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·23 de novembro de 2025

Milagres não sustentam uma SAF que perdeu o rumo

Imagem do artigo:Milagres não sustentam uma SAF que perdeu o rumo

O Atlético-MG perdeu a final da Copa Sul-Americana para o Lanús neste sábado (22). O clube argentino foi campeão nos pênaltis depois de mais de 180 minutos de baixíssimo nível técnico apresentado por ambas as equipes em Assunção, no Paraguai. O Galo encerra a temporada com mais uma mancha em sua história, um ano após ter sido derrotado na decisão da Libertadores atuando 90 minutos com um jogador a mais contra o Botafogo. Naquele ano, o clube chegava a Buenos Aires vivendo uma seca de mais de 10 partidas sem vitória, e desta vez foi ao Paraguai também em má fase. O clube foi campeão continental em 2013 acumulando milagres, mas eles não se repetem em um elenco sem a mesma qualidade do montado para a conquista da Libertadores.

Este é o reflexo da história da era SAF no Atlético. Um time fraco em campo, pouco criativo e sem poder de decisão no momento de pressão, por exemplo nos pênaltis contra o Lanús. Fora das quatro linhas, Rubens Menin assistia ao duelo em um espaço reservado no estádio paraguaio. Principal dono do Galo, é também o responsável por aprovar as contratações que, teoricamente, têm a função de reforçar e aumentar a qualidade do elenco.


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O extra-campo faz parte de um clube de futebol e os donos da SAF do Atlético colaboram constantemente para a crise. Daniel Vorcaro, um dos principais membros do Conselho de Administração do Galo, foi preso pela Polícia Federal dias antes da final da Copa Sul-Americana. A detenção, a princípio, não teve relação direta com o clube mineiro, mas levanta questionamentos sobre quem está a frente do Atlético.

Além disso, a era SAF é marcada por discursos surreais em entrevistas coletivas. Comentários distantes da realidade, como o feito por Rubens Menin em fevereiro de 2025, em que chegou a afirmar que o elenco da atual temporada é “um dos mais fortes da história” atleticana. É hora de admitir que a SAF fracassou, e isso vai além de uma vitória ou derrota na final dos torneios que o Galo disputou recentemente.

O Atlético se tornou um time coadjuvante nacionalmente e, pelo segundo ano consecutivo, ficará de fora da principal competição continental. Também foram duas as temporadas em sequência que o clube mineiro flertou perigosamente com o rebaixamento no Brasileirão. A temporada 2025 ainda não terminou, mas as chances de queda nas três ultimas rodadas parece pequena para um time que chegou a frequentar o Z-4.

Na final da Sul-Americana, o Atlético-MG fez muito pouco para quem era considerado favorito no pré-jogo. Dentro de campo, os comandados de Sampaoli, técnico que chegou na reta final da campanha e não montou o elenco, não conseguiram se impor diante do Lanús, que também não mostrou muitas valências. O Galo perdeu um caminhão de gols, principalmente nos pés de Biel, e viu nas penalidades a chance de apagar o incêndio.

O Galo foi pouquíssimo vibrante em campo contra o rival argentino e isso se repetiu nas penalidades. Éverson bem que tentou, marcando gol e defendendo um chute, mas viu Hulk, Biel e Vitor Hugo cobrarem três pênaltis arrogantes e covardes. Os chutes sem confiança, a meia altura e sem força facilitaram a vida do goleiro adversário. Mais uma vez, o futebol se mostrando que não é feito de milagres, mesmo quando quis o destino que o Lanús errasse o quinto pênalti que definiria a taça.

O elenco do Atlético-MG em 2025 é repleto de buracos, dinheiro mal investido e de jogadores de pouca qualidade. Um time sem alma, sem garra e apático que, por exemplo foi dominado e humilhado pelo rival Cruzeiro no mata-mata da Copa do Brasil. Chegou à final da Sul-Americana muito por conta da fragilidade de seus adversários, mas, mesmo assim, não teve vida fácil durante a competição.

Os primeiros passos de 2026 devem ser de reformulação no elenco. Ou pelo menos, é o que deveria ser feito pelos donos da SAF. Na realidade, a reformulação deveria ser na estrutura, e o momento pede um novo grupo comandando o Atlético-MG. É difícil imaginar que os atuais donos façam qualquer movimento com o intuito de venda da SAF, e é mais justo prever que o Galo se manterá com uma base de elenco ruim, resultados fracos e distante das brigas por títulos na próxima temporada.

Pelo terceiro ano consecutivo, o Galo depositará todas as esperanças nas copas, mas já mostrou, em duas temporadas, que não bate de frente com os principais rivais nacionais. O elenco não tem força, qualidade ou opções suficientes para ser candidato a disputa de um campeonato de 38 rodadas. Além disso, na atual campanha, teve dificuldades para se impor contra adversários de segundo ou terceiro escalão continental. Em 2024 e 2025, tudo foi por água abaixo nas finais das copas do Brasil, Libertadores e Sul-Americana. A temporada 2026 se aproxima, e o novo calendário já entra em vigor com o Brasileirão começando em janeiro. Até lá, o futebol pode seguir sendo uma caixinha de surpresas, mas não se tornará palco do acaso. E a SAF do Galo se recusa a enxergar o evidente fracasso, seja esportivo sem conquistar títulos, seja ideológico, se distanciando do torcedor com preços abusivos de ingressos e discursos incoerentes.

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