FNV Sports
·27 de outubro de 2020
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A coluna Lado B do Futebol, traz hoje a segunda parte da entrevista com o treinador e ex-jogador Marcos Falopa. Todavia, vale lembrar que Falopa já trabalhou em cincos continetes. Dessa forma, ele não só foi treinador no Brasil, como também esteve em vários países membros da CONCACAF, África e Ásia. Já na Europa esteve na Turquia, Espanha, Finlândia, Inglaterra, Escócia, Itália, e na Oceania esteve dando treinamentos em Samoa, Tonga e Vanuatu.
Como foi a relação com a família com tantas viagens?
“Não foi fácil para a família mudar para vários países com culturas diferentes. No entanto, meus filhos, Américo e Junior, tiveram a oportunidade de conhecer várias partes do mundo e aprender outras línguas, foi um investimento positivo”
Quando você tomou a decisão de parar de jogar futebol?
“Parei alguns anos depois de ter jogado um pouco como profissional no Saad EC, São Caetano, por influência de minha família que queria que eu cursasse uma Universidade, para ter melhor segurança no futuro. Eu queria trabalhar com o futebol, sendo assim, fui fazer a faculdade de educação física e me especializar”
Em que momento você decidiu virar técnico?
“Quando pequeno, montava táticas até nos jogos de botão. Assim também, jogar na várzea foi uma grande escola para mim, aprendi muito o treinador José dos Reis. Da equipe dele saia muitos jogadores para clubes da divisão principal e para o exterior, bem como, Ademar Pantera, Prado, Faustino, Fernando, Claudinho, etc. Ele ensinava muito, sabia mexer bem na equipe e aprendi muito. Eu mesmo estive no Palmeiras e Campo Grande por indicação dele”
Como você foi parar no futebol Indiano?
“Treinando a Seleção Nacional de Myanmar, em 2007/2008, disputei Copas na Ásia, onde a Índia também participou. Dessa forma, observando o meu trabalho, ficaram impressionados e logo queriam me levar para trabalhar lá. Porém, não pude ir na época pois tinha contrato a cumprir com Myanmar e outros torneios pela frente. Posteriormente, em 2010, estava na Itália participando de programas da UEFA, e a Índia voltou a me procurar. Sendo assim, em 2013, fechei contrato com eles”
De que forma foi a adaptação na Índia?
“A princípio a adaptação é difícil, envolve diferenças de clima, língua, alimentação, cultura, etc. No clima, a umidade e o calor são bem marcantes, na época das chuvas, as chuvas são fortes e provocam grandes inundações, exigindo cuidado com doenças. Contudo, a alimentação é saborosa, mas com temperos que exigem a adaptação do organismo. Todavia, na língua, há muitos dialetos, com influencia de imigrantes de outros países vizinhos, exemplo, do Nepal, Bangladesh, etc”
Como é o futebol indiano? Existe muita diferença para o futebol brasileiro?
“Anteriormente, o futebol indiano era semi-profissional, há poucos anos que se profissionalizou. Sendo assim, existem diferenças na fundamentação técnica e tática, exigindo um trabalho individual e coletivo com os jogadores. Não só levei algumas ideias de treinamento com base cientifica e prática, mas também explorei a parte de fundamentação técnica e trabalhos táticos com jogos especiais voltados para a equipe”
Qual a maior realização com treinador de futebol?
“A primeira é ter trabalhado em três programas com o Pelé: na Seleção Brasileira de Masters, onde fui auxiliar técnico; Copa Pelé de Juniores, no Brasil e Estados Unidos; no Santos quando o Pelé era diretor da área internacional de futebol do flube. Afinal, ele é o rei do futebol e trabalhar com o rei me realizou muito, me sinto privilegiado. Segundo, é ter trabalhado com a FIFA para desenvolvimento do futebol no mundo”