Jogada10
·18 de dezembro de 2025
Ministério Público pede inquérito policial sobre uso irregular de camarote no São Paulo

In partnership with
Yahoo sportsJogada10
·18 de dezembro de 2025

O Ministério Público de São Paulo solicitou nesta quinta-feira (18) a abertura de um inquérito policial para apurar o caso de exploração clandestina de um camarote do Morumbis durante a realização de shows. A medida ocorre após a divulgação de áudios nos quais os diretores Douglas Schwartzmann e Mara Casares admitem participação em um esquema irregular envolvendo o espaço do estádio.
Responsável pelo pedido encaminhado à Polícia, o promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro detalhou os possíveis enquadramentos criminais identificados a partir do conteúdo das gravações.
“O primeiro crime é corrupção privada do esporte, que é um crime previsto na nova Lei Geral do Esporte, em vigor desde 2023. Esse crime, na verdade, pressupõe a manipulação de interesses privados em detrimento do patrimônio do clube, das agremiações”, explicou.
Além disso, o promotor destacou a possibilidade de um segundo delito, considerado igualmente grave, relacionado à tentativa de interferência em ação judicial.
“E um segundo crime, que também é muito grave, é o de coação no curso do processo. Porque você ligar para uma pessoa e intimidar para que ela retire um processo sob pena de que as coisas ganhem repercussões, como sugerem as gravações, é um indicativo de crime”, completou.
No pedido formalizado pelo Ministério Público, a orientação é para que sejam ouvidos os três personagens centrais do áudio, Douglas Schwartzmann, Mara Casares e Rita de Cassia Adriana Prado, além de todas as pessoas mencionadas nas conversas. Entre elas está Márcio Carlomagno, superintendente geral do São Paulo.

Ex-esposa de Júlio Casares está envolvida na investigação dos camarotes – Foto: Reprodução / instagram
“Todo o dinheiro de uma agremiação arrecadado, seja em praça esportiva em razão do futebol ou de outra atividade esportiva, tem que reverter para o clube. E não para favorecimento de interesse privado de quem deveria gerir o clube. A Polícia vai tomar os próximos passos”, afirmou o promotor.
Paralelamente à investigação criminal, o caso segue em apuração dentro do próprio São Paulo. Após a revelação dos áudios, o clube instaurou duas sindicâncias, uma conduzida internamente e outra de caráter externo, para esclarecer os fatos.
Assim, o Conselho Deliberativo também encaminhou o episódio à Comissão de Ética do clube. Este, por sua vez, já recebeu pedidos formais para aplicação de punições aos dirigentes envolvidos. No mesmo dia em que o caso veio a público, Douglas Schwartzmann e Mara Casares solicitaram licença de seus cargos. Contudo, ainda seguem vinculados ao clube na condição de associados.









































