Gazeta Esportiva.com
·26 de novembro de 2020
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Do espanhol Joaquín Sabina aos argentinos Andrés Calamaro ou Charly García, dezenas de intérpretes cantaram a arte futebolística de Diego Maradona em canções transformadas em hinos populares.
Sua personalidade e seus feitos com a bola serviram de inspiração para compositores de todos os estilos, até mesmo da torcida nos cantos irreverentes do estádio.
O próprio Maradona, que se gabava de ser um bom dançarino, também passou pelos microfones com a popular dupla argentina Pimpinela.
“Arrisco tudo”, afirmou certa vez sobre sua ousadia musical, a mesma que exibiu no futebol e na vida.
Entre as muitas canções criadas para Maradona, nenhuma se tornou tão popular quanto a do falecido cantor Rodrigo Bueno, erguida como uma bandeira popular de fervor por Maradona. Sob o título “La mano de Dios”, a música é uma resenha da vida do ídolo desde seu nascimento no bairro pobre de Villa Fiorito, em Lanús, um bairro “privado de luz, água, tudo” como o próprio Maradona descreveu.
“En una villa nació/ fue deseo de Dios/ crecer y sobrevivir a a la humilde expresión” (“Numa villa onde nasceu/ foi desejo de Deus/ crescer e sobreviver à expressão humilde”), a canção começa com um alegre ritmo de quarteto, estilo musical dançante presente em qualquer festa popular na Argentina.
Do início ao futebol à glória, passando pelos vícios, a música é um hino à vida de Maradona.
“Su sueño tenía una estrella/ Llena de gol y gambetas Y todo el pueblo cantó Marado, Marado/ Nació la mano de Dios/ Marado, Marado/ Sembró alegría en el pueblo/ Llenó de gloria este suelo” (“Seu sonho tinha uma estrela/ Cheia de gols e dribles/ E todo o povo cantava Marado, Marado/ Nasceu a mão de Deus/ Marado, Marado / Semeou alegria no povo/ Encheu este chão de glória”, diz um dos mais trechos mais cantados da composição por Alejandro Romero do final dos anos 90.
O próprio Maradona cantou a música na primeira pessoa, algo que foi imortalizado em um documentário de 2008 do sérvio Emir Kusturica.
Ali ele canta emocionado de olhos fechados em uma festa familiar com suas filhas Dalma e Gianinna, que culmina em uma comemoração.
Também o espanhol Joaquín Sabina, com seu clássico ‘Dieguitos y Mafaldas’ e o argentino Andrés Calamaro com sua canção “Maradona”, prestaram-lhe homenagem musical.
O grupo de rock Los Piojos também imortalizou o jogador em uma canção o descreve como uma criança “que a los poderosos reta y ataca a los más villanos sin mas armas en la mano que un 10 en la camiseta” (“que desafia os poderosos e ataca a maioria dos vilões sem mais armas na mão do que um 10 em sua camisa”.
Charly García também se inspirou na figura de Diego em seu “Maradona Blues” com Claudio Gabis, gravado em 1994.
“Yo ya no existo sin pasado/entre la oscuridad y la luz/ yo sé que existo en otro lado/ yo ya perdí el autobús como el Maradona blues” (“Já não existo sem passado/ entre a escuridão e a luz/ sei que existo noutro lado/ Já perdi o ônibus como o blues de Maradona”, canta Charly numa canção que termina em lamento: “estoy llorando aquí por vos” (“estou chorando aqui por você), como todos os argentinos choram hoje.