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·20 de dezembro de 2025
Melhor da Série B, Josué define 2025 como 'ano dos sonhos' e elogia Mozart

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·20 de dezembro de 2025

Aos 35 anos, o meia português Josué foi o destaque do Coritiba na campanha que terminou com o título da Série B e o acesso de volta à elite do Brasileirão. Em entrevista exclusiva aos nossos parceiros portugueses do zerozero, o jogador comentou sobre o ano de sonho que viveu, destacando o que tornou especial a última temporada.
Eleito o melhor da Série B no inédito prêmio da Bola de Prata, da ESPN, Josué admitiu que 2025 foi um ano diferente. "Eu até brincava com a minha esposa, ganhei taça em todos os países que estive, porém nunca tinha ganho uma liga. Então, vendo por esse prisma, foi, sem dúvida, a melhor temporada", comentou.
Confira alguns destaques desta conversa que você também pode conferir na íntegra (e em vídeo), clicando aqui.
Contratado em 2024, vindo do Legia Varsóvia, o português não teve uma primeira impressão boa do futebol brasileiro. Único europeu no elenco do Coritiba até os dias atuais, o português contou que teve que "choque" inicial.
"Ano passado foi bastante difícil para mim. Quando cheguei ao Coritiba, peguei um dos piores grupos que já tive. Um grupo mau. Os resultados também foram ruins, como é óbvio. Quando tem um grupo assim, os resultados acompanham. ", contou.
"Em 2024, além de mim, tínhamos dois uruguaios e um colombiano, o resto era tudo brasileiro. Era o cúmulo. No início as pessoas falavam comigo em espanhol, ou falavam em português muito devagar, para eu entender. Eu sou português, de Portugal. Podem falar normalmente. Esta no melhorou bastante porque também chegou o Maicon, com quem convivi no Porto. Estou com vários jogadores que também já passaram por Portugal e pela Europa. Já sabem como é que tudo funciona. Sinto que este ano todo mundo lutou em prol do mesmo"
Neste ano, a chegada do técnico Mozart também ajudou a mudar o panorama no Couto Pereira, mas não se tratou de um feito automático.
"No início, a minha ligação com o Mozart, o treinador, foi atribulada, mas hoje em dia temos uma relação incrível. Houve ali uma conversa-chave entre nós dois, em que dei o meu ponto de vista de jogador e ele fez a mesma coisa enquanto técnico. As nossa ideias chocavam-se um pouco", revelou.
"Sou um jogador que pergunta frequentemente 'porquê?'. O porquê de jogarmos assim, o porquê de fazemos assim, o porquê de treinarmos desta maneira. Eu faço essas questões, sempre com todo o respeito, porque também quero vir a ser treinador um dia. A verdade é que, dentro do campo, a nossa percepção tática é totalmente diferente do treinador, que está fora. A conversa que nós tivemos permitiu, primeiramente, que existisse lealdade entre nós dois. Se eu tiver um treinador com caráter, pode contar comigo 100%", completou.
Fernando Seabra foi anunciado como novo treinador do Coritiba depois de Mozart deixar o clube por não ter chegado a um acordo financeiro para a renovação. Josué defendeu o trabalho do antigo comandante, deixando o futuro bastante aberto.
"Sinceramente, não sei. Não conheço o novo técnico do Coritiba. Eu também ainda estou em negociações com o clube", contou.
"A verdade é que nós fomos uma equipe campeã com poucos gols marcados (39, o 15º melhor ataque). Contudo, eu também sempre aprendi que os conjuntos vencedores sofrem poucos gols e nós fizemos isso. Há pessoas que cobravam muito o Mozart, mas eu o defendo. Nós estávamos jogando pelos resultados, em prol de um objetivo muito claro. Nós cumprimos esse objetivo, independente da forma", analisou.
"Antes do campeonato, se todos que amam o Coritiba pudessem assinar uma folha que dissesse 'vocês vão ser campeões na última rodada, mas não vão marcar muitos gols', todos assinavam", disse.
"As pessoas só têm de agradecer ao Mozart por todo o trabalho que ele fez, eu principalmente. É um técnico que me marcou. Não só o trabalho dele, mas também a amizade e a sintonia que nós estabelecemos", completou.
O acesso foi garantido na penúltima rodada, mas isso não foi suficiente para a torcida que encheu o Couto Pereira. O empate sem gols contra o Athletic vou acompanhado de vaias, já que a equipe deixou passar a chance de garantir também o título da competição diante do seu torcedor.
"Para nós, europeus, é uma coisa esquisita. È muito difícil entender. No Brasil, já era algo que dava para prever", disse. "A verdade é que o Coritiba, apesar de múltiplos títulos, nunca foi campeão em casa. Quando esse jogo terminou empatado, teve muita gente festejando o acesso, mas também tinha muita gente assobiando e também ouvimos gritos de 'Vergonha, vergonha'".
"Nós também queríamos ter sido campeões diante o nosso torcedor, mas a realidade é que não fomos. Os torcedores são muito apaixonados e, às vezes, a paixão sobrepõe-se à razão. Eles não estão ali para compreender as componentes do jogo em si. Eu entendo isso", completou.









































