MundoBola Flamengo
·04 de agosto de 2025
Mais uma vez o Flamengo decidiu parar de jogar antes da partida acabar

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·04 de agosto de 2025
Tradicionalmente as partidas de futebol profissional tinham apenas um intervalo. Se jogava o primeiro tempo, os famosos 45 minutos, e aí tínhamos uma pausa de mais 15 e por fim os times voltavam para jogar um segundo tempo de mais 45. Normal, tradicional, todo mundo conhecia.
Conforme o futebol foi evoluindo, a temperatura do planeta aumentando e o cuidado com a saúde dos jogadores recebeu mais atenção, surgiu a ideia da pausa técnica ou de hidratação. Um mini-intervalo, no meio de cada tempo, onde os dois times pararem para beber uma aguinha e receber orientações dos seus treinadores. Parece legal, parece saudável, um ganho da modernidade.
Mas aparentemente, para o time do Flamengo, isso ainda era pouco. Um intervalo no meio de cada tempo e mais um intervalo entre os tempos? Não, ainda não é o bastante. E aí a equipe rubro-negra criou um conceito fascinante, que foi mais uma vez colocado em prática neste domingo, que é o intervalo com a bola rolando.
Para os que ainda não repararam, ele consiste em um período, quase sempre no segundo tempo, em que a equipe de Filipe Luís reduz profundamente a sua intensidade, basicamente caminhando pelo campo, trocando passes despretensiosos, marcando sem desrespeitar o espaço individual do adversário, e basicamente permanece durante um período de 10 a 20 minutos sem jogar futebol de verdade. Como a gente falou, um intervalo com a bola rolando.
E ainda que seja uma ideia arrojada, inovadora e que provavelmente ajuda bastante com o controle da carga da equipe, ela acaba apresentando dois grandes problemas.
O primeiro é que normalmente isso não é combinado com a equipe adversária e acabamos sofrendo gols. Infelizmente falta senso de grupo aos atletas profissionais, a sindicalização entre os esportistas anda a passos lentos e a equipe do Ceará continuou atuando normalmente durante o intervalo rubro-negro, sem o menor respeito pelo controle de carga da nossa equipe.
O segundo é que quase sempre, após esse descanso com bola rolando, o Flamengo se vê obrigado a correr em dobro pra tentar compensar o gol que sofreu enquanto ele estava parado e o outro time continuava correndo, o que prejudica um bocado a intenção original de descansar. Aconteceu isso contra o Atlético-MG, que não entendeu que o segundo tempo era só de brincadeirinha e aconteceu isso hoje, após o Ceará ter a ideia absurda de jogar durante todos os 90 minutos da partida.
Ficam aqui então algumas sugestões para os comandados de Filipe Luís. A primeira, a mais óbvia, mas que reconheço possuir uma dose de extremismo, seria a de correr durante 90 minutos. Sei que ninguém gosta de trabalhar o expediente todo, sei que em dados momentos é exaustivo ter que fazer o negócio que somos pagos pra fazer, mas infelizmente às vezes se faz necessário.
A segunda, talvez um pouco mais viável, seria efetivamente matar as partidas antes de começar a passear dentro de campo. Imagine fazer um 2x0 ou 3x0 e só aí começar a dar passe de lado, toquinho besta no meio de campo, realizar marcação wi-fi sem contato físico? A margem seria segura, o time poderia descansar, o torcedor não iria terminar o domingo querendo agredir alguém. Vamos tentar isso, só pra ver se funciona?