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·05 de dezembro de 2025

MP abre inquérito para avaliar possível intervenção judicial no Corinthians

Imagem do artigo:MP abre inquérito para avaliar possível intervenção judicial no Corinthians

A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) instaurou nesta sexta-feira um inquérito civil para apurar um pedido de intervenção judicial no Corinthians. A informação foi publicada inicialmente pelo ge e confirmada pela Gazeta Esportiva.

A iniciativa atende a um pedido formulado pelo promotor Cassio Roberto Conserino, responsável por investigações relativas ao uso de cartões corporativos por ex-dirigentes do clube. O inquérito será conduzido pelo MP e poderá envolver diligências como solicitação de documentos, depoimentos e perícias. Há a possibilidade de o caso evoluir para uma ação civil pública.


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Em sua solicitação, Conserino listou 25 argumentos que justificariam a instauração de um inquérito civil ou de uma ação pública visando a intervenção judicial no clube. A intervenção não pode ser instaurada pelo próprio promotor, que atua na esfera criminal.

Veja os motivos:

  • Laudos de auditores externos com apontamentos de irregularidades;
  • ⁠O Corinthians é patrimônio cultural, cuja proteção é competência do Ministério Público;
  • ⁠Denúncia oferecida e recebida em face do ex-presidente Augusto Melo, dentre outros, por associação criminosa e lavagem de capitais;
  • ⁠Denúncia oferecida em face do ex-presidente Andres Sanches e então gerente financeiro da atual gestão, Roberto Gavioli, por apropriação indevida e lavagem de capitais;
  • ⁠Investigações em face de outros ex-presidentes em tramitação;
  • ⁠Investigação na Delegacia de Polícia de Repressão aos Direitos de Intolerância Esportiva de volumoso desvio de material esportivo por dirigentes da atual gestão;
  • Sistema de compliance inoperante;
  • ⁠A assinatura por ex-presidente e por gerente financeiro, que também atua na gestão atual, de confissões de dívidas então extintas por prescrição;
  • ⁠Regime Centralizado de Execuções não cumprido e não homologado, contendo inclusive contratos lesivos ao clube;
  • ⁠Pedido de intervenção judicial formulado por credor nos autos do Regime Centralizado de Execuções;
  • Gestão temerária ao assumir a terceira maior folha de pagamento do país;
  • ⁠Notas supostamente frias emitidas pelo Oliveira Minimercado, citada como empresa de fachada, tendo como único cliente o Corinthians, cujos valores saíram dos cofres do clube;
  • ⁠Boletins de ocorrência informando supressão de documentos de dentro do clube;
  • ⁠Indícios da presença de crime organizado consubstanciado no pagamento de comissões da VAIDEBET a empresa supostamente ligada ao crime organizado;
  • ⁠Atletas profissionais instalados em apartamento de propriedade do “Alemão” (José Carlos Gonçalves), suposto integrante de organização criminosa;
  • ⁠Postos de gasolina supostamente ligados ao crime organizado licenciados com a marca Corinthians;
  • ⁠Recibo de pagamento pelo Corinthians a ex-assessor parlamentar do ex-presidente André Sanchez, alvo de investigação ministerial, ligado a facção criminosa envolvendo uso de cooperativas de transporte urbano em São Paulo;
  • Inobservância do estatuto para o impeachment de Augusto Melo, cuja entrega das atas do atual Conselho Deliberativo foi sonegada, a despeito de ordem judicial;
  • ⁠Uso de cartão corporativo por ex-dirigentes, mesmo após final dos seus mandatos;
  • ⁠Endividamento impagável, segundo laudos de profissionais externos independentes;
  • ⁠Ameaça a testemunha perpetrada por investigado no caso do desvio de materiais esportivos, então integrante da atual gestão;
  • Transferban da Fifa em valores milionários por falta de pagamento de atletas;
  • ⁠Práticas de atos que podem caracterizar gestão temerária dentro da entidade desportiva;
  • ⁠Desorganização institucional da gestão financeira, com omissão dos órgãos deliberativos e de controle;
  • ⁠Outras dezenas de outras possíveis irregularidades envolvendo contratos duvidosos, TV Corinthians, contratação de jogadores de base, licenciamento de marcas com pagamento de royalties insignificantes ao clube, contratos com cláusulas leoninas, relação com empresas de fachada ou fantasmas sob investigação do Ministério Público.
Imagem do artigo:MP abre inquérito para avaliar possível intervenção judicial no Corinthians

(Foto: José Manoel Idalgo/Agência Corinthians)

O promotor civil que acatou o pedido, Luiz Ambra Neto, justificou que os indícios de “ilícitos cíveis e criminais” aumentam a urgência da apuração, citando a deterioração da imagem e da saúde financeira do Corinthians. Ele determinou sigilo nos autos como medida de proteção à investigação.

O que pode acontecer com o Corinthians?

Se a Justiça considerar o pedido procedente, poderá decretar intervenção judicial na administração do Corinthians e nomear um interventor provisório. Este interventor teria os seguintes poderes: assumir a presidência e os atos administrativos do clube, suspender decisões ou contratos, promover auditorias internas, reorganizar a estrutura administrativa e até convocar novas eleições, se necessário.

O interventor, determinado pela Justiça, atuaria sob fiscalização do Poder Judiciário e teria que apresentar relatórios periódicos. A medida permaneceria vigente até que o juiz entendesse que as irregularidades foram sanadas e que o clube pode retomar sua gestão regular.

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