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·15 de outubro de 2020
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Olá a todos do Brasil! Nesta semana, a coluna O Gajo Conta vai mostrar para vocês um dos fatos mais inéditos que já ocorreram no futebol português. Desse modo, estarei a falar do maior rival do time que me criou, o Nacional da Madeira. Ora pois, quando o Club Sport Marítimo venceu o Campeonato de Portugal na temporada 1925/26.
Primeiramente, para entender, vamos falar sobre como era a disputa do campeonato naquela época. Isso porque, era dividido em quatro fases e, curiosamente, o nosso personagem de hoje só entrou nas meias-finais. Inicialmente, tinha a 1ª eliminatória com 10 times. Em seguida, a 2ª fase era composta pelas cinco equipas classificadas da fase anterior, mais o Olhanense. Logo, os elencos do Porto, Belenenses, Olhanense, equipes classificadas da outra fase, e o Maior das Ilhas que adentrou naquela ocasião, preencheram as meias. Além disso, a grande final foi contra o Belenenses.
Como dito, os Verde-Rubros entraram na competição nas meias-finais, após serem campeões da Madeira, e chegaram em grande estilo. Na primeira partida, o Marítimo enfrentou o Porto, mas em Lisboa, por uma decisão da organização do campeonato. Dessa forma, fizeram com que o campeão da Associação de Futebol do Porto jogasse a meias-finais na capital portuguesa.
Logo, a partida não foi apenas difícil dentro das quatro linhas para os Portistas. Ora pois, durante o jogo, os torcedores do Marítimo não se cansavam de insultar os jogadores de Azul e Branco. Já com a bola rolando, foi outro massacre da equipe da Madeira, um verdadeiro baile, com os Leões marcando 7 x 1 nos Dragões e a imprensa indo a loucura.
Logo depois, na grande final, os Leões da Madeira iriam encarar o Belenenses, que fazia grande campanha. Enfim, a decisão ocorreu no dia 6 de junho de 1926, no extinto Campo do Ameal, em Porto. Contudo, a torcida do Marítimo deu show e mais uma vez foi o terror da equipe adversária. Durante o primeiro tempo, os Maritimistas ainda tiveram um pênalti marcado à favor, mas sem sucesso, e assim terminou a primeira etapa, sem gols no placar. Na volta do intervalo, logo aos 10′, José Fernandes fez o primeiro gol da partida. Logo após, Manuel Ramos ampliou a vantagem para explosão de felicidades dos torcedores que ali estavam.
Com o segundo gol feito, Augusto Silva, um dos melhores da equipe de Belém, ficou desesperado e loucamente pediu ao arbitro a anulação do golo. Com isso, o jogador foi expulso, mas se reusava a sair de campo. Após a intervenção da policia para controlar toda a situação e evitar que o incidente fosse ainda pior, o juiz José Guimarães decidiu, após comunicação com agentes da UPF que ali estavam, encerrar a partida e dar o título ao time da Madeira. Naquele momento, o estádio foi a loucura, era como se os campeões estivessem jogando em casa, os torcedores enlouqueceram e o estádio foi à baixo.
De fato, a glória foi um marco para a Ilha da Madeira, que até os dias de hoje, aquele plantel recebe menções honrosas. Durante o ano de 2001, quando se comemorava 75 anos do titulo, o presidente maritimista fez alusão ao titulo de 1926, prestes a disputar a final da Taça de Portugal daquele ano. O dirigente relembrou a conquista e disse que os atletas deveriam dar alegrias novamente à população.
E ainda alfinetou dizendo: “O leão é muito mais forte que o dragão, por isso vocês têm de dar a resposta.”. E nesse ano de 2020, 94 anos após o título, no primeiro jogo pós paralisação pela pandemia, o estádio do Marítimo foi preenchido com faixas da torcida e com uma imagem da equipe que foi campeã em 1926.
Foto Destaque: Reprodução / Ogol