nossa revanche contra o Palmeiras, a vingança! E o nosso mantra era um só: ninguém morre nos devendo!

Torcida do Flamengo realiza AeroFla histórico rumo à final da Libertadores 2025, com milhares de rubro-negros acompanhando a delegação em clima de festa e emoção. Foto: Mariana Sá / Flamengo
Nosso outro amigo ia chegar com a filha na noite do dia 28. Eles pegaram um avião que fazia conexão na Argentina. Mas o avião não saiu da Argentina: torcedores do Flamengo e do Palmeiras, obviamente emocionados pelo curto tempo que faltava para a grande final, começaram a se provocar e cantar dentro do avião. A tripulação decidiu não subir a aeronave e marcou um novo voo para às 4h da manhã do dia 29. Tenso!
Dia do jogo, noite anterior mal dormida e café da manhã com frio na barriga que só quem disputa uma final desse tamanho conhece. Nosso amigo e sua filha chegam em cima do laço, uma hora antes da nossa ida para o estádio. Nos encontramos com outros amigos que iam para o jogo juntos com a gente de van. Cerveja, água e Campari a postos, partiu estádio Monumental de Lima.
O jogo foi tenso, os dois times se estudando bastante. Duas escolas muito fortes no futebol sul-americano na última década. O Palmeiras parecia jogar com o regulamento embaixo do braço, por uma bola. Ficava picando o jogo com faltas e muita reclamação com o juiz. O Flamengo fazia o jogo que o Filipe Luís gosta: manter a posse de bola, trocar passes curtos e buscar as jogadas que podem levar ao gol.
O Flamengo teve mais chances durante o jogo, mas o arremate final em gol não acontecia. Até o momento em que, aos 21 minutos do segundo tempo, o Flamengo tem um escanteio a seu favor. Arrasca vai cobrar, ajeita a bola com carinho, olha para a grande área e bate. Bate não: faz um lançamento perfeito para o voo de Danilo. Danilo testa a bola lá no terceiro andar com força, ela bate caprichosamente na trave lateral esquerda e morre dentro do gol.
Explosão. Emoção. Comoção. Glória eterna! Impossível descrever a emoção que sentimos como rubro-negros nesse exato momento. Ainda tinha muito jogo pela frente, mas todos sabiam que sair na frente no placar ia dar uma chance maior de conquistar aquele título disputado em cada dividida.
Depois de 90 minutos mais acréscimos, a história acontece bem na frente dos nossos olhos. O Flamengo vence por 1 x 0 e se vinga dos porcos. Somos o primeiro tetracampeão brasileiro da Copa Conmebol Libertadores da América. Mais uma vez no mesmo palco. Lima passa, a partir dessa data, a se chamar Lima de Janeiro e vira a segunda casa do Flamengo.









































