Coluna do Fla
·08 de setembro de 2025
Limite de gastos no futebol? CBF detalha novas regras para o Brasileirão

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·08 de setembro de 2025
Com o Flamengo tendo condições financeiras de contratar jogadores da Europa, torcedores adversários pedem fair play financeiro sem mesmo entender do que se trata. Além disso, há quem defenda que exista um teto para gastos no Brasileirão. No entanto, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) descarta controlar quanto cada time poderá investir.
— Usando os modelos que a gente conhece fora e acho que funcionam melhor para o futebol, devia ser sempre uma relação de percentual. Com um custo definido, quanto você gasta com folha, investimento, contratação em relação à receita do clube. A gente tem que lembrar que eu não posso igualar os desiguais. Um clube que fatura R$1 bilhão, ele fez por chegar nesse valor. Então eu não posso fazer um clube que fatura R$ 1 bilhão gastar igual a um clube que fatura R$ 200 milhões — disse o consultor da CBF, Cesar Grafietti, em entrevista ao ‘GE’.
— O que eu faço com esse dinheiro e toda a eficiência que foi gerada pela gestão de alguma forma? Temos o Flamengo, o Palmeiras, o Corinthians chegando a R$ 1 bilhão de reais, até mais do que isso. Por que você dizer que eles só podem gastar R$ 200 milhões ou R$ 300 milhões porque um clube regional ou de cidade pequena só consegue fazer isso de receita. É injusto com quem conseguiu crescer e fazer um bom trabalho de reestruturação e alavancar suas receitas —, acrescentou o dirigente da CBF.
Alguns torcedores acreditam que a implantação do fair play financeiro vai conseguir limitar os gastos dos times que vivem bom momento em relação ao dinheiro. Porém, o modelo apenas visa controlar que os clubes não gastem mais do que arrecadam. A CBF deseja implementar a novidade já em 2026.
— O modelo de fair play financeiro tem um objetivo único e básico de fazer com que os clubes paguem suas contas em dia. Não vai equilibrar a competitividade, não vai fazer todo mundo gastar a mesma coisa. Não é isso. Então, quando ele for aplicado e o torcedor do clube que fatura metade daquele que fatura mais perceber que para ser enquadrado dentro do fair play ele vai precisar controlar suas contas, não vai conseguir contratar tanta gente, vai ter que pagar tudo em dia, talvez ele se sinta incomodado num primeiro momento —, explicou.
— Mas, a longo prazo, isso se traduz em maior competitividade. Pode parecer um paradoxo aqui, mas porque pagando em dia você consegue convencer mais jogador a jogar no seu clube, consegue atrair mais patrocinadores, consegue melhorar a sua gestão. Não foi por acaso que Palmeiras e Flamengo conseguiram se destacar a partir do momento em que se tornaram sustentáveis e equilibrados. Então, num primeiro momento, talvez os torcedores sintam um pouco de falta de capacidade competitiva, mas porque a capacidade competitiva de seus clubes era baseada em desequilíbrio, em dívida, em atraso de pagamento —, finalizou Grafietti.
As informações dadas pelo consultor da CBF trazem mais tranquilidade ao Flamengo. Afinal, o clube já está enquadrado às regras do fair play financeiro, mesmo o modelo ainda sem implantação no Brasil. Por outro lado, a notícia sobre o teto de gastos também faz justiça ao longo período de ajuste de gastos realizados desde 2013.