
Gazeta Esportiva.com
·11 de setembro de 2025
Luan revela ajuda de Luciano e importância de terapia durante fases difíceis no São Paulo

In partnership with
Yahoo sportsGazeta Esportiva.com
·11 de setembro de 2025
Luan, volante do São Paulo, revelou que recebeu ajuda do atacante Luciano quando se recuperava de grave lesão no São Paulo. O jogador afirmou que o camisa 10 era sua única motivação para seguir o tratamento.
Logo no primeiro treino do técnico Rogério Ceni no Tricolor, em outubro de 2021, Luan, titular absoluto da equipe, sofreu lesão na coxa esquerda que o afastou dos gramados. Em junho do ano seguinte, foi submetido a uma cirurgia por causa de complicações da lesão e passou por novo período afastado.
“Depois de tanto tempo no futebol, no ambiente e com a galera que eu mais gostava de estar, eu não suportava a ideia de só assistir de fora justamente no momento em que eu tinha tanto pra crescer. Nessas horas, é difícil perceber a poeira cobrindo a gente. Acho que acontece aos poucos. No meu caso, fui perdendo a vontade de ir pro CT. Estava quase largando a fisioterapia e, se fizesse isso, o passo seguinte com certeza seria largar de mim”, disse Luan, em entrevista ao portal Players Tribune.
“Quem me deu força nesse tempo foi o Luciano, outro grande amigo que o futebol colocou no meu caminho. Ele me ligava todos os dias às 8h em ponto: ‘Cadê você, Pit? (apelido de Luan). Já tô aqui no CT te esperando. Você vem, né? Tá chegando?’ ”
“Eu não tinha força pra levantar da cama, mas me trocava e ia só pelo Luciano. Graças a ele eu continuei o tratamento e me recuperei. Fisicamente, pelo menos”, relatou Luan.
Após se recuperar de lesão, o jogador revelou que recebeu proposta de um rival do São Paulo para deixar o clube que o formou. Ele, contudo, jamais quis sair do Tricolor.
“Lembra que eu disse que o acolhimento em Cotia seria fundamental para me ajudar a tomar as maiores decisões da minha carreira? Então, depois de sarar da lesão, eu tive algumas propostas para deixar o São Paulo, inclusive de um clube rival”, contou.
“Muito se falou nessa época. Que eu não queria ficar, que eu não estava focado, que eu estava forçando a barra pra sair. Pô, nada a ver… Eu nunca pensei em deixar o São Paulo, nunca me vi em outro lugar. Como não estava jogando, nem tive a chance de explicar isso para a torcida. Mas a verdade é que, por respeito e gratidão, eu só sairia se fosse um desejo do clube”, completou.
Após perder espaço no São Paulo, Luan foi emprestado ao Vitória, em 2024, onde ganhou sequência como titular. Depois do empréstimo, no entanto, o volante ficou de fora dos planos do clube paulista, período em que decidiu procurar terapia.
Durante o período, Luan passou por um episódio que envolveu Luciano, Jandrei, Alan Franco e Alisson. Após um jogo da equipe pelo Paulistão, o volante enviou mensagens aos companheiros, que foram até sua casa para ajudá-lo. Luan, no entanto, não os recebeu.
“Me tranquei no porão e não saí pra falar com eles. Lá de dentro, soluçando de tanto chorar, eu pedia pra eles serem campeões. Sentia uma vergonha enorme. Não por aquela cena deprimente, mas por não jogar, não desfrutar do dia a dia com meus companheiros, não poder ajudá-los em campo e não saber como me livrar daquela impressão de que o mundo inteiro estava contra mim”, contou.
“Foi quando decidi procurar ajuda e comecei a fazer terapia. Sozinho, dificilmente eu sairia do meu porão. Tem sido bom pra mim. Hoje eu entendo que as dores que me derrubaram não vinham só de um pedacinho de osso alojado no músculo da minha perna. São feridas muito antigas, e elas só param de arder se consigo falar sobre elas. Se consigo “elaborar”, como diz a Rosana Costa, minha psicóloga”, completou.
Hoje, Luan reconquistou seu espaço no São Paulo e tem ganhado oportunidades com o técnico Hernan Crespo, essencial para sua remontada no clube do Morumbis. Desde o retorno do argentino ao Tricolor, o volante voltou a ser relacionado e soma cinco jogos.
“Foi emocionante no primeiro treino do Crespo. Eu disse pra ele contar comigo no que precisasse. Se fosse pra eu começar no banco e entrar só cinco minutos, estava bom. Se fosse pra jogar 90, prorrogação e pênaltis, estava bom. Se fosse pra nem ser relacionado, estava bom. Se fosse pra ser substituído, estava bom. Eu só queria ajudar de alguma forma. O Crespo não me prometeu nada. Só me deu um abraço e falou pra eu continuar trabalhando”, comentou.