Jogada10
·23 de maio de 2025
Morre, aos 81 anos, Sebastião Salgado, um dos ícones da fotografia mundial

In partnership with
Yahoo sportsJogada10
·23 de maio de 2025
Morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, o fotógrafo Sebastião Salgado, um dos nomes mais reverenciados da fotografia mundial. Mineiro de Aimorés, Salgado dedicou a vida a documentar, com profundidade e sensibilidade, a condição humana, os deslocamentos forçados, os dramas ambientais e a beleza bruta do planeta. A causa da morte não foi divulgada pela família. Ele deixa a mulher, a também fotógrafa e curadora Lélia Wanick Salgado, filhos e uma vasta obra que marcou o fotojornalismo mundial.
Além de seu talento com a câmera, Salgado tinha uma paixão especial: o futebol. E essa paixão, curiosamente, salvou sua vida. Em 1994, enquanto fotografava os horrores do genocídio em Ruanda, milicianos armados o abordaram. Prestes a executá-lo, desistiram quando ele mencionou o nome de Pelé, idolatrado mesmo entre os combatentes. “Brasil? Pelé?”, teria dito Salgado em tom desesperado, sendo então reconhecido como brasileiro e poupado.
Em 2013, no programa Roda Viva, da TV Cultura, ele revelou com muito bom humor seu time de coração. Ao ser perguntado se ele era corintiano, Sebastião emendou de primeira: “Quem gosta de time preto e branco é o Washington Olivetto (publicitário, torcedor do Corinthians, e que participava do programa). Eu torço para um time de várias cores, eu sou torcedor do Fluminense do Rio de Janeiro”.
Salgado, ainda, ficou conhecido por projetos fotográficos de longo prazo, como Trabalhadores, Êxodos, Gênesis e Amazônia, que lhe renderam prêmios internacionais e exposições em todo o mundo. Afinal, com uma estética marcada pelo preto e branco e por um olhar profundamente humano, ele transformou a fotografia documental em arte. Em parceria com Lélia, também liderou um trabalho de reflorestamento na fazenda da família, no Vale do Rio Doce, que se tornou símbolo da restauração ambiental.
A morte de Salgado, assim, representa uma perda imensurável para a cultura brasileira e para o jornalismo global. Sua câmera foi testemunha dos tempos, e sua voz, um eco em defesa da dignidade humana e do planeta.
Ao vivo